

O bom painel não tem
termômetro, mas inclui luz-piloto para motor frio; rádio/CD vem de série
no Tiida e na versão SL o ar-condicionado é automático



Motor de 124 cv com boa
potência em baixa rotação, suspensão bem calibrada e pneus 185/65-15:
conjunto agradável, que ficaria mais com sexta marcha longa |
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MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 84 x 81,1 mm.
Cilindrada: 1.798 cm3. Taxa de compressão: 9,9:1. Injeção
multiponto seqüencial. Potência máxima: 124 cv a 5.500 rpm. Torque máximo:
17,5
m.kgf a 4.800 rpm. |
CÂMBIO
- manual, 6 marchas, ou automático, 4 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a tambor; antitravamento
(ABS) na versão SL. |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência elétrica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção. |
RODAS
- 15 pol; pneus, 185/65 R 15. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,295 m; largura, 1,695 m; altura, 1,545 m;
entreeixos, 2,6 m; capacidade do tanque, 52 l; porta-malas, 289
l (banco traseiro fixo) ou 463 l (banco ajustável em posição
avançada); peso, 1.207 kg (S manual) a 1.260 kg (SL automático). |
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Com
peso de 1.207 a 1.260 kg (S manual e SL automático), sua melhor relação
peso-potência está em 9,7 kg/cv, e a pior, 10,2 kg/cv, o que só poderia
resultar em desempenho mais do que adequado em qualquer situação de uso
normal. A fábrica declara aceleração 0-100 km/h em 10,5 segundos para o
manual e 11,9 segundos para o automático, com velocidades máximas de 192
e 181 km/h, na ordem. O consumo de combustível indicado mostra a
eficiência do conjunto, em boa parte pelo
coeficiente aerodinâmico (Cx) de apenas 0,29, um feito para um carro
dessa altura. O tanque de 52 litros, que a princípio seria um tanto
pequeno, na verdade proporciona autonomia expressiva.
Fora a técnica atraente, o Tiida deverá conquistar muitos consumidores
pela dotação de itens de série (o único opcional é o câmbio automático),
além das cinco cores, as sólidas preta e vermelha e as metálicas prata,
bege e cinza. A versão S traz bolsas infláveis frontais,
ar-condicionado, espelhos nos pára-sóis, ajuste de altura do volante,
retrovisores com ajuste elétrico, iluminação do porta-luvas, repetidores
laterais das luzes de direção, imobilizador, rodas de alumínio (estepe
em aço), rádio/toca-CDs com quatro alto-falantes e pintura de maçanetas,
retrovisores e pára-choques na cor da carroceria.
A SL traz a mais ar-condicionado de controle automático, console central
com tampa e apoio de braço, apoio de braço no banco traseiro com
porta-copos integrado, volante revestido em couro, iluminação nos
espelhos dos pára-sóis, detalhes diferenciados no painel, faróis de
neblina e teto solar com controle elétrico.
Como anda
Pelos dados técnicos, já era de se supor que o Tiida andasse bem. Isso
se confirmou numa viagem ida-e-volta de Guarulhos a Campos do Jordão, em
São Paulo. O motor é bem suave até à rotação de corte (6.500 rpm) e
impressiona a elasticidade, podendo ser usado perfeitamente ao redor de
2.000 rpm, mas empurrando como se espera a partir de 3.500 rpm. O câmbio
é bem escalonado, mas a Nissan pecou — como tantas outras fábricas no
Brasil — ao deixar a sexta curta, como marcha de desempenho. A 120 km/h
reais o motor já está a 3.500 rpm, levando o motorista a procurar a
"sétima". No Sentra esse mal não acontece.
Para o leitor entender como se chegou à velocidade verdadeira, a Nissan,
num ato pioneiro em apresentações à imprensa no Brasil, instalou em
todos os carros navegador por GPS, uma iniciativa a imitar e que merece
os parabéns do Best Cars. Pelo GPS tem-se a velocidade verdadeira
e instantânea.
O comportamento do Tiida é exemplar em todas as situações, apesar dos
pneus algo estreitos, 185/65-15. No trecho de serra foi possível
explorar bem as potencialidades do chassi, que se mostrou irrepreensível
sem precisar recorrer a amortecedores duros demais. O carro pode ser
atirado com vigor nas curvas, sem movimento parasita ou tendência
exagerada a sair de frente, e nenhuma a fugir de traseira. E foi
adequado ao piso brasileiro com altura de rodagem tal que resulta na
distância mínima do solo de 145 mm.
A caixa automática de quatro marchas, bem simples, carece dos recursos
de lógica das melhores. Em subida de serra provoca a "caça" de marchas,
o que requer bloquear a quarta pelo botão na manopla e deixar o câmbio
trocar só até a terceira. Não é nenhum expoente, mas dá conta do recado
e permite viajar a 120 km/h com motor a 3.000 rpm.
Em suma, um carro agradável, bem-pensado até em detalhes importantes
como o amplo apoio de pé esquerdo. Seria interessante, porém, um
retrovisor esquerdo convexo no lugar do
plano. O Tiida começa a ser vendido na cadência de 230 a 250 unidades
por mês, com que a Nissan espera colocar no mercado 1.300 unidades até o
final do ano. O mix previsto é 55% para S e 45% de SL, com a mesma
proporção quanto ao tipo de câmbio, manual e automático, na ordem. Uma
bem-vinda investida em um segmento há anos sem lançamentos. |