


O interior peculiar do C4: volante com cubo fixo, em que só o aro gira, e
painel com todos os
mostradores digitais


O câmbio automático permite
mudanças seqüenciais, mas poderia ter cinco marchas; ar-condicionado de
duas áreas vem no Exclusive, e áudio com MP3, em ambos


Na primeira avaliação, boas
impressões com acerto de suspensão e direção e desempenho do motor de
143 cv
|
O
Exclusive acrescenta
sensores auxiliares de estacionamento dianteiro e traseiro;
revestimento em couro dos bancos (veludo no GLX), volante e pomo da
alavanca de câmbio; faróis e limpador de pára-brisa automáticos;
retrovisores rebatíveis; ar-condicionado digital de duas áreas de
ajuste e faróis de neblina, entre outros
itens. Opcionais, apenas pintura metálica para as duas versões
(cinco cores no total) e faróis bixenônio
com fachos direcionais para o Exclusive.
Estes giram até 15 graus para dentro da curva (8 graus o externo). Em
ambos, as rodas de alumínio usam pneus Pirelli P6000 em medida
215/55-16, bem mais adequada que a 195/65-15 do VTR.
Ao volante
Andamos um
pouco com o Pallas no entorno de Campinas, SP, e
já se pode afirmar que é um carro muito bem projetado. No Exclusive
com câmbio automático o desempenho do motor de 143 cv, com torque de
20,4 m.kgf, empurra muito bem a versão de 1.405 kg, já que são 9,8 kg/cv
de relação peso-potência. O fabricante informa torque de 17,3 m.kgf (85%
do máximo) já a 2.000 rpm, o que significa 50 cv a essa
rotação. Ainda não foram divulgados, porém, os dados oficiais de
aceleração e velocidade máxima.
As quatro marchas suprem as necessidades, mas uma
quinta viria baixar a rotação em viagem e reduzir o consumo (a 120 km/h
são 3.000 rpm). O gerenciamento eletrônico "aprende" o estilo de dirigir
do motorista e se adapta a ele. Como em outros modelos do grupo, a caixa
tende a reter e reduzir marchas quando se deixa de acelerar, para gerar
freio-motor. Se desejado, podem-se efetuar as trocas manualmente pela
alavanca (toque para frente para subir, para trás para reduzir marcha).
No mostrador bem à frente do motorista, dominado pelo conta-giros de
escala gráfica da esquerda para a direita, de cristal líquido, a marcha
em uso no momento — escolhida pela caixa automática — é indicada. Um
mostrador no alto e no centro do painel com lâmina translúcida recebe a
luz externa num ótimo efeito, mantém a mesma luminosidade à noite por
luz artificial e informa velocidade (digital) e as mais diversas
informações, como computador de bordo, temperatura ajustada e outras. Os
bancos abraçam bem o corpo e o volante é ajustável em altura e
distância. Ambos os espelhos externos são
convexos.
A assistência variável da direção eletroidráulica está na medida certa
em todas as faixas de velocidade. A resposta dos pneus de 215 mm de
seção transversal encontra todo o respaldo na suspensão, que na traseira
usa eixo de torção e traz estabilizador em ambos os eixos, como no C4
VTR. A calibragem está no compromisso ideal entre estabilidade e
conforto, mantendo-se no Pallas a fama de estável da marca. A altura do
solo 10 mm maior em relação à versão para a Argentina, para menor
vulnerabilidade ao infernal piso brasileiro, não afetou de maneira
significativa o comportamento em curva.
No entanto, a Citroën informou que na versão de caixa manual houve
encurtamento de 15% no diferencial em relação à dos argentinos, o que o
Best Cars lamenta (houve a mesma modificação no VTR em relação à
versão européia, sem bom resultado). A conferir, numa próxima avaliação
completa, o efeito dessa "tropicalização" no Pallas. Outra providência
para o mercado brasileiro será uma versão
flexível em combustível no próximo ano.
O Pallas é um carro moderno, tem o agradável sabor de novidade mundial
como a maioria dos concorrentes e deve atrair o consumidor que aprecia
automóveis com bom DNA. Um veículo prático, que tem em seu interior
diversos lugares para se guardar de tudo (até os óculos), uma útil
gaveta sob o banco do passageiro dianteiro e até rede para fixar objetos
no porta-malas — mas faz falta a faixa degradê no pára-brisa.
E traz ainda o perfumador de ambiente integrado ao painel, com três
fragrâncias escolhidas pela perfumista francesa Maison Robertet — para
quem não gosta do admirável cheiro de carro novo. |