




Detalhes externos em preto,
defletor de teto, tomada de ar ampliada no capô, painel com luz azul: em
busca de algo novo na velha aparência |
Como faz desde 2001, quando a linha S10/Blazer foi reformulada pela
última vez, a General Motors apresentou para 2009 leves alterações em
sua linha média de picapes e utilitários esporte. Foi mantido o desenho
da carroceria, mas com mudanças cosméticas, enquanto o interior tem
modificações discretas.
Para compensar a falta de novos atrativos, a marca passa a oferecer o
S10 Advantage com cabine simples, ao preço sugerido de R$ 47 mil. Antes,
o cliente que quisesse se iniciar na linha tinha de ficar com o
Advantage de cabine dupla, que custa R$ 57.269. A nova versão concorrerá
com o Ranger XLS. Além da opção mais
barata, a GM agora aplica o motor flexível
de 2,4 litros à versão Executive de cabine dupla (por R$ 71 mil), que
vinha usando apenas o turbodiesel de 2,8 litros. A linha S10 compreende
ainda os acabamentos Colina (a diesel com cabine simples ou dupla e
tração 4x2 ou 4x4) e Tornado (a diesel, 4x2 ou 4x4, sempre dupla). O
Executive a diesel pode ter ambas as trações; a gasolina, só 4x2.
As mudanças da linha 2009 tentam refrescar um desenho já bastante
antigo, pois ambos os modelos foram lançados em 1995 e reestilizados, na
frente e na traseira, para 2001. O capô ganhou entrada de ar ainda
maior, que continua sem utilidade e fica interessante apenas quando
pintada. A grade agora possui apenas uma barra central e outra (cromada)
no topo e o símbolo da marca vem sem contornos. No centro do pára-choque
existe um acessório preto que simula um quebra-mato. Outros itens vistos
nas fotos, como estrutura de caçamba ("santantônio") e estribos, são
vendidos à parte.
As colunas dianteiras receberam adesivo preto, antes utilizado apenas
nas centrais, recurso para dar impressão de maior área de vidros. No
teto do picape há um novo defletor de ar combinado a barras
transversais, capazes de transportar 45 kg de carga. Na traseira, a
tampa da caçamba do S10 agora possui uma faixa de plástico preto que a
percorre de um lado a outro, enquanto as lanternas ganharam saliências.
No Blazer a parte de trás mostra apenas o novo logotipo. O resultado do
conjunto é bastante discutível e, pelo que pudemos perceber, por
enquanto teve maior rejeição que aprovação.
No interior, os instrumentos ganham grafia e iluminação em azul e giram
os ponteiros até o fim da escala ao ligar a ignição, como no Vectra.
Mesmo na versão Executive, a quantidade de plástico aumentou. Permanecem
problemas antigos, como a falta de espaço para os passageiros do banco
traseiro e a posição de dirigir mal projetada, com pedais fora do
alinhamento do banco. Na parte técnica, a única alteração é o aumento de
19% na capacidade do tanque de combustível do S10 de cabine dupla,
passando dos 67 para 80 litros, de forma a compensar parte do aumento de
consumo com uso de álcool.
A Chevrolet escolheu as cidades de Uberlândia e Uberaba, em Minas
Gerais, para o lançamento. Na versão avaliada, um S10 Advantage de
cabine dupla, o motor de 2,4 litros abastecido com álcool mostrou que
está bem adaptado à proposta. O picape arranca com desenvoltura e nas
retomadas, mesmo em quinta marcha e com o ar-condicionado ligado, não é
difícil ganhar velocidade. Para o tipo de veículo, a embreagem é macia e
os engates das marchas precisos. A direção continua leve em baixa
velocidade e carente de atenção em altas. A suspensão voltada para o
conforto é agradável em pisos irregulares, considerada a categoria do
veículo.
Apesar da falta de melhorias e do aspecto discutível das mudanças, o S10
e o Blazer têm seus atrativos e continuam vendendo muito bem — o picape
caminha para o 14º ano de liderança do mercado de médios. Fatores como
resistência, motor flexível, ampla rede de concessionárias, preço das
versões de entrada e a tradição da marca americana em produzir picapes
pesam nos números de vendas, que hoje se destinam a governo (38%),
frotistas e pecuaristas (33%) e varejo (29%) no caso do S10.
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