Retilíneo, mas com arestas
arredondadas, o estilo do Soul transmite grande solidez e parece apto a
contribuir para seu sucesso no mercado |
Dez ou quinze anos atrás, os conceitos de desenho de um carro eram
outros. Imperava a forma de gota, com objetivos aerodinâmicos, e
dificilmente um modelo com formas retilíneas, que chegasse a lembrar um
utilitário de entrega, poderia ser considerado bonito, moderno ou de
vanguarda. Mas o tempo passa e os conceitos mudam. O que era atraente já
não parece tanto e o que causava rejeição pode estar na moda. Com o Kia
Soul nota-se bem essa mudança de gostos e padrões do desenho de
automóveis, que cada vez mais se dedica a misturar conceitos em busca de
oferecer algo inédito.
Anunciado como um "crossover urbano",
pois é um hatch cinco-portas com certo ar de utilitário esporte, o Soul
representa para a marca sul-coreana uma nova identidade de estilo. E
parece que a marca começou bem. A princípio, o carro nada mais é do um
caixote, como se fosse um utilitário comercial. Só que esse é um caixote
bonito, bem desenhado. Os detalhes que fazem com que o carro seja notado
de longe estão por todos os lados e compõem um visual agradável. Segundo
o fabricante, no Salão do Automóvel de 2008 as pesquisas indicaram 97%
de aceitação de seu desenho. Olhando o carro é de se acreditar mesmo
nesse índice.
Externamente o Soul se destaca, na parte frontal, pelos grandes faróis e
pela grade, que se repetirá em todos os carros da marca a partir de
agora. Na porção lateral chama atenção o formato retilíneo, mas com as
arestas aparadas, o que confere um ar agradável. Colaboram para isso a
linha de cintura alta e ascendente em direção à traseira do carro, as
falsas saídas de ar nos para-lamas dianteiros com a inserção dos
indicadores de direção e as belas rodas, que no Brasil podem ter aro de
16 ou 18 pol, sem opção intermediária. A parte traseira, que a princípio
parece sem muita inspiração, também tem detalhes que a tornam
interessante. O desenho das lanternas é bonito, com sua colocação em
local elevado, e as linhas retas da tampa conferem charme a essa porção
do carro.
Internamente, mais detalhes interessantes. O porta-luvas e o
porta-objetos da parte superior do painel têm o interior vermelho. Seu
sistema de áudio é de primeira linha, com toca-CDs/MP3 e entrada para
mídia externa. Os instrumentos estão bem localizados e o revestimento do
painel é de plástico emborrachado, semelhante ao do Fit, o que confere
um aspecto agradável. O painel das portas também usa esse material, mas
não em toda sua área. Onde ele não está é usado um plástico pobre, que
contrasta muito com o restante do interior.
O tecido usado nos bancos, por outro lado, é bonito e interessante. Ele traz o
nome do carro e, segundo a Kia, sua luminescência faz o logotipo brilhar
no escuro. Não vimos isso acontecer e nos parece que seja algo
dispensável, mas o desenho e a textura do tecido são válidos e se
integram bem à proposta. Os bancos são confortáveis, com excelente apoio
para as pernas e encosto com bons apoios laterais. Poderia haver ajuste
do volante em distância, porém.
A Kia traz o Soul em versão única, sempre com o mesmo motor, mas em três configurações de
opcionais. Todas são equipadas com bolsas infláveis frontais e o sistema
de áudio citado. O carro básico custa R$ 51.490 e traz também itens de
praxe como ar-condicionado, controle elétrico dos vidros, travas e
retrovisores, sendo a função um-toque
somente para o motorista. As rodas de alumínio são de 16 pol e o câmbio
é manual de cinco marchas.
Continua |