Limitação mais grave, no entanto, é que o endereço deve ser digitado, letra a letra, por teclas para cima e para baixo que percorrem o alfabeto. Seleciona-se a primeira letra a partir do A, a segunda e assim por diante, em um ritual trabalhoso que deveria ser revisto — ainda que o sistema mostre apenas as letras de uso possível para as vias de cada cidade. Além disso, a inserção só pode ser feita pelo motorista e por isso não funciona com o carro em movimento, ao contrário dos aparelhos portáteis, que podem ser usados pelo passageiro. Ainda, o pendrive com mapas mantém ocupada a única porta USB disponível e impede a inserção de outro arquivo de música, a não ser que elas sejam colocadas no espaço vago do pendrive do próprio navegador.

Há bons detalhes internos comuns aos "irmãos", como controle elétrico dos vidros completo (função um-toque, sensor antiesmagamento, temporizador, abertura e fechamento a distância ao comando da chave), opção de acionamento automático dos faróis e do limpador de para-brisa, alerta programável para excesso de velocidade, controle automático de temperatura do ar-condicionado, computador de bordo com duas medições, controlador de velocidade, configurador de funções, um bom comutador de farol alto/baixo (só de puxar e com batente definido, que evita passar ao alto quando se quer apenas relampejar), para-brisa com faixa degradê, apoio de braço central e três encosto de cabeça no banco traseiro, amplos retrovisores convexos, porta-óculos de teto, vidros verdes mais escuros da coluna central para trás e sensor de estacionamento na traseira.

Alguns pontos merecem correção: faltam luz traseira de neblina, ajuste elétrico do facho dos faróis (itens obrigatórios na Europa e eliminados no Brasil) e interruptor central para destravar as portas (é preciso puxar a maçaneta, o que pode abri-la quando o objetivo é só permitir o acesso de alguém por outra porta). O porta-luvas é diminuto, a ponto de mal caber o estojo com manual, e a visibilidade para frente sofre interferência das colunas duplicadas, que no lado esquerdo formam um bloco largo — no direito o ângulo ainda permite ver pela pequena janela triangular, o que atenua o problema.

O Punto deveria trazer repetidores laterais das luzes de direção, cinto de três pontos para o passageiro central do banco traseiro, luz de cortesia na parte de trás, iluminação nos espelhos dos para-sóis e faróis de duplo refletor, e o Linea, opção de teto solar (no hatch está disponível um modelo amplo em que a seção dianteira abre e a traseira é fixa, mas não equipava o carro avaliado). Se a dotação de segurança passiva de ambos pode se tornar das melhores dos carros nacionais, com a seleção de opções como cortinas infláveis e encostos de cabeça dianteiros ativos, em segurança ativa seria bem-vindo a ambos o controle de estabilidade.

Esses modelos da Fiat não se destacam pelo espaço interno e isso se percebe já na frente, com a excessiva intrusão da parte central do painel junto ao joelho esquerdo do passageiro — chega a preocupar no evento de uma colisão. No banco traseiro o Linea oferece melhor acomodação para pernas, pelos 9 cm adicionais na distância entre eixos, mas ainda é muito modesto em altura e largura, talvez mais que qualquer concorrente do segmento médio. Nota-se que a largura externa quatro centímetros maior que a do Punto não se repete no interior, que é típico de carro pequeno. No hatch, prejudicado pelos bancos dianteiros mais volumosos da versão, chega a ser incômodo levar mais que duas crianças atrás.

O porta-malas do Linea é muito amplo (500 litros) e o do Punto adequado a sua categoria (280; nos dois casos a capacidade não considera a perda com a caixa de subgraves), com banco traseiro rebatível e dividido em 60:40 nos dois casos, mas o acesso poderia ser melhor em ambos, pois a base é alta no hatch e estreita no sedã. Continua

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