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Carga expressa

Não se leva a família com tanta potência e emoção --
e por tão pouco -- como na Marea Weekend Turbo

Texto e fotos: Fabrício Samahá


Italianos fazem carros com paixão. Do país de onde saem macchinas como Ferrari e Lamborghini só se podem mesmo esperar automóveis com personalidade esportiva, ainda que se trate de uma familiar station wagon como a Marea Weekend. A mais nova versão da perua da Fiat, a Turbo, faz jus à tradição italiana: é rápida e potente como poucos esportivos dessa faixa de preço conseguem ser.

Traseira é particularmente feliz na Weekend, com as lanternas ao lado do vidro

Vendida a R$ 46.469, a Weekend Turbo custa 14% mais que a versão aspirada de topo, a HLX. O equipamento de série só não inclui bolsas infláveis frontal para passageiro (com sensor de presença no banco) e laterais nos bancos dianteiros, teto solar elétrico, disqueteira no porta-malas e bancos em couro, que são opcionais. Não há outra perua no mercado com o mesmo porte, desempenho e preço -- as opções mais próximas, como Passat Variant V6 e Volvo V40 Turbo T4, custam mais de R$ 70.000. Se só o bolso decidir, têm-se na faixa dos R$ 45.000 modelos maiores mas menos potentes, como Mondeo CLX, Peugeot 406 ST e Passat 1.8 aspirada.

À parte as agressivas saídas de ar no capô, que atraem o olhar até dos mais desatentos, a versão brava tem pouco a expor externamente os cavalos que oferece sob o pé direito. Apenas as rodas, de desenho exclusivo e 0,5 pol mais largas; grade dianteira específica, pinças de freio pretas, faixa degradê no pára-brisa -- que deveria constar de toda a linha -- e os logotipos turbo nos pára-lamas e porta traseira identificam a versão. Por dentro, predomina a sobriedade, ficando a nota esportiva por conta do volante revestido em couro perfurado, do fundo claro dos instrumentos e dos pedais de alumínio com botões de borracha. Nem iluminação mais esportiva do painel foi prevista -- é verde e discreta.

Rodas específicas, saídas de ar no capô e logotipos identificam a Turbo por fora; instrumentos em prata, pedais de alumínio e volante em couro perfurado, por dentro. A qualidade de alguns materiais poderia melhorar

Porta-malas espaçoso aloja disqueteira e pode ter o pára-choque rebatido. O estepe usa roda de alumínio como as demais

Apesar do revestimento em couro de bancos e portas, de bom aspecto, o acabamento geral poderia ser melhor, sobretudo a qualidade dos plásticos. Volante e banco com ajuste de altura (este também com apoio lombar regulável) permitem encontrar boa posição de dirigir, mas deveria haver a regulagem em profundidade da direção. Já era hora, também, de a Fiat acertar o difícil ajuste do retrovisor interno. Os instrumentos são os mesmos da versão HLX, faltando um manômetro do turbo. Positivo é o espaço para objetos, incluindo o apoio de braço central.

Atentando aos detalhes, o usuário nota que está pagando pelo desempenho e não por itens de conveniência. Há apenas um espelho de cortesia no pára-sol direito, os controles elétricos de vidros não trazem temporizador e só o do motorista tem função um-toque para subida. Apesar da disqueteira de seis discos no porta-malas, a qualidade de som não é das melhores. Computador de bordo, ajuste elétrico dos bancos, retrovisor interno fotocrômico e um simples interruptor central para a trava das portas, todos oferecidos no Tempra, passam longe da Marea. Faltam também cinto de três pontos para o quinto passageiro e controlador de velocidade de cruzeiro.

Um ambiente para a família que pode ser transportado muito rapidamente: característica única em sua faixa de preço

Em contrapartida, há ar-condicionado com controle automático e saídas para o banco traseiro, fechamento dos vidros (abertura também) e do teto solar pela fechadura, indicador de portas malfechadas, temporizador regulável do limpador de pára-brisa, lavador dos faróis e comandos do sistema de áudio no volante -- bem-vindos, pois o aparelho em posição alta torna cansativa a procura de emissoras. A Fiat manteve ainda, na perua nacionalizada, a lanterna traseira de neblina, os repetidores laterais das luzes de direção e o ajuste elétrico de faróis, todos obrigatórios na Europa mas não no Brasil.

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