

No interior, os elementos
habituais de um Mini; o enorme velocímetro abriga um mostrador de LCD
para controle e ajuste de várias funções
Fotos:
Roberto Agresti


A versão Cooper tem o mesmo
motor sem turbo, o que a deixa com 122 cv e 16,3 m.kgf; o capô sem tomada
de ar é uma das diferenças visuais |
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MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando variável no cabeçote,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 77 x 85,8 mm.
Cilindrada: 1.598 cm3. Taxa de compressão: 10,8:1. Injeção
direta, turbocompressor, resfriador de ar. Potência máxima: 184 cv a
5.500 rpm. Torque máximo:
24,5
m.kgf de 1.600 a 5.000 rpm. |
CÂMBIO
- automático, 6 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência elétrica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, independente,
multibraço. |
RODAS
- 17 pol; pneus, 205/45 R 17. |
DIMENSÕES
- comprimento, 3,734 m; largura, 1,683 m; altura, 1,39 m;
entre-eixos, 2,467 m; capacidade do tanque, 50 l; porta-malas, 240
l; peso, 1.205 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 222 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 7,2 s. |
Dados do fabricante para
versão Cooper S; consumo
não disponível |
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A cabine não foge ao padrão dos outros Minis, com o peculiar e enorme
velocímetro no centro do painel que, em seu miolo, abriga uma tela LCD
multifunção. Por trás do volante está o conta-giros analógico com
luzes-alerta e dois visores digitais: um que informa velocidade e o modo
de seleção do câmbio, outro com função de hodômetros. A posição de
dirigir baixa e o compacto volante concorrem para a sensação de
esportividade.
Plantado no solo
No percurso oferecido pela Mini para o primeiro contato em São Carlos,
no interior de São Paulo, tivemos a oportunidade de rodar com a versão
Cooper S do Roadster em uma impecável faixa de asfalto dentro de um
clube de golfe. Apesar de não ser uma pista, dirigimos em um ritmo que
permitiu constatar as excelentes qualidades dinâmicas da novidade.
Dotado de direção com assistência elétrica variável e
controles de estabilidade e de tração, o
conversível de dois lugares esbanja segurança, realmente "plantado" no
solo.
A resposta ao acelerador é imediata — cúmplice nisso é a favorável
relação peso-potência do Cooper S, da ordem de 7 kg/cv. Apesar das
mudanças rápidas oferecidas deixando a alavanca de câmbio em D, o modo
automático, optamos por levar o Roadster usando os comandos do volante.
Desse modo a diversão é total, ainda mais na segunda volta no percurso,
em que desligamos o controle de estabilidade.
Provocar o Roadster é algo que surge naturalmente. Na verdade é ele que
provoca, instiga a uma tocada mais "alegre". As suspensões — McPherson
na dianteira, multibraço atrás —, em parceria com os pneus 205/45 R 17 e
a direção muito rápida (relação de apenas 14,1:1), realmente oferecem o
"go kart feeling" anunciado pela fábrica, ou seja, a resposta arisca que
se espera de um carrinho pequeno, curto, baixo e nervoso, como em um
kart.
Nervoso, mas não inseguro: mesmo abusando dele, com o controle de
estabilidade desligado, não houve menção de perda de controle, mas
apenas maior reatividade. Mergulhar em curvas estreitas com o pé no
freio e, uma vez atingido o ponto de voltar para o acelerador, fazê-lo
de maneira brusca não causa desequilíbrio — apenas um endurecimento do
volante e a agradável sensação de que é possível, sim, abusar ainda mais
do Mini Roadster sem que ele perca a compostura.
O motor de 184 cv desempenha muito bem desde baixas rotações, como
convém a um turbo de moderna geração. Na reta disponível no teste,
enxergamos 150/160 km/h sem que tal velocidade provocasse um caos de
turbulência na cabine do conversível. Superando os 80 km/h, surge na
traseira um pequeno aerofólio que desaparace quando a velocidade cai
abaixo de 60 km/h. Para os que considerarem adequado rodar a qualquer
velocidade com tal aparato aerodinâmico aberto, um botão no painel se
encarrega disso.
Longe de ser um enfeite, tal asa garante, segundo o fabricante, uma
força descendente de 40 kg quando o Mini
atinge sua velocidade máxima. A aerodinâmica, aliás, não é o ponto alto
do Roadster, revelada pelo coeficiente um
tanto alto de 0,37 (com capota fechada).
Enfim, o primeiro Mini biposto e conversível parece fadado a seguir a
sina de seus cinco irmãos: ser querido e desejado, em que pese sua ainda
maior exclusividade — advinda do preço, dos dois lugares e da capota de
lona. Um carro que esbanja charme e certamente se tornará sonho de
consumo.
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