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Marea com um cilindro a menos

Novo motor de 1,75 litro tem potência elevada e
consumo menor, mas o 2-litros ainda é melhor opção

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Enquanto a maioria dos automóveis chega ao mercado com a motorização de maior volume de vendas, recebendo versões mais potentes posteriormente, a Fiat percorreu o caminho inverso com o Marea. Lançado em 1998 com um dois-litros de cinco cilindros, 20 válvulas e 142 cv, teve a potência reduzida para 127 cv nas versões SX, ELX e mais tarde HLX, ainda com o mesmo motor. E surge agora com uma unidade menor -- de quatro cilindros, 1,75 litro, 16 válvulas -- mas com os mesmos cavalos sob o pé direito: 127 cv.

As linhas avançadas, sobretudo a traseira, continuam um apelo da Weekend. Nova versão não traz logotipo nos pára-lamas dianteiros
Similar ao oferecido na Europa no Barchetta, o novo motor pretende baratear a versão de entrada da linha Marea sem prejuízo do desempenho. A diferença de preço da perua Weekend SX para a ELX -- ambas com 127 cv -- passou de R$ 4 mil para R$ 5,3 mil: a SX custa R$ 33.436 sem opcionais e R$ 49.965 com todos eles (confira os equipamentos). A partir deste mês de janeiro, contudo, as versões ELX e HLX, em função do reestudo de categorias de IPI (saiba mais), retomam o variador de fase que haviam perdido, voltando a 142 cv.

Pagar R$ 5,3 mil a menos por uma diferença de 15 cv parece ótimo negócio, mas há outros fatores a considerar. A SX é claramente mais despojada: ar-condicionado, controle elétrico dos vidros dianteiros, imobilizador e toca-fitas, de série na ELX, são opcionais. Perde-se também no acabamento: revestimento de bancos mais rústico, compartimento do banco traseiro sem iluminação e até faróis mais simples, de refletores convencionais -- os mesmos do Brava, enquanto as versões superiores trazem refletor superelipsoidal para o facho baixo e de superfície complexa para o alto --, embora ainda eficientes. Externamente, além dos faróis, a única diferença para o modelo '99 é a eliminação do logotipo 2.0 20V nos pára-lamas dianteiros, agora vagos.

Potência específica elevada sacrificou o torque em baixos regimes do motor de 1,75 litro e 16 válvulas, que na Europa equipa o esportivo Barchetta
O que o consumidor deve pesar bem na escolha é sua necessidade de torque em baixa rotação. A perda em relação ao dois-litros de 142 cv, de 1,4 m.kgf no valor máximo, faz-se bastante presente no dia-a-dia, exigindo manter o motor "cheio" através do uso intenso do câmbio. Retomadas são apenas regulares abaixo de 2.500 rpm e tornam-se críticas abaixo de 1.500, regime em que o motor maior já oferece força bastante palpável. Com o veículo carregado, o ar-condicionado ligado e uma subida pela frente, aquela economia pode causar arrependimento.

Talvez tenha havido excesso na potência específica, de 72,6 cv/l no novo motor. A média européia para 1,8 litro é de 112-115 cv, como ocorre no próprio Bravo/Brava de mesmo motor (113 cv). A Fiat parece ter-se orientado pela meta de manter a potência do dois-litros anterior, deixando em segundo plano a distribuição de torque, bem mais sentida no uso urbano que a potência absoluta. Isso apesar do emprego de recursos que o SX não possuía, como variador de fase e coletor de admissão mutável (saiba mais sobre características técnicas), que tendem a amenizar a falta de torque.

Bancos trazem ajuste elétrico de altura e apoio lombar quando há bolsas infláveis
laterais, mas o do encosto pode melhorar. Rodas da versão
Turbo, spoiler e ponteira são acessórios disponíveis na rede de concessionárias

Com o ponteiro do conta-giros mantido no alto, porém, a nova Marea tem tantas chances de agradar quanto suas irmãs de cinco cilindros. O ronco esportivo do escapamento, que pode incomodar em longos percursos em velocidade constante, mudou de tom mas permanece um convite a acelerar através das marchas. As respostas em alto giro são satisfatórias e o desempenho absoluto manteve-se no patamar do dois-litros de 127 cv, tendo até melhorado a aceleração de 0 a 100 km/h (veja tabela comparativa). E o consumo, que não aparecia como destaque no modelo anterior, melhorou: agora são 10,9 km/l na cidade e 15,2 km/l na estrada, segundo a Fiat, marcas bastante boas para seu porte e desempenho. Continua

Acessórios: a perua ganha esportividade
Com a fraca receptividade de versões esportivas no mercado, algumas marcas têm optado por oferecer acessórios na rede de concessionárias, permitindo ao comprador personalizar o veículo em função da praticidade ou do estilo esportivo.

A Weekend avaliada veio equipada com saias laterais, aerofólio traseiro, rodas da versão Turbo e ponteira de escapamento ovalada, todos de bom gosto segundo as opiniões ouvidas. Restrições apenas à ponteira, que fica mais baixa e longa que a original, podendo raspar em algum obstáculo com o veículo carregado.

Internamente recebeu pedaleira esportiva metálica, similar à da Palio Weekend Sport, e pomo do câmbio em madeira, além de rede protetora para isolar o compartimento de carga do de passageiros. Feita a opção, vale a pena pesquisar bem, pois cada concessionária elabora sua própria tabela de preços -- não há valores sugeridos pela Fiat.

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