


A versão básica, Life, e
seu interior: acabamento simples, mas instrumentos bem melhores e
conta-giros de série


O Celta intermediário, o
Spirit, pode vir de fábrica com direção assistida ou ar-condicionado,
mas não os dois itens juntos; pára-choques e grade vêm na cor da
carroceria
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Embora
os plásticos permaneçam modestos, com material rígido, houve enfim um
trabalho de criar formas que agradem aos olhos. Não chega a ser
sofisticado, mas chegou ao patamar de concorrentes como Fiesta e Fox, o
que já é um avanço para quem conhecia o anterior. E há
boas novidades em termos funcionais.
No lugar do diminuto quadro de instrumentos
aparece um maior e bem distribuído, com conta-giros em todas as versões,
termômetro do motor e marcador de combustível analógico (antes digital
de cristal líquido). A grafia é similar à das versões SS da marca, só
que em branco, e o hodômetro se acende ao abrir a porta. A iluminação
é alaranjada, exceto no Super, em que passa a verde. O volante tem
melhor aspecto e, afinal, traz o comando de buzina na almofada central.
O acionamento antigo, pela alavanca à esquerda, trazia o risco de um
motorista que dirige outros carros não encontrar a buzina em uma
emergência. Não é por outro motivo que todos os carros nacionais
de origem francesa passaram da alavanca para a almofada, deixando a GM
com uma infeliz exclusividade.
Outra novidade esperada é o local nas portas dianteiras
para alto-falantes, que antes precisavam ir sob o painel, abafados. E uma
sineta avisa se as luzes forem esquecidas acesas, a solução ideal para
uma antiga questão (por algum tempo foi impossível no Celta acender
luzes sem a chave no contato, um absurdo). O controle elétrico dos
vidros, instalado só em concessionária, agora traz botões nas
(quatro) portas e inclui função um-toque,
sensor antiesmagamento e temporizador.
A versão Super ganha espelho de cortesia no pára-sol direito.
Em meio às melhorias, nada mudou na posição de dirigir: o volante
ainda é torto, voltado para a esquerda, e a caixa de roda limita o
espaço para a perna, que precisa ser recolhida. Um ajuste de altura do
banco seria oportuno, pois motoristas de estatura mediana já ficam
próximos do teto e com o volante próximo das pernas. Também não mudou o botão do pisca-alerta, pouco acessível sobre
a coluna de direção. E, mesmo na versão superior, a porta do
motorista é a única que aciona a luz interna ao ser aberta.
Como a carroceria em si é a mesma, para os passageiros o carro não há
novidades: o
espaço para eles é apenas razoável, assim como o compartimento de
bagagem para 260 litros. Mas a versão de três portas volta a vir de
série com cintos de três pontos retráteis nas posições externas do banco
traseiro, em vez dos fixos e nada práticos adotados por economia há
alguns anos.
Mesma
mecânica Uma novidade aguardada, o motor de 1,4 litro
flexível em combustível, acabou não
se concretizando. Assim, o
novo Celta mantém as opções conhecidas de 1,0 flexível, com 70 cv, e 1,4
a gasolina de 85 cv. Novidades mecânicas, só duas: rodas de 14 pol com
pneus 175/65 na versão Super, de série, e opção de assistência hidráulica
de direção instalada pela fábrica. Antes era disponível apenas nas
concessionárias, o que implicava custo adicional (por se pagar também
pelo sistema original a ser removido) e uma intervenção técnica
importante em um carro, muitas vezes, zero-quilômetro. Como
curiosidade, as versões inferiores usam pneus chineses Maxxis, talvez
os primeiros em um carro nacional.
Com tão poucas alterações, nem seria preciso dirigi-lo para dizer que o
Celta continua o mesmo ao volante. Ainda agrada pela agilidade, mesmo
com motor 1,0, em função do peso dos mais baixos, e pelo comportamento
dinâmico adequado, graças à suspensão firme.
Continua |