

O Hy Motion em avaliação:
respostas ágeis pelo torque instantâneo, apesar dos 1.870 kg, e
disposição para chegar à máxima de 140 km/h


O interior é o de um Tiguan
comum, exceto pelo mostrador central do painel, que exibe o percurso da
energia em sua produção e consumo

O abastecimento rápido de
hidrogênio, por mangueira, é uma grande vantagem do sistema em relação à
lenta recarga dos modelos elétricos |
Como outros carros elétricos, o Tiguan não desperdiça as demais fontes
de energia da movimentação do carro e de sua frenagem. Assim, é equipado
com sistema regenerativo de aproveitamento de energia nos freios. Essa
energia, captada quando se freia o veículo, é armazenada nas baterias
para alimentar sistemas periféricos do carro e o próprio motor elétrico,
enquanto não se atinge a temperatura ideal de funcionamento da pilha a
combustível. Por ser um sistema auxiliar, o conjunto de baterias é
pequeno, ocupa pouco espaço e pesa pouco. A cabine do Tiguan não foi
alterada em nada, sendo que o Hy Motion tem o mesmo interior de uma
versão de linha. Além disso, o protótipo pesa razoáveis 250 kg a mais
que um Tiguan com motor a combustão, em total de 1.870 kg. Como o peso
ainda pode ser otimizado com o desenvolvimento da tecnologia, essa
diferença pode cair bastante.
Em silêncio
A Volkswagen apresentou o carro à imprensa no kartódromo de Aldeia de
Serra, na Grande São Paulo. Embora o percurso estivesse limitado a três
voltas na pista, foi o suficiente para perceber como funciona o sistema.
Ao entrar no Tiguan, a sensação é de estar em um carro normal, exceto
pelo instrumento que demonstra a potência desenvolvida pelo
motor em kW, no local do contagiros, e a tela central que informa o “percurso” que a
energia faz no carro. No espaço habitual do termômetro do motor vem um
indicador de carga da bateria.
A diferença começa ao andar. Parado e em funcionamento, o carro não
emite ruído nenhum. Não há câmbio — apenas um inversor do motor para
quando se pretende andar para trás —, mas foi prevista uma alavanca, que
se coloca em Drive, e então basta acelerar para movimentar o carro. Com
o torque constante típico dos motores elétricos, o Tiguan acelera bem e
de forma linear. Por ter mais sistemas acoplados ao motor elétrico, ele
emite mais ruídos que o FCC2 da Fiat, por
exemplo. Mas esses ruídos, que em nada incomodam, existem em função da
alimentação e da compressão do hidrogênio, do sistema
regenerativo dos freios, do compressor do ar-condicionado e do sistema
que alimenta a assistência de frenagem — o carro não possui servofreio
convencional, pois não há vácuo para ser aproveitado no auxilio à
frenagem.
Evidente que o objetivo não era testar o desempenho, mas se pôde
perceber que o motor elétrico cumpre bem o papel de locomover com
desenvoltura o Tiguan. O carro acelera de forma gradual e chega a 100
km/h partindo da imobilidade em 14 segundos, com velocidade máxima de
140 km/h. Não exatamente rápido, mas poderia acompanhar o tráfego urbano
e rodoviário da maioria dos países sem problema — e se manter em
velocidade sem nenhum esforço maior. A única coisa que se estranha é a
ausência de freio-motor: ainda que o sistema que auxilia a frenagem
produza um pouco desse efeito, segundo os engenheiros responsáveis pelo
projeto, a sensação de tirar o pé do acelerador e o carro manter a
velocidade não é natural. Mas nada a que o motorista não se adapte de
maneira rápida.
Além de todos esses benefícios, o carro com pilha a combustível não
polui, pois expele pelo escapamento apenas vapor e água. Resta tornar
essa tecnologia viável para que ganhe as ruas em maior volume — por
enquanto, apenas a Honda oferece um carro assim, só no estado
norte-americano da Califórnia, o modelo FCX
Clarity. |
MOTOR
- elétrico de corrente alternada; potência máxima, 136 cv;
torque máximo, ND; alimentado por eletricidade produzida em
pilha a combustível a partir de hidrogênio e oxigênio. |
CÂMBIO
- não há; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco. |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência, ND. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, independente
multibraço. |
RODAS
- ND. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,427 m; largura, 1,809 m; altura, 1,686 m;
entreeixos, 2,604 m; capacidade do tanque de hidrogênio, 3,2 l
(armazenados à pressão de 700 bars); portamalas, ND; peso, 1.870 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 140 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 14 s. |
Dados do fabricante; ND =
não disponível |
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