

O câmbio automático passa a
ter cinco marchas e, no Civic EXS, alavancas-pá no volante para trocas
manuais


Nas comparações com a geração
anterior, o pára-brisa mais avançado, que não interfere na posição do
motorista, e as curvas de potência e torque (este em libras-pé) das
versões de topo
|
A
caixa automática, que a fábrica chama de S-Matic, traz na versão EXS a
possibilidade de troca por alavancas-pá atrás do volante, de perfeito
alcance dos dedos indicador e médio (o Audi A3 já oferecia operação
manual por botões no próprio volante). Certamente constitui um charme,
mesmo que seja mais prático deixar o câmbio em drive e esquecer
as trocas manuais. A pá da direita sobe as marchas e a da esquerda
reduz. Ao mover a alavanca seletora de D para S ativa-se o modo manual
seqüencial, mas ele só será consumado no momento em que a primeira
intervenção do motorista for feita. Enquanto isso não ocorrer, prevalece
a operação automática da caixa.
No modo manual, quando o motor chega à rotação-limite (6.800 rpm) a
marcha é mantida, cabendo ao motorista efetuar a troca para a superior.
Mas uma redução fora de hora, que faria o motor entrar em excesso de
rotação, é devidamente evitada, impedindo danos. Uma primazia é o
bloqueio do conversor de torque em todas as cinco marchas, que indica
modernidade da caixa, pois evita as perdas por patinagem e bombeamento.
No caso do novo Civic, a quinta é bem longa, assegurando rotação baixa
em velocidades de viagem, como 120 km/h a 2.400 rpm.
A caixa manual traz comando por cabo e reúne maciez, precisão e cursos
de engates curtos. Não há trava externa para engate involuntário de ré,
uma conveniência apreciada. A quinta desta vez é longa e resulta em
3.200 rpm a 120 km/h, para conforto e menor consumo ao viajar. Por falar
em comando, uma novidade: o pedal do acelerador pivota no assoalho, como
nos carros de antigamente, Fusca inclusive, não sendo mais do tipo
suspenso. Seu uso é bastante agradável e o motorista conta com um grande
apoio para o pé esquerdo. A lamentar a falta do bate-pé na região dos
calcanhares do motorista, o que obriga o uso de sobretapetes para
preservar o carpete original, que nem sempre permanecem no lugar certo:
no carro com caixa manual dirigido o sobretapete interferia com o pedal
de embreagem.
Com os mesmos conceitos de suspensão do anterior, o rodar do novo Civic
é suave, com baixo ruído a bordo. Jeito de carro moderno, denotando boa
construção. A alavanca do freio de estacionamento, por exemplo, tem um
movimento inusitado e muito prático, pois de horizontal em repouso passa
a ser puxada para trás. Os limpadores de pára-brisa têm movimento
contrário, os dois repousando no centro, mas a segunda velocidade
poderia ser algo maior. O tom da buzina monotonal, embora bem
perceptível pelo tráfego à volta, destoa do veículo.
Contorna curvas e freia bem. O diâmetro mínimo de curva é de 10,5
metros, bom para o entreeixos de 2,7 m. O desempenho satisfaz plenamente
a utilização para o que o carro se propõe. O acesso ao interior é
facilitado pela grande abertura das portas, o câmbio automático funciona
bem nas trocas e reage bem ao pedal do acelerador. Pena que o trajeto
para a avaliação fosse curto e praticamente em auto-estrada. Seria bom
tê-lo dirigido em várias condições de piso e traçado. Fica para o teste
completo.
Continua |