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Como é uma versão esportiva, alguns inconvenientes tornam-se aceitáveis. É o caso da suspensão um tanto rígida e ruidosa em pisos irregulares, que anuncia barulhos internos num futuro breve (já eram ouvidos no carro avaliado, com 3.300 km). Ou dos bancos firmes e de laterais muito envolventes, que não agradam aos mais gordinhos e geram desconforto no calor, mas mantêm firmes motorista e passageiro nas curvas rápidas que o carro faz tão bem.

Esses bancos, aliás, vêm revestidos em couro no VTS, assim como o volante -- mas não as laterais e painéis de portas, em tecido, o que parece improviso. Também não agradam a limitação de regulagem do encosto (reclina pouco) e o modo de ajustá-lo (por meio de alavanca, portanto não-contínuo), assim como a relutância de se dobrar para acesso ao banco traseiro -- o atrito entre as laterais do assento e do encosto o faz voltar. Por outro lado, o acesso é facilitado porque todo o banco corre para a frente, retornando depois à posição original.

De resto, diferenciam o interior do VTS apenas os apliques no painel e console que lembram fibra de carbono (em vez da falsa madeira que, a nosso ver, deveria ser abolida do Xsara) e os instrumentos, com fundo branco e um termômetro de óleo. À noite parecem ter fundo escuro, sendo iluminados em verde -- vermelho ficaria mais de acordo. Ficam mantidos os indicadores de nível de óleo e de quilometragem faltante até a próxima revisão (na partida), assim como o computador de bordo.

Este ocupa um mesmo amplo mostrador que serve ao rádio/toca-CDs, bastante prático, e traz um útil alerta programável de velocidade excessiva. Mas deveria exibir o consumo em km/l e não litros por 100 km, que é o padrão europeu. O sistema de áudio apresenta boa qualidade sonora e tem controles no volante, este um bom quatro-raios que bem poderia alojar o botão da buzina -- em vez de na alavanca à sua esquerda, local que exige hábito.

Externamente, com a adoção de rodas de 15 pol por toda a linha no ano passado, o VTS perdeu uma de suas poucas diferenças. Restaram o spoiler traseiro e os logotipos da versão, o que é menos do que seu público-alvo gostaria de ter. Uma opção é comprá-lo no alegre tom dourado -- ou amarelo? -- como foi avaliado, garantia de que chamará atenção por onde passar. Nem todos gostam da cor, mas o estilo do carro ainda é atual e tem boa presença.

Ademais, é o conhecido e eficiente Xsara: ótimos faróis com duplo refletor de superfície complexa (incluindo unidades de neblina à frente e atrás, aquelas superelipsoidais), porta-malas espaçoso e com rede para reter objetos (o estepe é externo, posição que poucos apreciam), freios a disco com sistema antitravamento (ABS) de série, cinco encostos de cabeça e cintos de três pontos, bolsas infláveis frontais e laterais. Continua