Parque de diversões

O BMW 325i comprova como um sedã familiar pode
transmitir pura esportividade -- e divertir muito

Um BMW 325i, se possível preto e com as letras do fabricante na placa, foi um dos maiores sonhos de consumo no Brasil durante boa parte da década passada. O modelo quatro-portas de menor porte da Bayerische Motoren Werke, a fábrica de motores bávara, conquistou milhares de brasileiros desde seu lançamento por aqui, em 1991, ao aliar o conforto de um sedã luxuoso ao comportamento de um verdadeiro carro-esporte.

Onze anos depois, o 325i não é mais o topo-de-linha da Série 3. Após dois aumentos de cilindrada do seis-cilindros em linha, para 2,8 e 3,0 litros, essa versão tornou-se 330i, ficando outro 325i (que era 323i até pouco tempo) posicionado entre o 330i e o 320i de 2,2 litros, ao preço de R$ 135 mil. Curiosamente, entre tantas alterações, o atual 325i acabou ficando com os mesmos 192 cv do modelo antigo (saiba mais).

Um dos destaques da Série 3, assim como de seus irmãos maiores Séries 5 e 7, é conservar as características que fizeram o renome da marca entre os entusiastas no mundo todo. Começa pela tração traseira, passa pela disposição em linha dos seis cilindros (que a arqui-rival Mercedes-Benz abandonou em favor do V6) e chega a um modo muito particular de conceber e fabricar automóveis, que transmite ao motorista agradável sensação de esportividade.

Aos quatro anos de mercado, o desenho do menor sedã BMW -- título que ele perderá em pouco tempo com a chegada do Série 1 -- permanece atual e atraente. O modelo 2002 recebeu uma reestilização frontal que incluiu os faróis (ainda ondulados na parte inferior e, claro, com duas unidades circulares, de superfície complexa, por trás da lente única de policarbonato), grade (cada vez mais larga, mas sempre com a forma de "duplo rim"), pára-choque (agora com pequenos faróis de neblina superelipsoidais) e os pára-lamas dianteiros, que perderam o arco bem definido.

Novas lanternas e menores saídas de ar na traseira completam a reestilização, que nem parecia necessária de tão feliz era o desenho de 1998. Os caracteres típicos BMW estão todos lá, como a curva ao final das janelas laterais e a borda na tampa do porta-malas, esta introduzida em sedãs pela geração anterior, em 1990 (embora já existisse desde o ano anterior no cupê Calibra, da Opel).

Ao volante de um esportivo   O ambiente interno reflete a combinação de luxo e esportividade. O acabamento em couro preto e os apliques em tom alumínio, sem nenhum uso de madeira, confere um ar sofisticado mas não clássico ao 325i. Contribuem para esse efeito o belo volante "M" (em alusão à divisão esportiva da empresa, Motorsport) de três raios e a iluminação alaranjada dos instrumentos e comandos, que é também muito funcional -- o olho humano reage de modo diferente a esse tom, de modo que a visão noturna não seja "consumida" pelas luzes do painel, ficando apenas para olhar a estrada à frente. Pena que a iluminação "borre" muito, deixando o fundo avermelhado. Continua