Do limão, uma limonada

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Com retoques visuais e no interior, o espartano Renault Logan consegue
transmitir um aspecto mais refinado, mas ainda tem onde melhorar

Texto: Roberto Agresti - Fotos: divulgação

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Sem mudanças de alto custo, a Renault conseguiu melhor aspecto com novos para-choques, grade, lanternas e tampa traseira com uma borda

Um carro de tamanho médio com preço de compacto: essa é a definição do Renault Logan dada pelo próprio fabricante para o modelo 2011, que traz a primeira intervenção — de ordem meramente estética — no modelo desde seu lançamento por aqui, há pouco menos de três anos. A definição é verdadeira, por sinal, uma vez que entre seus pares (Fiat Siena, Chevrolet Classic, Prisma e Corsa Sedan, Ford Fiesta, Volkswagen Voyage, Peugeot 207 Passion e o Symbol da mesma Renault) o Logan é certamente o maior tanto em dimensões externas quanto nas internas, além de oferecer uma das maiores capacidades de bagagem.

Em 2009 o pequeno-grande Renault abocanhou 5% de participação no mercado de sedãs compactos. A meta com a renovação estética é alcançar 7% em 2010, o que representaria 35 mil unidades. Agora estão disponíveis apenas duas versões: Authentique, com motor 1,0-litro de 16 válvulas (preço sugerido de R$ 28.690), e Expression, com o mesmo propulsor (a R$ 30.190) ou o 1,6 de oito válvulas (R$ 32.690). O Logan já havia perdido o motor 1,6 de 16 válvulas e agora desaparece o acabamento Privilège, que não fazia sentido em um carro com proposta de ser simples. A Renault já tem outro sedã compacto, o Symbol, com intenção de oferecer requinte — pena é que ele seja bem menos espaçoso que o Logan, o que impõe ao consumidor a escolha entre um atributo e outro.

Os equipamentos de série do Authentique são um tanto escassos: imobilizador de motor, terceira luz de freio, conta-giros, temporizador do limpador. Paga-se a mais por itens básicos de segurança como aquecedor e desembaçador traseiro. Com direção assistida e ar-condicionado ele vai a R$ 32.690, mesmo preço de um Expression 1,6 básico. No Expression 1,0, ar quente e desembaçador vêm de série. Ar e direção estão associados a volante ajustável em altura, faróis de neblina, computador de bordo e vidros dianteiros e travas elétricos em um pacote opcional de R$ 4.700. Por mais R$ 2.000 levam-se bolsas infláveis frontais, freios antitravamento (ABS), volante revestido de couro e o terceiro apoio de cabeça traseiro. Quem optar pelo Expression 1,6 pode adquirir ainda rodas de alumínio de 15 pol (R$ 750) e pacote com alarme, vidros traseiros e retrovisores elétricos e rádio/CD com MP3 e comando junto ao volante (R$ 1.000). O preço máximo de um Logan, assim, chega a R$ 42.440 com pintura metálica.

O aspecto do modelo 2011 se mostra menos “pé-de-boi” que a versão anterior, mérito dos tradicionais cromados, recurso manjado, mas de efeito líquido e certo. Aplicado sobre a grade — de novo desenho assim como faróis, para-choques, lanternas traseiras e tampa do porta-malas —, tal acabamento foi aliado a um arredondamento das angulares formas do Logan e resultou numa estética mais agradável. No interior, alguns materiais de aspecto melhor foram incorporados. O padrão dos tecidos e o grafismo dos instrumentos no painel revistos buscam maior sensação de qualidade. Uma reivindicação dos clientes, segundo a Renault, foi atendida com a migração dos comandos elétricos de vidros do painel para os puxadores das portas — que também cresceram e estão mais fáceis de serem usados, seguindo os do Sandero. O antigo puxador, muito inconveniente, nunca deveria ter sido adotado e é lamentável que o novo seja opcional no Authentique. Outro aspecto que melhorou foi o isolamento acústico. Com relação à mecânica, nenhuma alteração.

Ao volante   Nosso contato com o sedã foi breve, mas suficiente: 50 quilômetros pela rodovia BA-099 que margeia o Atlântico, a chamada Linha Verde, na Bahia. Começamos pela versão Expression 1,6 dotada de todos os opcionais. É realmente louvável a intenção de “fazer do limão uma limonada”, ou seja, converter um carro que desde a prancheta nasceu para ser simples, essencial, em um sedã com ares requintados. O volante revestido em couro não faria má figura em modelos mais caros da marca, mas basta olhar para o alto e perceber a forração do teto mais do que simples, ou notar o carpete dos mais básicos, para se lembrar que esse é o conhecido Logan. O quadro de instrumentos disfarça bem as origens espartanas com o bom desenho e o computador de bordo da versão. Se o controle elétrico dos vidros está em melhor posição agora, os comandos de ventilação e ar-condicionado continuam lá embaixo, fora do ângulo ideal de visão. Continua

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Plásticos, instrumentos e tecidos mudaram para ganho em aparência; os puxadores são os do Sandero e os comandos de vidros vêm nas portas

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Data de publicação: 14/4/10

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