Houve alguma perda em desempenho e comportamento dinâmico, mas o Sandero ainda agrada ao motorista com boas respostas do motor 1,6

Três dos seis padrões de adesivos que podem ser aplicados aos pára-lamas traseiros; a tampa do porta-malas também tem grafismo alegre

Inspirada no CrossFox, a Renault montou o Stepway um tanto escasso de equipamentos de série. Vem apenas com direção assistida hidráulica, computador de bordo, faróis de neblina, rodas de alumínio de 16 pol com pneus 195/50 Continental Cross Contact (o estepe tem a mesma medida, mas em roda de aço), retrovisores e maçanetas na cor prata e painéis de porta com revestimento em tecido. Todo o resto é cobrado à parte, de forma que o preço básico sugerido de R$ 44 mil soa um tanto alto.

O pacote Step de opcionais traz ar-condicionado e controle elétrico de vidros dianteiros e travas, com os quais passa a R$ 48.600. O pacote Top (Step mais vidros elétricos traseiros, retrovisores elétricos, alarme e rádio/CD/MP3 com comando satélite junto ao volante) leva-o a R$ 49.800. Portanto, a versão custa R$ 5.300 mais que a Privilège com o mesmo conteúdo, o que parece abusivo. Freios antitravamento (ABS) e bolsas infláveis frontais somam R$ 2.900; volante e bancos de couro, R$ 1.800. Completo ele vai a R$ 53.700, o que já é faixa de Mégane.

O Stepway vem equipado com o motor 1,6 16V, que produz torque de 15,1/15,5 m.kgf e potência de 107/112 cv, sempre com gasolina e álcool, na ordem, e já está em conformidade com as normas de emissões poluentes estipuladas para o próximo ano. A transmissão e a suspensão sofreram mudanças. O câmbio teve as três primeiras marchas alongadas, em contrapartida ao encurtamento do diferencial, feito em função do aumento de diâmetro dos pneus. O resultado foi que quarta e quinta estão um pouco mais curtas, mas não a ponto de incomodar. A 120 km/h em quinta o carro mantém a rotação na faixa aceitável de 3.500 rpm.

A suspensão foi a parte que recebeu mais atenção. Para aumentar sua altura, os engenheiros da Renault reestudaram a calibração de molas e amortecedores, além de o subchassi dianteiro receber novos pontos de fixação. A bitola aumentou em 42 mm no eixo dianteiro e 29 mm no traseiro, o que contribui para o aspecto robusto e a estabilidade. Parte desse aumento foi obtido com menor profundidade de montagem (off-set) das rodas. O eixo traseiro foi reforçado e a posição do tubo de ar de admissão foi alterada, assim como a posição do escapamento, agora mais inclinado para se adequar ao espaço destinado a ele.

No total, o Stepway aumentou seu peso em 50 kg em relação ao Sandero. A fábrica não informou o coeficiente aerodinâmico (Cx), mas se espera alguma piora pelos anexos à carroceria, enquanto a maior altura e os pneus mais largos aumentam a área frontal. Por tudo isso, houve certa perda em velocidade máxima (de 184 para 177 km/h) e aceleração de 0 a 100 km/h (de 10,1 para 10,5 segundos, sempre com álcool). Ligeiro aumento de consumo também é previsto, mas a Renault é mais um fabricante a omitir esse importante dado da imprensa e do consumidor.

A avaliação do Stepway pela imprensa foi na região de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. O comportamento dinâmico do carro continua bom, com respostas dentro do esperado diante das alterações de suspensão e aumento de altura que o carro recebeu. As respostas do volante poderiam ser um pouco mais precisas, já que foi notada certa perda nesse aspecto em relação ao Sandero comum. Brilhante mesmo continua seu motor, um destaque do carro. O conforto de marcha não foi prejudicado, estando dentro da média do segmento, mas o carro poderia ser menos ruidoso.

Com a habitual garantia de três anos, visual interessante e preço competitivo dentro da categoria — embora alto diante do conteúdo de série —, o Sandero Stepway pretende conquistar 8.000 consumidores em 2009. E deve incomodar bastante seus concorrentes, em especial o CrossFox, para o qual a Renault mira com mais atenção suas armas.

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