

Reprojetado em 1973, o Blazer
ficava maior e ganhava tampa traseira única; no modelo 1976 o teto
conversível passava a ser apenas parcial
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Grade, faróis e acessórios
renovavam o visual enquanto a Chevrolet evoluía a mecânica nos anos 80;
acima, os modelos de 1983 e 1989

A terceira geração, em 1992,
seguia o estilo dos picapes e trazia mais conveniências, mas três anos
depois o nome Blazer dava lugar a Tahoe |
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O utilitário estava maior, com 4,69 m de comprimento e 2,70 m entre
eixos, mas mantinha os motores: 4,1-litros com 100 cv e
24,2 m.kgf, V8 de 5,0 litros com 115 cv e 28,3 m.kgf, e V8 de 5,75 litros
com carburador quádruplo, 155 cv e 31,1 m.kgf (os valores passaram a ser
líquidos, o que explica os números
mais baixos). Na Califórnia, com normas de emissões mais
severas, os motores perdiam potência e por isso o 4,1
e o 5,0 não estavam disponíveis.
O câmbio manual de três marchas saía de linha, mas ainda havia tração traseira
ou nas quatro rodas. Novidade era a tração permanente com diferencial
central, só disponível para modelos V8 com câmbio automático. O pacote Cheyenne vinha com ar-condicionado,
diferencial autobloqueante, molas reforçadas
e painel mais equipado. Conta-giros e volante regulável em altura eram
outras opções.
Um motor mais vigoroso era acrescentado em 1975: o V8 de 400 pol³ ou 6,6
litros, que oferecia carburador quádruplo, 175 cv e robustos 40 m.kgf. Esse
ano, que trazia ainda a opção de suspensão dianteira mais macia para uso
predominante em asfalto, era o último do modelo conversível integral: para
1976 o Blazer passava a vir sempre com teto rígido sobre os ocupantes da
frente, podendo a capota ser removida apenas na parte traseira. Se parecia
um retrocesso em termos de liberdade e descontração, ainda era mais do que
Detroit oferecia na maioria dos automóveis — os conversíveis estavam quase
extintos na época.
Com a segunda crise do petróleo em 1979, motores a diesel
ganharam atenções nos EUA. Para o Blazer, a solução foi o
Detroit Diesel V8 de 379 pol³ ou 6,2 litros, com 130 cv e 33 m.kgf,
oferecido entre 1982 e 1987. Um ano antes a Chevrolet havia redesenhado a
frente e deixado o motor V8 5,75 restrito à Califórnia. O seis-cilindros estava mais potente, com 130 cv e 29 m.kgf, e o V8 400 não
existia mais. Outras novidades em 1982 eram o câmbio
automático de quatro marchas e a opção de tração
4x4 com engate possível com o veículo em movimento.
Uma versão militar do Blazer também foi fabricada entre 1983 e 1987.
Denominada M1009 CUCV (Commercial Utility Cargo Vehicle, ou veículo
utilitário comercial de carga), a variação trazia interior mais simples,
suspensão reforçada, sistema elétrico híbrido de 12 e 24 volts e o motor V8
a diesel. Já os compradores civis encontravam uma vasta gama de opcionais,
que incluíam controle elétrico de vidros e travas, rádio com toca-fitas,
controlador de velocidade, amortecedores
especiais e rodas de alumínio.
Com a adoção de injeção eletrônica monoponto
nos motores V8 a gasolina (o seis-cilindros saía do catálogo), em 1987, o
Blazer estava mais vigoroso: o de 5,0 litros passava a desenvolver 170 cv e
36 m.kgf, enquanto o 5,75 atingia 210 cv e 41,5 m.kgf, mas para o primeiro
deles esse era o último ano em produção. Uma nova linha de picapes pesados,
com o mesmo desenho visto no Brasil no Silverado (1997), era lançada em 1988
nos EUA; contudo, os modelos de cabine dupla, o Suburban e o Blazer
manteriam a antiga carroceria até 1991. Por isso, a GM adotava em 1989 um
retoque estético para que a frente lembrasse a dos novos picapes. No ano
seguinte aparecia o sistema antitravamento (ABS) só para os freios
traseiros.
As vendas do Blazer vinham em declínio nos anos 80. Se em seu melhor período
— de 1977 a 1979 — entre 85 e 90 mil unidades ganhavam as ruas a cada ano,
na nova década o índice anual girava entre 23 e 40 mil veículos. Parte do
fenômeno pode ser atribuído ao lançamento do
S-10 Blazer, derivado do picape médio da Chevrolet, em 1983: compradores
interessados em lazer e praticidade vinham optando pelo modelo mais
compacto, enquanto os que priorizavam espaço e elevado torque tendiam a
escolher o grande Suburban.
A mudança do perfil do mercado levou a GM a rever sua estratégia para o
Blazer de terceira geração, que chegava em 1992, acompanhada do GMC
Yukon (o nome Jimny agora estava reservado para o modelo menor, "irmão" do
S-10 Blazer). Se a fórmula original permanecia, deixava de existir o teto conversível e a
gama de opções como um todo estava encolhida. Motor, apenas um: o conhecido
V8 350 a gasolina, com 210 cv e caixa manual ou automática, sempre de quatro
marchas.
Maior, com 4,77 m de comprimento e 2,83 m entre eixos, o novo Blazer seguia
o estilo dos novos picapes, com duas linhas de faróis sobrepostas e uma
barra divisória entre elas (em versões mais simples eram usados só dois
faróis retangulares). Havia opções de acabamento como Cheyenne, Silverado e
Sport, esta com decoração externa em tom grafite. O interior estava mais
moderno e oferecia ampla dotação de conforto e conveniência, como exigia o
novo cliente desse tipo de veículo. A suspensão dianteira era independente,
mesmo na versão com tração 4x4, e o pacote Z71 vinha com pneus maiores e
amortecedores especiais.
O projeto mostrou-se acertado a ponto de se manter em produção até 1999, mas
o nome Blazer não durou tanto: talvez para diferenciar com mais clareza seus
utilitários médio e grande, a Chevrolet renomeou o maior como Tahoe na linha
1995, que trazia também, sob igual designação, uma versão de quatro portas
mais curta que o Suburban. Na GMC o nome Yukon foi mantido. Quando viesse a
quarta geração da série, a versão de duas portas seria eliminada de vez da
linha, deixando para a história o ar jovial e descontraído do primeiro
Blazer. |