


Na avaliação com as três
versões, a confirmação de que conforto e segurança ainda são as
prioridades da Mercedes, apesar do novo apelo à esportividade |
Claro que os mais exigentes devem optar pelo C 280, que se mostra bem
mais disposto em qualquer rotação e ainda traz o agradável som de um
seis-cilindros. A caixa de sete marchas é suave nas trocas e responde
rápido aos pedidos de redução pelo acelerador. Mas não deixa de ser
estranho que, depois de destacar há apenas dois anos que todo Classe C
vinha com comandos no volante para mudanças manuais, a Mercedes tenha
eliminado esse recurso em todas as versões (no Classe E inclusive,
exceto o esportivo 63 AMG). Parece cedo demais para concluir que os
proprietários não dessem valor ao acessório.
Na apresentação do produto a empresa insistiu na tese de que adicionou
esportividade a ele. Pode ser, mas não resta dúvida de que o Classe C é
bem distinto de um BMW Série 3 nesse aspecto. Apesar da tração traseira
e das qualidades inerentes a um bom carro alemão, como a estabilidade
direcional irrepreensível a qualquer velocidade, o modelo de Stuttgart
ainda segue um conceito menos voltado ao entusiasta. O comportamento em
curva é sempre subesterçante, sendo
difícil provocar saídas de traseira como muitos apreciam, e as sensações
ao volante estão mais para carro de luxo que para esportivo, mesmo no C
280. Nem mesmo o motor cativa tanto pela "música" quanto o seis-em-linha
bávaro.
Mas é um detalhe menor, acredita-se, para a maioria dos compradores de
Mercedes. Mais importantes são as qualidades de conforto, solidez e
segurança, associadas ao prestígio inigualável da estrela nesse
segmento. Apesar de um desenho que pode dividir opiniões e da ausência
temporária da versão 350, pode-se apostar que o novo C terá lugar cativo
nessa categoria pequena em volume, mas grande nas cifras. |