Sem mudanças de alto custo, a
Renault conseguiu melhor aspecto com novos para-choques, grade,
lanternas e tampa traseira com uma borda |
Um carro de tamanho médio com preço de compacto: essa é a definição do
Renault Logan dada pelo próprio fabricante para o modelo 2011, que traz
a primeira intervenção — de ordem meramente estética — no modelo desde
seu lançamento por aqui, há pouco menos de três anos. A definição é
verdadeira, por sinal, uma vez que entre seus pares (Fiat Siena,
Chevrolet Classic, Prisma e Corsa Sedan, Ford Fiesta, Volkswagen Voyage,
Peugeot 207 Passion e o Symbol da mesma Renault) o Logan é certamente o
maior tanto em dimensões externas quanto nas internas, além de oferecer
uma das maiores capacidades de bagagem.
Em 2009 o pequeno-grande Renault abocanhou 5% de participação no mercado
de sedãs compactos. A meta com a renovação estética é
alcançar 7% em 2010, o que representaria 35 mil unidades. Agora estão
disponíveis apenas duas versões: Authentique, com motor 1,0-litro de 16
válvulas (preço sugerido de R$ 28.690), e Expression, com o mesmo
propulsor (a R$ 30.190) ou o 1,6 de oito válvulas (R$ 32.690). O Logan
já havia perdido o motor 1,6 de 16 válvulas e agora desaparece o
acabamento Privilège, que não fazia sentido em um carro com
proposta de ser simples. A Renault já tem outro sedã compacto,
o Symbol, com intenção de oferecer requinte — pena é que ele seja bem
menos espaçoso que o Logan, o que impõe ao consumidor a escolha entre um
atributo e outro.
Os equipamentos de série do Authentique são um tanto escassos:
imobilizador de motor, terceira luz de freio, conta-giros, temporizador
do limpador. Paga-se a mais por itens básicos de segurança como
aquecedor e desembaçador traseiro. Com direção assistida e
ar-condicionado ele vai a R$ 32.690, mesmo preço de um Expression 1,6
básico. No Expression 1,0, ar quente e desembaçador vêm de
série. Ar e direção estão associados a volante ajustável em altura, faróis
de neblina, computador de bordo e vidros dianteiros e travas elétricos
em um pacote opcional de R$ 4.700. Por mais R$ 2.000 levam-se bolsas
infláveis frontais, freios antitravamento (ABS), volante revestido de
couro e o terceiro apoio de cabeça traseiro. Quem optar pelo Expression
1,6 pode adquirir ainda rodas de alumínio de 15 pol (R$ 750) e pacote
com alarme, vidros traseiros e retrovisores elétricos e rádio/CD com MP3
e comando junto ao volante (R$ 1.000). O preço máximo de um Logan,
assim, chega a R$ 42.440 com pintura metálica.
O aspecto do modelo 2011 se mostra menos “pé-de-boi” que a versão
anterior, mérito dos tradicionais cromados, recurso manjado, mas de
efeito líquido e certo. Aplicado sobre a grade — de novo desenho assim
como faróis, para-choques, lanternas traseiras e tampa do porta-malas —,
tal acabamento foi aliado a um arredondamento das angulares formas do
Logan e resultou numa estética mais agradável. No interior, alguns
materiais de aspecto melhor foram incorporados. O padrão dos tecidos e o
grafismo dos instrumentos no painel revistos buscam maior sensação de
qualidade. Uma reivindicação dos clientes, segundo a Renault, foi
atendida com a migração dos comandos elétricos de vidros do painel para
os puxadores das portas — que também cresceram e estão mais fáceis de
serem usados, seguindo os do Sandero.
O antigo puxador, muito inconveniente, nunca deveria ter sido adotado e
é lamentável que o novo seja opcional no Authentique.
Outro aspecto que melhorou foi o isolamento acústico. Com relação à
mecânica, nenhuma alteração.
Ao volante
Nosso contato com o sedã foi breve, mas suficiente: 50 quilômetros pela
rodovia BA-099 que margeia o Atlântico, a chamada Linha Verde, na Bahia. Começamos
pela versão Expression 1,6 dotada de todos os opcionais. É realmente
louvável a intenção de “fazer do limão uma limonada”, ou seja, converter
um carro que desde a prancheta nasceu para ser simples, essencial, em um
sedã com ares requintados. O volante revestido em
couro não faria má figura em modelos mais caros da marca, mas basta
olhar para o alto e perceber a forração do teto mais do que simples, ou
notar o carpete dos mais básicos, para se lembrar que esse é o conhecido
Logan. O quadro de instrumentos disfarça bem as origens espartanas com o
bom desenho e o computador de bordo da versão. Se o controle elétrico
dos vidros está em melhor posição agora, os comandos de ventilação e
ar-condicionado continuam lá embaixo, fora do ângulo ideal de visão.
Continua |