

Grade, pintura parcial dos
pára-choques, rodas de aluminio: retoques estéticos em um projeto
eficiente que já fez 25 anos da estréia européia


O pacote Way, com suspensão e
pneus altos, agora é versão de linha |
O Uno completou 25 anos de existência, desde que foi lançado na
Europa em 1983 (no Brasil, um ano depois). A história do modelo entre
nós é rica, tendo sido o primeiro com motor de 1,0 litro na era moderna
da indústria e depois com turbocompressor. Com a versão Mille Fire,
atualizada em 2004, já superou cinco milhões de unidades produzidas e
hoje está no pódio entre os três carros mais vendidos, atrás de Gol e
Palio.
Em termos racionais não era preciso mexer no Mille, dada sua aceitação
pelo mercado, o que lhe granjeou a alcunha de "Fusca atual" em razão de
robustez, peças baratas, mecânica simples e ampla rede de
concessionárias com boa assistência técnica. Mas a Fiat o modificou,
desta vez invocando um aspecto de suma importância para seu público:
economia de combustível. Deu-lhe o nome de Mille Fire Economy e,
surpresa, voltou a usar no material de imprensa o nome Uno, abandonado
em seu logotipo em 1993.
Agora é versão de linha o pacote aventuresco Way, com maior altura de
rodagem, pneus 175/70-13 em vez de 165/70-13 e molduras nos arcos de
pára-lamas. Como no Fire básico, há opção entre três e cinco portas. O
Economy de três tem preço sugerido de R$ 23.240, que passa a R$ 24.970
com cinco portas. O Way sai por R$ 23.740 e R$ 25.470, na ordem.
Receita de
economia
Há várias maneiras de fazer um carro gastar menos combustível. Uma delas
é reduzir ao máximo o esforço para rodar — reduzir a resistência ao
rolamento, a rolar na estrada. Consegue-se isso deixando as rodas o mais
apontadas para frente possível e com pneus que rolem mais facilmente. A
Fiat fez as duas coisas. Fez também o que se deve no motor e no câmbio.
Na suspensão, os ângulos de cambagem e
convergência foram redefinidos para as rodas ficarem o mais vertical e
apontadas para frente possível. A menor convergência tanto na frente
como atrás é mais importante. Houve necessidade de reduzir a cambagem,
já que uma roda cambada tende a mudar de direção e, com isso, provoca
alteração de convergência em movimento. Essas mudanças levaram a novos
valores de dureza das borrachas das buchas, para garantir o alinhamento
de rodas em movimento. Com buchas mais macias as rodas se movem mais em
torno dos pontos de montagem. Os novos pneus prometem redução de 30% na
resistência ao rolamento.
O motor recebeu diversas modificações pela empresa subsidiária FPT, Fiat
Powertrain Technologies, que fica na própria área da Fiat em Betim, MG.
As novidades estão no coletor de escapamento tubular com menores perdas
de carga; catalisador com maior volume e capacidade de impregnação de
metais nobres, o que reduz a restrição; comando de válvulas com massa
total reduzida em 27% (tuchos, pastilhas de regulagem, pratos de mola e
válvulas estão mais leves), o que permitiu redução de 25% na carga das
molas de válvulas e requer menor energia para acionar o comando; bielas
forjadas e fraturadas com peso 30% menor; e calibração do motor
totalmente refeita.
De resto, a quinta marcha da versão básica (não da Way) foi alongada em
4% e o motor ganhou óleo lubrificante 5W30 de baixo atrito. Outra
novidade é o econômetro no painel, ao lado do velocímetro. O dispositivo
se baseia no tempo de abertura dos injetores para traduzir, numa escala
verde e amarela, como está o consumo num dado momento. Não é mais o
velho vacuômetro, que se baseava no vácuo do coletor de admissão e
levava a uma informação errada. Agora o menor consumo, diz o
instrumento, é com baixa rotação e maior abertura do acelerador.
Continua |