



Na rápida avaliação, boas
impressões com a suspensão e desempenho adequado com o motor de 1,6
litro, mas a direção pareceu lenta demais |
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MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 78,5 x 82 mm.
Cilindrada: 1.587 cm3. Taxa de compressão: 11:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 110 cv (gas.) e 113 cv (álc.) a
5.800 rpm. Torque máximo:
14,5
m.kgf (gas.) e 15,8 m.kgf (álc.) a 4.000 rpm. |
CÂMBIO
- manual, 5 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a tambor; antitravamento
(ABS) na versão Exclusive. |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção. |
RODAS
- 16 pol; pneus, 205/60 R 16. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,279 m; largura, 1,723 m; altura, 1,697 m;
entre-eixos, 2,54 m; capacidade do tanque, 55 l; porta-malas, 403
l; peso, 1.329 kg (Exclusive). |
Dados do fabricante;
desempenho e consumo
não disponíveis |
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O controle elétrico dos vidros tem botões nas portas, melhor que a
infeliz posição do C3 (no console central, à frente do câmbio), mas
deveria haver função um-toque para todos. Iluminação nos espelhos dos
para-sóis também seria bem-vinda. O aparelho de áudio da versão
Exclusive é um Pioneer com tecnologia Hifi-like, para melhor qualidade
de som, e há um espelho convexo para
vigilância de crianças que estejam no banco traseiro, como no Uno e na
Idea.
Apesar da maior distância entre eixos em relação ao C3 hatch, o Aircross
não é expoente em espaço no banco traseiro. Há boa acomodação para
cabeça e razoável em largura, mas as pernas têm pouca folga e um
passageiro mais alto não consegue conforto, mostrando que a regulagem da
Picasso teria feito toda a diferença. Mesmo na frente o espaço para as
pernas é limitado e não permite ao passageiro esticá-las um pouco mais.
E foi pena termos ficado sem outros itens da C3 Picasso, como teto
envidraçado de grandes dimensões e sistema
Isofix de fixação de cadeiras infantis.
Sem o ajuste do banco, a capacidade de bagagem ficou em 403 litros
(varia de 385 a 500 na Picasso), ampliáveis a 1.500 com o rebatimento do
banco traseiro. O estepe externo implica — como no CrossFox e na Idea
Adventure — trabalho adicional para a abertura da quinta porta, pois é
preciso deslocá-lo para a esquerda, mas foi previsto comando a distância
na chave para destravar o pneu e permitir tal operação.
Desempenho mediano
Embora derivado da plataforma que serve ao C3 hatch, o Aircross é maior
em todas as dimensões. Comparado à C3 Picasso, mede mais 21 centímetros
em comprimento (sobretudo porque o estepe fica na traseira) e mais 7 cm
em altura, sem as barras de teto, mas tem a mesma largura. O motor,
comum a outros Citroëns e Peugeot nacionais, não é da moderna geração
usada no modelo europeu: lá o 1,6-litro, desenvolvido em parceria com a
BMW e usado aqui no Mini Cooper, tem
variação do tempo de válvulas, bloco de alumínio (ferro fundido no
nosso) e potência de 120 cv, enquanto as versões a diesel vão de 90 a
110 cv.
Aqui são 110 cv com gasolina e 113 com álcool, números algo modestos
para o peso do Aircross — com 1.329 kg no Exclusive, ele é o modelo mais
pesado do grupo com esse motor, superando o Peugeot 307. No evento de
apresentação mal se pôde chegar a 80 km/h no percurso de 40 km por vias
do Rio de Janeiro e de Niterói. A sensação, contudo, é de desempenho
convincente porque o 1,6-litro é muito suave e silencioso, podendo ser
explorado sem demonstrar esforço. Além disso, a caixa manual de cinco
marchas, de engates secos e não muito precisos, teve o diferencial
encurtado em 15% para o Brasil, medida já habitual da Citroën que traz
algum ganho de agilidade. A desvantagem é que a rotação em viagem acabou
mais elevada, como 3.650 rpm calculadas a 120 km/h em quinta marcha.
As suspensões seguem os conceitos simples do C3 — McPherson à frente,
eixo de torção atrás — e comuns à Picasso europeia, mas têm molas e
amortecedores específicos e maior altura de rodagem. O vão livre mínimo
de 230 mm é típico de utilitário esporte; também são maiores as bitolas,
mesmo em comparação à Picasso, e os pneus Pirelli Scorpion de uso misto
(50% asfalto e 50% terra) têm medidas 205/60 R 16. O resultado é um
rodar firme e bem controlado, que transmite conforto adequado ao tipo de
carro e faz esperar boa estabilidade. Fica para confirmar na avaliação
completa.
Se está mais adequado a nosso padrão viário, o carro nacional perde em
freios, pois usa tambores na traseira, em vez de discos, e conta com ABS
e EBD apenas na versão de topo. A direção usa assistência hidráulica e
não elétrica como a do hatch; segundo o fabricante, a caixa deste último
não poderia ser mantida pelo acréscimo de peso e os novos pneus. Como
esses fatores levariam a um volante mais pesado em manobras, foi usada
relação de caixa mais alta (menos direta) que no C3. O peso adequado foi
atingido, mas ficou a sensação de direção lenta, que não atende rápido
aos movimentos do volante.
O primeiro contato com o C3 Aircross deixou a impressão de que algo
poderia ser melhor — seja pelos escassos equipamentos de segurança das
duas versões inferiores, seja pelas conveniências da C3 Picasso que
ficaram na Europa, seja pelo desempenho apenas mediano e a falta da
caixa automática na fase inicial. Mas, comparado a outros "aventureiros"
e em especial ao EcoSport, a novidade da Citroën mostra os atributos
certos para conquistar sua fatia do bolo. |