
Com boa posição de dirigir, o
Bravo acomoda bem quem vai à frente e oferece bom apoio lateral nos
bancos -- não só na versão T-Jet, acima


O intermediário Absolute pode
ter a maioria dos itens de conforto do
T-Jet, mas com motor E-Torq 1,75-litro e opção de caixa automatizada


O revestimento em couro (nas
fotos o Absolute) pode ser preto ou marrom, o painel tem comandos bem
posicionados e o volante é ideal |
Para essa versão estão disponíveis ainda as cinco outras bolsas
infláveis, teto solar, sensor de pressão dos pneus, som com subgraves,
Blue&Me Nav, navegador com tela no painel, sensores dianteiros e bancos
com couro parcial, entre outros itens. Enfim, o T-Jet adiciona caixa de
seis marchas, controle de estabilidade,
assistente de saída em aclive, rodas exclusivas de 17 pol e uma série de
adereços esportivos — faróis escurecidos, saída de escapamento dupla
cromada, volante, pinças de freio vermelhas, pedais esportivos,
alavancas de freio de estacionamento e câmbio em couro com costuras
vermelhas, saias laterais e defletor traseiro. Seus opcionais incluem
rodas de 18 pol com pneus 225/40, faróis de
xenônio e vários itens também oferecidos ao Absolute.
Pelos preços, são conteúdos de respeito, mas com ressalvas aos itens de
segurança: ABS deveria ser de série desde o Essence, como é comum na
categoria; mais bolsas infláveis poderiam ser incluídas como padrão nas
duas versões superiores e a Fiat faria bem em oferecer controle de
estabilidade ao Absolute, já que segurança não precisa estar vinculada a
esportividade. A Fiat espera uma divisão de vendas de 55% para Essence,
40% de Absolute e 5% para T-Jet, com expectativa de 1.500 unidades ao
mês. A garantia é de dois anos.
Interior bem resolvido
As linhas arredondadas do Bravo — que não é novo na Europa, onde
completa quatro anos em janeiro — confirmam a teoria da sazonalidade de
estilos. Sai o Stilo de linhas retas e angulosas e entra um carro todo
arredondado, com a frente inspirada nos italianos Maserati. A adoção de
curvas está em vários modelos e até móveis e eletrodomésticos, o que
prova que o estilo reto e cheio de vincos teve duração curta. Nosso
cérebro não gosta de cantos.
Alguns detalhes são típicos da atual geração de Fiats, como a grade bem
exposta com cromados, que lembra antigos carros italianos, e os faróis
do tipo elipsoidal no facho baixo. A
traseira é tão curvilínea que as lanternas ocupam boa parte das
laterais. Nessas percebe-se outra tendência, a da linha de cintura baixa
na frente e subindo muito até a grande porta traseira. O vidro dos
passageiros ficou pequeno por esse fator, mas ao menos desce 100%. Em
todos eles o controle elétrico traz função
um-toque, sensor antiesmagamento e
temporizador.
O Bravo mostra um interior bem resolvido, com materiais de bom aspecto.
O painel recebeu uma cobertura de plástico espumado, imitando fibra de
carbono, e nas portas foi usado plástico emborrachado, suave e agradável
ao toque. O volante tem perfeita empunhadura, com locais bem definidos
para encaixar os dedos. O revestimento dos bancos pode ser de couro ou
de tecido; nos dois casos o corpo do
motorista fica bem preso nas curvas e pode regular também a altura. A
forração de tecido combina dois tipos de textura, mais suave no centro e
mais áspera nas laterais.
Toda a ergonomia do condutor é bem resolvida, a começar pela porta com
grande abertura (em três estágios), passando pelas várias regulagens e,
no caso do T-Jet, dos pedais bem espaçados que permitem realizar o
punta-tacco facilmente. Os comandos
estão bem acessíveis e o para-brisa permite boa visibilidade, com
obstrução pelas colunas dianteiras dentro do normal; só as colunas
traseiras e os pequenos vidros dessa região dificultam a visão. O T-Jet
conta com um belo apoio de pé na caixa de roda e instrumentos com os
ponteiros voltados para baixo em repouso, detalhe esportivo.
Quem tiver mais de 1,80 metro de altura vai encontrar alguma dificuldade
para viajar no banco de trás, onde a pequena área envidraçada provoca a
sensação de clausura. Os passageiros contam com cintos de três pontos
para as três posições e, nas versões T-Jet e Absolute, podem aproveitar
o apoio de braço central com porta-copos. Como hatch de caráter
esportivo, o Bravo tem um amplo compartimento de bagagem, de 400 litros,
com tampa de enorme abertura. Seu comando é feito ao apertar o logotipo
Fiat.
Ao toque de um botão
Embora
praticamente igual à versão italiana na aparência, nosso Bravo tem um
motor que não existe na Europa: o FPT de 1,75 litro e 16 válvulas
fabricado em Campo Largo, PR, que se baseia no 1,6 fornecido pela antiga
Tritec para equipar o Mini da BMW (saiba
mais). Apenas tal versão — e não a 1,6 — deve ser usada nesse médio,
que pesa bem mais que o Punto ou outros modelos da marca. Para o T-Jet,
o conhecido motor 1,4 turbo italiano traz uma novidade: o Overbooster.
Acionado pela tecla OVB no painel, esse dispositivo altera três
elementos. Um, que a curva de comando do pedal do acelerador é
modificada para produzir maior abertura com a mesma posição do pedal.
Dois, que a central eletrônica passa a autorizar que a válvula de alívio
do turbo se mantenha mais fechada, a fim de elevar a sobrepressão máxima
de 0,9 para 1,3 bar. O resultado é que o torque máximo cresce na faixa
de 2.000 a 4.000 rpm, chegando a um pico de 23 m.kgf a 3.000 rpm (em
modo normal, 21,1 m.kgf entre 2.250 e 4.500 rpm). A potência máxima de
152 cv não muda, pois em alta rotação a pressão de turbo é menor. O
terceiro efeito é que a assistência de direção diminui, deixando-a mais
pesada.
Continua |