

Da mesma família do
2,0-litros, o novo 1,8 tem funcionamento suave e mais potência e torque;
segundo a fábrica, ele ainda consome menos


A versão de topo Altis acompanha
as mudanças, que incluem as rodas; como a XEi, adota leds no lugar de
lâmpadas nas lanternas traseiras



O Altis continua com o refinado
interior em bege; novidades são as conexões Bluetooth e USB e a câmera
de ré com imagens no retrovisor |
O Altis, enfim, adiciona acabamento interno bege, regulagem elétrica do
banco do motorista, acabamento do painel central e das portas em padrão
madeira, limpador de para-brisa automático, câmera de visão traseira e
faróis com lâmpadas de xenônio,
regulagem automática de altura e lavador. Sai por R$ 86.570: preço de
carro grande para um modelo médio.
Anda mais, bebe
menos
O motor de 2,0 litros, lançado no
Corolla no ano passado, vai a 2012 sem novidades: o foco das mudanças
foi o de 1,8 litro das versões mais simples. Não se tratou de atualizar
o motor usado desde 2003: é um novo projeto, da mesma família do
2,0-litros, evidenciado pelas novas medidas de diâmetro de cilindros e
curso de pistões (80,5 x 88,3 mm ante 79 x 91,5 mm do antigo). Agora os
dois motores são iguais em diâmetro.
Vários aprimoramentos do 2,0 chegam agora ao 1,8. A
variação do tempo de válvulas atua
também nas válvulas de escapamento, em vez de apenas nas de admissão; a
taxa de compressão sobe de 10:1 para
12:1 (a mesma do 2,0), importante para bom aproveitamento do álcool; as
velas são de irídio, os tuchos passam a ser hidráulicos (acaba a
necessidade de ajustar folga de válvulas, um anacronismo que persistia
até então) e o acionamento de válvulas por
alavancas roletadas contribui para reduzir atrito e consumo. A
distribuição continua a usar corrente, não correia dentada.
Com isso, o novo 1,8 fornece potência de 139 cv com gasolina e 144 cv
com álcool, ante 132 e 136 cv do anterior (na ordem), sempre a 6.000
rpm. O torque máximo também cresceu: de 17,3 m.kgf a 4.200 rpm para 18
m.kgf.m a 4.400 rpm, com gasolina, e de 17,5 m.kgf a 4.200 rpm para 18,6
m.kgf a 4.800 rpm, com álcool. Quem perdeu atrativos nessa história foi
o motor de 2,0 litros, que tem 142 cv/19,8 m.kgf e 153 cv/20,7 m.kgf, na
ordem, e agora apresenta vantagem discreta em potência e torque.
Embora não forneça dados de desempenho e consumo pelos padrões usuais —
o que é lamentável —, a Toyota divulgou alguns números obtidos pelo
Instituto Mauá de Tecnologia. A aceleração de 0 a 100 km/h do GLi com
câmbio automático baixou de 12,6 para 12,2 segundos, enquanto o Corolla
de 2,0 litros a cumpre em 11,6 s. Na retomada de 60 a 100 km/h, o 1,8
anterior precisava de 8,7 s, que melhoraram para 8,4 s; o 2,0 faz a
prova em 7,5 s. Pela mesma fonte, a empresa anuncia melhora no consumo:
o GLi com álcool faria 7,5 km/l na cidade e 10,9 km/l na estrada, ante
6,4 e 10 km/l do anterior. No caso do 2,0-litros, os índices são de 6,2
e 10,2 km/l, na ordem.
O ganho em economia talvez seja ainda maior no caso de versões manuais,
por conta da nova caixa de seis marchas. A Toyota simplesmente
acrescentou uma sexta bem longa, sem alterar as demais relações ou mesmo
o par final (diferencial). O resultado é que, com a sexta de relação
0,70 em comparação à quinta 0,81, a rotação em última marcha caiu 13,6%,
de exageradas 3.550 rpm para apenas 3.000 rpm a 120 km/h reais. A curva
de torque do novo motor permitiu a mudança, que deixa o Corolla 2012
muito diferente dos modelos até 2008, quando o câmbio era incomodamente
curto. Pelo mesmo motivo, na versão automática o diferencial está 2,5%
mais longo.
A Toyota providenciou boas condições de avaliação à imprensa: 160
quilômetros com duas versões (em nosso caso, os GLi manual e automático)
por boas rodovias na região de Atibaia, no interior paulista. E o novo
motor 1,8 agradou pelo funcionamento suave, com nível de vibrações mais
contido que no anterior e rápido crescimento de giros. Há boas respostas
em baixa rotação, mérito do variador de válvulas e da taxa de compressão
mais alta, o que permite razoáveis retomadas mesmo na longa sexta
marcha.
O câmbio manual tem engates macios e precisos, embora agora seja
necessário puxar um anel-trava para colocar a ré, o que o anterior
dispensava. Passando à versão automática as boas impressões se mantêm,
associadas a uma operação de mudanças de marcha suave e decidida, com
rápida atuação quando o motorista pede reduções por meio do acelerador.
Uma quinta marcha seria bem-vinda, mas o novo motor lida melhor com as
quatro existentes que o antigo, por ter mais torque em baixa rotação.
E assim, ao modo Toyota, o Corolla chega à linha 2012. Algum cliente da
concorrência mudará para ele por causa das novidades? É pouco provável:
o que elas fazem é acentuar algumas qualidades do modelo, como a
economia das versões 1,8 e o conforto de uso em todos os aspectos,
enquanto as sutis atualizações de estilo só devem mesmo motivar a troca
de um Corolla usado por um novo. Fica por ser observado como a liderança
da marca japonesa reagirá à sucessão de lançamentos na categoria e,
sobretudo, à chegada do novo Civic. |