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Suspensão mais alta,
pneus pouco maiores, um jogo de acessórios, e a SpaceCross
aparece com um aspecto jovial, de olho no público jovem
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Faltou ousadia no interior,
que ganha apenas novo tecido nos bancos e pedais com cobertura metálica;
o volante mostrado é um dos opcionais
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Com o conhecido motor de 1,6
litro, houve ligeira perda em agilidade; a suspensão parece bem
acertada, mas com menor precisão de direção |
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MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; comando no
cabeçote, 2 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso:
76,5 x 86,9 mm. Cilindrada: 1.598 cm3. Taxa de
compressão: 12,1:1. Injeção multiponto sequencial.
Potência máxima: 101 cv (gas.) ou 104 cv (álc.) a
5.250 rpm. Torque máximo: 15,4 m.kgf (gas.) ou 15,6
m.kgf (álc.) a 2.500 rpm. |
CÂMBIO
- manual, 5 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a tambor;
antitravamento (ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO - dianteira, independente
McPherson; traseira, eixo de torção. |
RODAS
- 6 x 15 pol; pneus, 205/55 R 15. |
DIMENSÕES - comprimento, 4,187 m; largura,
1,68 m; altura, 1,591 m; entre-eixos, 2,469 m;
capacidade do tanque, 50 l; porta-malas, 430 a 527 l
(conforme ajuste do banco traseiro), 1.385 l (banco
rebatido); peso, 1.184 kg (câmbio manual) ou 1.197
kg (automatizado). |
DESEMPENHO
- velocidade
máxima, 175 km/h (gas.) e 177 km/h (álc.);
aceleração de 0 a 100 km/h, 11,8 s (gas.) e 11,5 s (álc.). |
Dados do
fabricante para versão com câmbio manual; consumo não disponível |
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"Por que demorou tanto?", é inevitável perguntar quando se vê que a
Volkswagen, seis anos depois do lançamento do CrossFox, enfim aplicou o mesmo
tratamento estético e mecânico à perua dele derivada, a SpaceFox, dando assim
origem à SpaceCross. Afinal, desde 1999 a Fiat vende com êxito uma perua
"aventureira" — a Palio Adventure — e tudo o que a VW oferecia até então no
segmento eram versões da antiquada Parati.
A SpaceCross chega pelo preço sugerido de R$ 58 mil, que inclui equipamentos de
série como bolsas infláveis frontais, freios com sistema antitravamento (ABS),
ar-condicionado, direção assistida, banco traseiro com regulagem longitudinal,
computador de bordo, faróis e limpador de para-brisa automáticos, sensores de
estacionamento traseiros, rodas de alumínio e controle elétrico dos vidros,
travas e retrovisores. O câmbio manual automatizado ASG é oferecido na versão
I-Motion, de R$ 60.690, e há outros opcionais como rádio ou rádio/toca-CDs com
MP3 e interface Bluetooth para telefone celular, volante ajustável em altura e
distância, bancos revestidos em couro sintético e, no caso da I-Motion, volante
com aletas para trocas manuais de marcha.
As alterações visuais são as mesmas feitas no Fox para se tornar o CrossFox,
menos uma: o estepe continua dentro do compartimento de bagagem, sem incomodar o
acesso a ele como faz o pneu externo do hatchback. De resto há para-choques de
aspecto mais robusto, faróis auxiliares de dupla função (para neblina e para
longo alcance), molduras nos arcos dos para-lamas e simulação de estribos nas
laterais. As rodas permanecem de 15 pol, mas com pneus 205/55 em vez de 195/55.
No interior são escassas as novidades: pedais com cobertura metálica, novo
tecido nos bancos e soleiras com o nome do modelo. Poderia haver algo mais para
quebrar o ar de austeridade.
O banco traseiro chama atenção por ser inteiriço, inconveniente em um tipo de
carro muitas vezes usado para o transporte misto de passageiros e cargas. A VW
alega que adotou encosto de cabeça para o passageiro central e, como o antigo
encosto bipartido usava a repartição em 50:50, teve de voltar a usar o
inteiriço. Espera-se que a questão seja rapidamente resolvida com o projeto de
um banco dividido em 60:40.
O motor de 1,6 litro e o câmbio — incluindo as relações de marcha e de
diferencial — são os mesmos da SpaceFox conhecida, mas a Cross traz mudanças na
suspensão: a altura de rodagem é 33 mm maior na frente e 35 mm maior atrás, as
bitolas foram alargadas (em 33 mm a dianteira e 23 mm a traseira) e há uma nova
calibração de molas e amortecedores. Além disso, os freios dianteiros têm discos
maiores, de 280 mm contra 256 mm. Pequena desvantagem é o maior diâmetro de
giro, 11,2 metros em vez de 10,4 m, o que torna menos fáceis os retornos e
manobras.
De acordo com o fabricante, o coeficiente aerodinâmico
(Cx) piorou de 0,336 da SpaceFox para 0,346 da SpaceCross e área frontal
aumentou 3%. Com isso, o produto da multiplicação (Cx.A) passa de 0,73 para
0,77, piora de 5%. Como a nova versão também é mais pesada (1.184 ante 1.143 kg
da Sportline, ambas com câmbio manual), o desempenho mostra ligeiras perdas:
acelerar de 0 a 100 km/h requer 0,4 segundo a mais e a velocidade máxima é 4
km/h mais baixa. A VW não informa consumo, que provavelmente também piora por
pequena margem.
Ao volante
O Best Cars dirigiu a SpaceCross com câmbio manual por terra e
asfalto na região de Campinas, SP. Em rodovia, a sensação é de boa estabilidade,
mas com alguma perda na precisão da direção em curvas rápidas: mostraram-se
necessárias pequenas correções que a SpaceFox convencional dispensa. Ao menos os
pneus adotados, que preveem uso exclusivo em asfalto, não representam maior
nível de ruído ou de aspereza que os das demais versões. É claro que os
interessados em rodar por lama precisarão substituí-los, mas de qualquer forma
esse não é um carro para tal uso.
O trecho de avaliação em terra não era esburacado nem representava qualquer
dificuldade, tendo apenas um pouco de cascalho e terra seca e fina. Ali a
SpaceCross mostrou boa calibração de suspensão, com um rodar firme que não chega
a ser desconfortável. Destaque para a boa pega do volante e para o motor com
boas respostas em baixa rotação, embora deixe a desejar em alta — a concorrente
da Fiat deixa-o bem para trás nesse quesito, com o novo E-Torq de 1,75 litro e
até 132 cv.
Comparada à própria SpaceFox Sportline, a nova SpaceCross é para se pensar duas
vezes, pois os cerca de R$ 2 mil a mais trazem apenas o estilo mais jovial, sem
qualquer vantagem prática no uso fora do asfalto e com algumas desvantagens
dentro dele. E, se comparada a outros automóveis do mercado, a situação se
agrava: R$ 58 mil ou mais por uma perua compacta, de acabamento simples e motor
de pouco mais de 100 cv é dinheiro demais para pouco carro. |