

O desempenho satisfaz mesmo na
versão 1,6-litro, mas se torna muito interessante na 2,0; conforto de
marcha e nível de ruído são muito bons

Como no Pallas, painel digital,
volante de cubo fixo com comandos e opção de itens convenientes, caso do
ar-condicionado de duas zonas |
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Grande perda para o sedã:
portamalas de 320 l, dos menores da classe |
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À primeira vista, o C4 parece um automóvel de maior porte. Com o melhor
Cx (coeficiente aerodinâmico) da
categoria, 0,29 (empatado com o Tiida), o carro chama a atenção pelas
linhas fluidas. Na frente, é o parabrisa acentuadamente inclinado
prolongando o desenho do capô a característica mais marcante. Visto de
lado, a linha de cintura alta e o teto longo com caimento para trás são
sua marca registrada. E na traseira são as lanternas subindo ao longo do
vidro traseiro até o aerofólio no topo da quinta porta a característica
mais marcante. No conjunto, uma silhueta moderna, robusta e
diferenciada.
Sensação de
bem-estar
Ao contrário da maioria dos concorrentes (a exceção é o Vectra), o C4
usa distâncias entre eixos diferentes entre hatch e sedã: 2,608 e 2,710
metros, na ordem. Somada ao balanço
traseiro bem mais curto no cinco-portas, a diferença chega a expressivos
51 centímetros no comprimento (4,26 contra 4,77 m). Quem se habituou ao
tamanho do Pallas pode estranhar a traseira curta, mas o C4 tem o estilo
típico da marca, com balanço dianteiro bem mais longo que o traseiro. O
espaço para pernas no banco traseiro ficou menor, mas os passageiros se
acomodam bem, dentro da média da categoria. Grande — e inevitável —
perda é mesmo o compartimento de bagagem, que se reduz dos 513 litros no
sedã para 320 no hatch, um dos menores da classe. O banco traseiro é
bipartido 60/40.
O teste de apresentação à imprensa, de pouco mais de 160 quilômetros,
permitiu constatar os principais atributos de ambas as versões, a
começar pelo alto nível de acabamento interno (mesmo na versão GLX),
conforto e espaço e o baixo nível de ruído, tanto do motor quanto de
rodagem. A sensação ao volante é de estar rodando com um carro de
categoria superior. O motor de 1,6 litro, que tem potência de 113 cv e
torque máximo de 15,8 m.kgf com álcool, é eficiente nas arrancadas e
retomadas de velocidade. Segundo a fábrica, o diferencial foi reduzido
em 15% em relação às versões européias, para melhorar o desempenho nas
saídas e se adaptar melhor ao "jeito brasileiro" de conduzir. O
resultado é maior rotação em viagem do que o ideal, como já ocorria no
VTR e no Pallas. A Citroën prevê a venda de 60% do mix nessa versão.
No Exclusive automático, à mesma sensação de conforto e bem-estar da
versão GLX vêm somar-se as respostas vigorosas do motor de 2,0 litros,
que entrega 151 cv e 21,6 m.kgf (também com álcool) e, segundo a marca,
oferece 85% do torque máximo já a 2.000 rpm. Como no Pallas, a caixa de
quatro marchas permite mudanças manuais pela alavanca seletora e conta
com três programas de uso (normal, esporte e para baixa aderência).
Adaptado às vias brasileiras, o C4 vendido aqui é 10 mm mais alto que o
europeu e tem novas configurações de amortecimento.
O C4 de cinco portas demorou mais do que se esperava para por as rodas
em solo brasileiro, mas a espera compensou. Em um segmento carente de
renovação — à parte Focus e Tiida, a concorrência tem muitos anos de
janela —, traz os atributos certos para conquistar sua fatia. |