
O sedã passou pelas mesmas
mudanças e também teve a redução de preços; um câmbio automático de
cinco marchas seria boa evolução



Toda a linha traz novo aparelho
de áudio, que no Ghia inclui comando por voz em português do Brasil; o
câmbio manual agora é feito aqui |
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| MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 87,5 x 83,1 mm.
Cilindrada: 1.999 cm3. Taxa de compressão: 10,8:1. Injeção
multiponto seqüencial. Potência máxima: 143 cv a 6.250 rpm (gas.)
e 148 cv a 6.250 rpm (álc.). Torque máximo:
18,8
m.kgf a 4.250 rpm (gas.) e 19,5 m.kgf a 5.250 rpm (álc.). |
| CÂMBIO
- manual, 5 marchas, ou automático, 4 marchas; tração dianteira. |
| FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento
(ABS). |
| DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência eletroidráulica. |
| SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, independente
multibraço. |
| RODAS
- 7 x 16 pol; pneus, 205/55 R 16 V. |
| DIMENSÕES
(hatch) - comprimento, 4,351 m; largura, 1,84 m; altura, 1,497 m;
entreeixos, 2,64 m; capacidade do tanque, 55 l; porta-malas, 328
l; peso, 1.356 e 1.371 kg*. |
| DIMENSÕES
(sedã)
- idem, exceto: comprimento, 4,481 m; porta-malas, 526 l; peso,
1.347 e 1.365 kg*. |
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* versão Ghia com caixa
manual e
automática, na ordem. |
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Também já conhecido do 1,6 é o rádio/toca-CDs Visteon em substituição ao
Sony, com funções semelhantes, embora de aspecto mais simples. No caso
do Ghia, o comando por voz enfim passa a falar e entender em português
brasileiro — antes vinha na versão lusitana do idioma, o que levava
facilmente a má compreensão. A versão Ghia mantém itens como
ar-condicionado automático com seleção diferenciada para motorista e
passageiro, teto solar elétrico, sensor de
estacionamento na traseira, controlador
de velocidade e ajuste elétrico da altura do banco do motorista,
além de regulagem lombar manual. Pena que o revestimento das portas
ainda seja de um plástico áspero, com um pequeno aplique de couro. Ao
menos o volante do GLX perdeu a criticada aspereza ao ganhar o
revestimento.
Na estrada
Tivemos mais contato com a versão Ghia hatch com câmbio automático. A
primeira boa impressão foi o trabalho de reduzir o atraso entre o
movimento do acelerador e a resposta do motor, um desafio para carros
com acelerador eletrônico. De fato, não
está macio demais a ponto de exagerar nas saídas, nem duro a ponto de
cansar depois de alguns quilômetros. A resposta imediata desperta um
motor que agrada bastante pela potência disponível. Mas o Focus merecia
uma caixa de cinco marchas, não pela rotação em viagem — que é baixa e
conveniente —, mas para reduzir o intervalo entre as relações, que leva
a excessiva queda de giros nas trocas quando se dirige com vigor.
O desempenho do Duratec é mais sensível na versão com câmbio manual, que
dirigimos por alguns minutos. Difícil decisão: o conforto e a
praticidade do câmbio automático ou o melhor desempenho, esportividade e
resposta do manual? A nova caixa tem engates muito fáceis, rápidos e de
curso reduzido e eliminou por inteiro o desconforto da embreagem pesada.
Chega a ser um prazer adicional trocar de marcha. Logo nos primeiros
quilômetros, um teste quase fora-de-estrada em um acesso esburacado
mostrou o bom trabalho de calibração da suspensão, embora um pouco menos
de carga nos amortecedores fosse bem-vindo para os que dão prioridade ao
conforto. Na rodovia bem asfaltada, ficou nítido o esforço da Ford em
reduzir o nível de ruído. O novo comando por voz do rádio identifica bem
o que se pede, inclusive nas duas formas de sintonia de emissora,
falando os números separadamente ou em milhar. E corrigiu quando
intencionalmente pedimos uma frequência que não existia.
Em uma curva de raio longo, o hatch mostrou que a suspensão independente
(com sistema multibraço na traseira, pouco usado em sua categoria)
transmite confiança para andar rápido, mesmo com três adultos a bordo, e
não se mostrou firme demais nas lombadas. Agrada também a direção
eletroidráulica ajustável em três modos
(conforto, esporte e normal), mantida com o motor 2,0, embora tenha sido
eliminada na versão 1,6. Contudo, os textos no painel ainda estão em
português de Portugal. Entre os itens de segurança, são de série freios
com sistema antitravamento (ABS),
distribuição eletrônica de pressão entre os eixos (EBD) e controle
de frenagem nas curvas (CBC). O Focus freia bem e sem sustos. Um
dispositivo interpreta a frenagem de emergência (acima de 6,5 m/s²) e
aciona o pisca-alerta.
Dentro da categoria dos médios de luxo, o pacote oferecido pelo Focus o
torna ainda mais competitivo com a versão flexível. Os preços são de R$
56.570 no hatch GLX com caixa manual e R$ 61.100 com a automática. O
hatch Ghia custa R$ 65.450 e R$ 69.900; o sedã GLX, R$ 58.570 e R$
63.100; e o sedã Ghia, R$ 67.450 e R$ 71.900, na ordem. O Focus sempre
foi um enigma de mercado, por ser um grande produto no segmento e com
preço compatível, mas que empacava nas vendas. A justificativa da Ford
era exatamente a falta de um motor flexível. Curioso é que nestes tempos
de “cana magra”, em que o álcool subiu muito nas bombas de todo Brasil,
muitos motoristas acabarão por usar gasolina. Mas se sabe que, mesmo
nessa situação que parece ser temporária, o mercado exige o flexível
pelo valor e a facilidade de revenda. |