


Desempenho discreto com motor
1,6 e muito bom com o 2,0-litros, rodar confortável, suspensão valente:
o Duster revelou atributos na avaliação |
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Ao
volante
Durante a avaliação da imprensa, em um circuito muito bem elaborado,
dirigimos as versões de 1,6 e 2,0 litros com câmbio manual; o automático
e o 4WD ficam para a avaliação completa. De acordo com a Renault, o
Duster recebeu tratamento para reduzir o ruído interno de maneira
expressiva. Mesmo assim, o motor 1,6 mostrou funcionamento áspero e algo
ruidoso, em boa parte pela necessidade de se manter em alta rotação,
pois os 115 cv sentem bem os 1.258 kg da versão. A 120 km/h em quinta
marcha são 3.800 rpm, regime algo elevado.
Em pisos irregulares o Duster apresentou ótimo trabalho de calibragem da
suspensão e de encaixe das peças internas, pois mantém um rodar
confortável e, mesmo em piso de calçamento, o ruído interno foi bem
contido. Ao chegar à estrada de terra, as qualidades começaram a
aparecer de forma mais evidente. Uma sequência de curvas indicou que os
pneus 215/65 R 16 da Bridgestone têm boa capacidade de aderência. Com
altura de 1,69 m e 21 cm de vão livre do solo, era de se esperar um
veículo menos estável, mas para compensar a Renault adotou grandes
bitolas nos eixos dianteiro e traseiro. O resultado foi um utilitário
que transmite confiança.
Para concorrer com o EcoSport na categoria de 1,6 litro, a mais vendida,
o Duster tem para oferecer como vantagens o espaço interno, o conforto e
o estilo mais moderno. Já o motor de 16 válvulas pode ser boa opção ao
oito-válvulas da Ford em alta rotação, mas em baixa deixa um pouco a
desejar.
Tudo muda, claro, na versão de 2,0 litros. Mesmo com tração dianteira, o
desempenho desse Duster no fora-de-estrada é convincente, em função não
só da grande altura do solo, que ajuda muito a transpor obstáculos, mas
também pela estrutura reforçada, que permite "jogá-lo" nas trilhas com
segurança. O destaque está no motor com boas respostas desde baixa
rotação e funcionamento mais "limpo" e silencioso. Poderia ser mais no
uso rodoviário se a Renault aproveitasse a sexta como
sobremarcha, mas sua opção foi por um
câmbio curto para maior agilidade. Com isso, a 120 km/h em sexta o motor
está a 3.500 rpm.
De acordo com o departamento de marketing da Renault, espera-se uma
divisão de vendas equilibrada entre os motores de 1,6 e 2,0 litros. Se
confirmar a expectativa da marca, o Duster aumentará a participação de
mercado da Renault dos atuais 6,1% para 6,8%. O crédito no utilitário
esporte veio da simples observação do mercado nos últimos 10 anos,
quando esse segmento passou de 13.700 unidades vendidas, em 2000, para
237.000 em 2010, aumento de 16 vezes. |