Alemão em miniatura

Em um período difícil para o país, a Glas aproveitou para
vender com êxito a família de microcarros Goggomobil

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: www.goggomobil.com e divulgação

Enquanto a Europa se recuperava da Segunda Guerra Mundial, entre o fim dos anos 40 e o começo dos 50, diversos fabricantes iniciaram a produção de microcarros, veículos de quatro rodas que representavam uma alternativa mais confortável — em especial no inverno rigoroso — às motocicletas. E um deles, que chegou a ser feito na Argentina, foi o alemão Goggomobil.

O mecânico Andreas Glas havia iniciado atividades em 1905 com máquinas agrícolas, mercado que estava em decadência após o conflito. Fundou então a Hans Glas GmbH, sediada em Dingolfing, na região da Bavária, Alemanha. Em 1951 passava a produzir a motoneta Goggo Motorroller, inspirada na Vespa da italiana Piaggio, com motores de 125, 150 e 200 cm³. Ganhou com isso experiência e reputação em pequenos veículos, o que abriu caminho para a estréia do Goggomobil, na Exposição Internacional de Bicicletas e Motos de Colônia, em 1954.

O sedã (ao lado) e o cupê (no alto): cerca de três metros de comprimento e 400 kg de peso, na medida do que os alemães precisavam no pós-guerra

Seu primeiro modelo, identificado como T 250, era um sedã de três volumes simples e compacto. Media 2,9 metros de comprimento, 1,26 m de largura, 1,31 m de altura e 1,80 m de distância entre eixos. Tinha duas portas, 2+2 lugares e volante de automóvel, mas podia ser dirigido com habilitação de moto, o que contribuiu para sua popularidade. Claro que o conforto era limitado pelas dimensões e pela simplicidade -- o segundo limpador de pára-brisa e janelas corrediças, por exemplo, viriam só em 1957.

O motor de dois cilindros a dois tempos, com cilindrada de 245 cm³ e arrefecimento a ar, ficava atrás das rodas traseiras, deixando assim a frente "vazia", sem grade ou ornamento entre os faróis circulares. Desenvolvia a potência de 13,6 cv a 5.000 rpm para um peso de 390 kg, o que resultava em desempenho modesto — a velocidade máxima ficava em 75 km/h. Mas o Goggomobil tinha o mais importante, a economia de combustível: fazia 22 km/l de gasolina em média. O tanque comportava 25 litros.

Na traseira estava o motor de dois cilindros, cuja potência variou de 13,6 a 20 cv conforme a cilindrada; as rodas eram de 10 pol

O câmbio de quatro marchas podia ser como opcional do tipo pré-seletivo (a marcha superior àquela em uso ficava engrenada, à espera da troca). Com estrutura monobloco e tração traseira, o carro tinha comando manual da embreagem, direção por cremalheira e sistema elétrico de 12 volts. Os pneus usavam a medida 4,40-10 e havia uma ampla oferta de acessórios de fábrica, como grade dianteira em formato oval e proteção contra sol no topo do pára-brisa. Um amplo teto solar de lona também estava disponível. Continua

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Data de publicação: 1/5/07

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