

Do conta-giros central à
chave inserida à esquerda, o motorista sente-
se em um típico Porsche, só que com espaço para cinco e maior altura


O interior da versão Turbo traz
toca-DVDs e sintonizador de TV, ao lado da opção de monitores para o
banco traseiro, também disponíveis no S

No console, controles da tração
integral, do programa de amortecimento e do ajuste de altura da
suspensão pneumática, que oferece seis níveis |
Reduzir peso, aumentar a potência e lapidar detalhes: a lição foi
imposta aos técnicos de Stuttgart e o resultado impressiona. Quem jamais
travou contato com um Cayenne se surpreende com a manobrabilidade de um
veículo com tamanha massa — 2.065 kg o Cayenne S e 2.170 kg o Turbo — e
com medidas avantajadas. Volumoso? Sim, e o novo é levemente maior que
seu predecessor. No entanto a impressão visual é oposta, pois recursos
estilísticos que remetem a seus parentes — como os faróis "a la
Panamera" ou as
lanternas traseiras, cuja junção com o para-choque segue a mesma receita
dos 911 — se encarregam
de vincular o SUV aos esportivos da marca, exemplos de compacidade e
harmonia.
Fica evidente que a nova geração seja visualmente mais esportiva — e não
só no visual, claro. Os 500 cv para o Cayenne Turbo, com 71,4 m.kgf de
torque, e os 400 cv com 51 m.kgf para o "S" permitem perceber a dose de
adrenalina que esses grandes Porsches podem oferecer a seus donos.
Comparado à versão anterior, o Turbo apresenta a mesma potência em seu
motor V8 biturbo de 4,8 litros alimentado por
injeção direta de gasolina, que permite
ao modelo alcançar 278 km/h e fazer de 0 a 100 km/h em excelentes 4,7
segundos. O desempenho está melhor por conta da cura emagrecedora, que
diminuiu nada menos que 185 kg do peso total.
No Cayenne S o motor também é um V8 de 4,8 litros com injeção direta, só
que de aspiração natural, e que conta — assim como no Turbo — com
gerenciamento eletrônico do comando de
válvulas, o VarioCam Plus. O sistema "entende" quando convém maior
ou menor abertura das válvulas, assim como antecipação ou atraso dos
tempos de admissão. Também atuam no V8 os
coletores de admissão variáveis. A velocidade máxima é de 258 km/h e
o 0-100 km/h faz-se em 5,9 s. Diminuiu o peso em relação ao anterior, em
180 kg, e o Cx está em razoável 0,36.
Em ambos os modelos, a redução das emissões de gás carbônico (CO2) foi
importante: 26% para o "S" e 25% no Turbo. Quanto a consumos, os valores
alcançaram até 23% de economia no "S" e 22% no Turbo, para o que
contribui a adoção de parada e partida
automáticas nos dois motores. E fazendo par a todo esse aumento de
eficiência mecânica está a caixa de câmbio Tiptronic S de oito marchas,
de série em ambos. Pelo sistema PTM (Porsche Traction Management), a
tração integral está associada ao ABD e ao ASR (controles eletrônicos de
freios e de tração).
Através de um controle no console é possível determinar que a tração nas
quatro rodas, em condições extremas de fora de estrada, atue todo o
tempo. Normalmente há um monitoramento constante das condições de
rodagem via sensores que determinam a exata força enviada a cada roda,
tendo em vista parâmetros como aceleração longitudinal, transversal e
ângulo do volante. O ASR atua freando eventualmente rodas que percam
aderência, enquanto o ABD se encarrega de controlar a potência enviada
para obter a melhor capacidade de tração.
Uma particularidade do câmbio de oito marchas está no fato de que a
velocidade máxima é alcançada na sexta, servindo sétima e oitava marchas
como alternativas para redução da rotação do motor em velocidades de
cruzeiro — pense no ritmo das autobahnen alemãs, onde 200 km/h são
comuns nos trechos sem limite de velocidade. Como usual nesse padrão de
carro, o comando manual das marchas se dá tanto pela alavanca no console
como nas hastes do volante de três raios, que comanda a direção com
assistência hidráulica de controle eletrônico Servotronic, com peso
variável conforme a velocidade do veículo. Destaque é o pequeno diâmetro
de giro, de apenas 11,9 m.
Quanto às suspensões, na dianteira o sistema é de braços transversais
duplos sobrepostos de alumínio, enquanto na traseira há um arranjo
multibraço. Tais suspensões são dotadas de série do PASM, Porsche Assist Suspension Management,
sistema que associa molas
com sistema pneumático a um ajuste eletrônico de amortecimento e de
altura, de forma ativa e contínua, de acordo com a estrada percorrida e
o estilo do motorista. Este também pode optar entre três modos
de trabalho, ajustáveis em um comando no console central.
O dispositivo permite variar a altura em relação ao solo em 110 mm em um
total de seis níveis: Off-Road Especial (vão livre de 268 mm, até 30
km/h), Off-Road (238 mm, até 80 km/h), Normal (210 mm), Baixo (188 mm,
ativado automaticamente a 138 km/h), Baixo Especial (178 mm, ativado a
210 km/h) e Nível de Carga (vão livre de 158 mm, só com carro parado).
Na versão Turbo há ainda o PDCC (Porsche Dynamic Chassi Control), que
permite conter a inclinação da carroceria em curvas.
Continua |