


Capricho nos detalhes: tampas
para os porta-objetos, freio de estacionamento elétrico e porta-copos
retráteis

Para reduzir o impacto em um
atropelamento, o capô usa fibra ótica (1) para detectar um choque (2); o
módulo eletrônico (3) então aciona o sistema pirotécnico (4) que eleva a
peça em 65 mm em 40 milésimos de segundo

A suspensão por braços
sobrepostos à frente (1) e multibraço atrás (2) traz o sistema
hidroativo, que ajusta altura e amortecimento conforme as condições do
piso |
Detalhes criativos são os amplos porta-objetos das quatro portas com
tampas, que descem para abrir e retornam a um toque para baixo,
suavemente. O painel traz dois porta-copos escamoteáveis e o volante tem
comandos do controlador e do limitador
de velocidade. No topo do painel, o mostrador multi-informação tem
recursos gráficos superiores aos do usado no C5 e inclui monitor de
pressão dos pneus. As indicações do computador de bordo podem ser em
português, e o consumo, em km/l. O mesmo painel atende ao sistema
viva-voz Bluetooth para celular. Pena
que o acesso às funções desse mostrador, como áudio e ar-condicionado,
exija um tanto de atenção do motorista.
Outra falha é a ausência de faixa degradê no pára-brisa, embora o vidro
seja atérmico, que repele parte do calor solar. Por outro lado, o
limpador conta com palhetas em posições opostas e sistema pantográfico,
para maior área de varredura, e ambos os retrovisores externos são
biconvexos. Os faróis têm
lâmpadas de xenônio nos fachos alto e
baixo, lavadores e efeito autodirecional. Há ainda tela contra sol no vidro
traseiro e a capacidade de bagagem é de 470 litros, ampliável pelo banco
bipartido.
Falta potência
Disponível no mercado
europeu com três motores (V6 a gasolina de 3,0 litros e 211 cv, V6 de
2,7 litros e 204 cv e quatro-cilindros de 2,2 litros e 173 cv, os dois
últimos turbodiesel), o C6 só poderia vir ao Brasil com o primeiro, por
causa da proibição de automóveis a diesel por aqui. Só
que o carro pesa 1.834 kg, ou 215 a mais que o já pesado C5, com o qual
compartilha o motor V6. O resultado é um desempenho longe de
impressionar, como o Best Cars constatou na avaliação por percursos urbanos e
na serra que leva a Campos do Jordão, SP.
É preciso levar o motor a altas rotações para obter respostas
convincentes, o que, se não incomoda pelo baixo nível de ruído e
vibração, é desagradável em um carro de sua categoria. O motorista que
não quiser ficar para trás de automóveis de uma fração de seu preço terá
de explorar bem as seis marchas no câmbio automático, seja efetuando
trocas manuais pela alavanca, seja exigindo reduções e "esticadas" pelo
acelerador, no que ajuda selecionar o programa esporte da caixa.
A Citroën informa na França (aqui pode-se esperar ligeira perda)
aceleração de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos, longe do patamar ideal,
embora não caiba crítica à velocidade máxima de 230 km/h. Sem dúvida
o C6 se beneficiaria de algo bem mais vigoroso sob o capô, como
um V6 na faixa de 250-280 cv — comum hoje em várias marcas com
cilindrada em torno de 3,5 litros — ou mesmo um bom V8, algo de
que a marca não dispõe no momento. Os mercados europeus talvez não façam
essa exigência com tanta ênfase porque dispõem do turbodiesel de 204 cv,
que oferece bem mais potência em baixa rotação, como se constata pelo
torque máximo de 45 m.kgf a 1.900 rpm, ante 29,6 m.kgf a 3.750 rpm do
motor a gasolina.
Se falta motor, o restante do conjunto mecânico é de primeira linha.
Começa pela suspensão hidroativa, já conhecida do C5, que usa esferas
com gás e fluido no lugar de molas e amortecedores, para obter altura e
amortecimento variáveis conforme as condições do piso e o modo de
dirigir. Continua |