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Beleza interior

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Com um desenho discutível que oculta excelentes atributos
dinâmicos, o Nissan X-Trail precisa ser dirigido para convencer

Texto: Gino Brasil - Fotos: Marcelo Fantini, Rafael Zanchet e divulgação

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Sem causar atração pelas linhas, o X-Trail cativa o motorista com bom motor, rodar silencioso e uma calibração de suspensão das melhores

Beleza é um conceito muito subjetivo. O que para uns é belo, para outros pode até ser feio. Há ainda aquelas pessoas que pouco se importam com a beleza exterior: o que vale é o conteúdo, a beleza interior. Quando se trata de utilitário esporte compacto — segmento que conta com alguns modelos muito atraentes —, o Nissan X-Trail é para as pessoas que se preocupam com a beleza interior, ou seja, a dirigibilidade. E para quem aprecia automóvel.

Apesar de remodelado no ano passado, o desenho externo não é mesmo seu ponto forte, comentário comum de várias pessoas que viram o carro. No entanto, esse comentário perdia força depois que dirigiam o X-Trail. A despeito de alguns pontos que podem melhorar, o carro impressiona pelo conforto e silêncio a bordo, dignos de modelos bem mais caros.

Fabricado no Japão, na planta de Kyushu, o X-Trail trouxe uma série de novidades na linha 2009. A começar pelo desenho que, embora tenha mantido a identidade visual do anterior, foi todo reformulado. Faróis e lanternas, parachoques e colunas traseiras aumentaram em nome de um aspecto mais robusto. Junto desses elementos com traços mais brutos, o X-Trail mantém linhas mais suaves, numa mistura que não casou muito bem. Os parachoques e paralamas dianteiros muito angulosos contrastam com o tamanho pequeno das rodas, o mesmo ocorrendo com a porção traseira, em que as rodas não complementam o visual mais robusto que as colunas mais amplas querem transmitir.

Além disso, a linha do teto é muito alta, o que melhora o espaço interno, mas prejudica a harmonia do desenho. Um tanto quanto desarmônico, o conjunto dá a impressão de ser a re-estilização de um carro já antigo que a marca estivesse tentando rejuvenescer, o que não corresponde à realidade. De concepção atual, o X-Trail usa a plataforma C do grupo Renault/Nissan, a mesma do Sentra. Também desse sedã vêm o motor de 2,0 litros e 16 válvulas e o câmbio automático de variação contínua (CVT), exclusivo na categoria. Até 2008 era usado um motor de 2,5 litros. A redução teve como fator, além da unificação de peças com o sedã mexicano, a adequação do utilitário a uma alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) menor do que a paga pela versão 2,5.

O motor rende um pouco menos no X-Trail: potência de 138 cv a 5.200 rpm frente aos 142 cv a 5.500 rpm do sedã. Pode-se supor que o objetivo foi trazer torque para regimes mais baixos, pois o ponto máximo baixou de 20,3 m.kgf a 4.800 rpm do Sentra para 20,2 m.kgf a 4.400 rpm no X-Trail. A unidade motriz tem concepção moderna, com bloco e cabeçote em alumínio e variador do comando de válvulas que atua no tempo de abertura. Tudo isso acoplado ao câmbio CVT proporciona uma condução agradável, sem nenhuma pretensão esportiva, ainda que o acerto de suspensão permite que se ouse um pouco mais ao volante.

Também atual, o conjunto alia o sistema McPherson na frente ao multibraço na traseira e torna a dirigibilidade muito prazerosa em qualquer condição. O carro responde bem aos comandos e, mesmo na terra, revela comportamento previsível e preciso. Nessa condição faltam pneus que aceitem melhor a superfície irregular de terra ou areia, mas a Nissan certamente levou em conta que a maioria dos proprietários não sai do asfalto. O carro conta ainda com freios a disco nas quatro rodas, sistema antitravamento (ABS) e distribuição eletrônica entre os eixos. Continua

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Data de publicação: 24/2/09

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