Se os 122 cv do motor turbo de 1,4 litro não impressionam, o alto torque oferecido em ampla faixa garante desenvoltura a um carro de 1.200 kg

Os esquemas técnicos mostram uma mecânica que, à parte motor e câmbio, usa fórmulas conhecidas como o eixo de torção na traseira

A calibração do controle de estabilidade mostra-se ideal, pois se pode até provocar leve saída de traseira, cortando o acelerador na entrada da curva, sem provocar sua intervenção. Uma vez desativado o aparato eletrônico pelo botão no painel, o pequeno alemão continua fácil de controlar e incapaz de provocar surpresas no motorista.

Nas rápidas mudanças de rumo, os "S" rápidos, o A1 mostra-se menos rígido do que o previsto, pois a carroceria "rola", mas sem que os largos pneus façam menção de perder aderência. O câmbio S-tronic impressiona pela suavidade e rapidez com que executa as mudanças, mas para a tocada em pista — ou quase — seria preferível que segurasse as marchas em vez de executar a troca automática para cima. Por um par de vezes, em vez de manter a segunda na boca da curva, ele passou uma indevida terceira.

Sessão de tortura encerrada, era hora de levar o pequeno ao mundo real, ou quase. Um roteiro de meros 30 quilômetros por rodovias, ainda bem que com muitas curvas. Nesse momento foi feita a troca pela versão com rodas de 16 pol e pneus mais altos e macios. Falamos em mundo real ou quase, e o "quase" foi por conta de termos de seguir em comboio, colados a um A7, o que não impediu o entusiasmo no trecho mais sinuoso.

Hora de sentir o A1 "conversando" com seu novo lar, as estradas do Brasil. O roteiro escolhido tinha um bom asfalto que ensejava uma impressão das melhores, mas não foi diferente em pavimentos menos favoráveis, como no calçamento em paralelepípedos da cidadezinha atravessada no passeio. Nada de excessiva transmissão de irregularidades à cabine, tampouco resposta brusca das suspensões. Enquanto isso, o amplo teto solar opcional oferecia agradável luminosidade ao pequeno, mas aconchegante, habitáculo.

Deixando o câmbio em automático, o A1 faz as trocas de forma imperceptível e, a uma leve pressão do acelerador, entende que é hora de reduzir marchas — operação só notada pela elevação das rotações. Suavidade idem é a operada pelo turbo, imperceptível, e não há "buracos" no arco de ação do motor. A faixa vermelha do conta-giros está a 6.500 rpm, mas o pico de potência chega cedo, a 5.000. Mais do que cavalos, é o torque que faz a diferença do A1 nessa condução em vias públicas: com o pico de 20,4 m.kgf durando de 1.500 até 4.000 rpm, a resposta ao acelerador é sempre pronta, cheia, o que explicita a elevada tecnologia empregada.

Na volta ao kartódromo, uma esticada na Rodovia Castello Branco mostra a serenidade com que o pequeno carro encara velocidades típicas de sua terra natal, com peso de direção e estabilidade direcional impecáveis. A rotação do motor em sétima marcha é baixa, mas o motor tem desenvoltura mesmo em regimes modestos. Se fosse o caso, poderia alcançar 203 km/h e acelerar de 0 a 100 em 8,9 segundos, afirma o fabricante. Não é muito, mas deve convencer bem à maioria de seu público-alvo. Já os donos de Mini Cooper S não ficariam satisfeitos sem a versão de 185 cv do A1.

Ao fim do passeio, o anti-Mini de Ingolstadt nos convenceu, mais na substância que na forma, de que será um válido oponente no crescente mercado de valorosos, tecnológicos e valentes compactos premium.

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