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Seu motor, derivado do usado no Aurelia, tinha seis cilindros em "V" a 60°, bloco e cabeçote em liga leve, cilindrada de 2.458 cm³ e alimentação por um carburador Solex em posição invertida. Gerava a potência de 102 cv a 4.600 rpm e o torque máximo de 19,5 m.kgf a 4.600 rpm. Tinha ótima reputação de solidez e desempenho. Com tração traseira e caixa de quatro marchas com alavanca na coluna de direção, o sedã atingia a velocidade máxima de 160 km/h, bem adequada ao gabarito do carro. A suspensão dianteira era independente com braços sobrepostos e molas helicoidais. A traseira seguia o sistema De Dion com molas semi-elíticas. Os freios a disco nas quatro rodas, da marca Dunlop, tinham duplo circuito. Estava calçado em pneus 175-400.

Em 1958 entravam em cena três cupês derivados do Flaminia, com estilos diferentes e muito bonitos. O cupê Coach do estúdio Pininfarina, oriundo do projeto Florida, tinha linhas mais clássicas, baseadas nas do sedã. O Gran Turismo, da empresa Touring, mostrava uma leve esportividade e daria origem a um belíssimo conversível. Tinha quatro faróis circulares, grade retangular, três volumes distintos, acabamento impecável e muito charme. Por último, o modelo Sport da Zagato vinha com linhas curvas e muito esportivas. Sua carroceria era toda construída em alumínio.

No Touring e no Zagato apenas duas pessoas eram transportadas. O motor era o mesmo para o trio, com a potência elevada para 131 cv a 5.600 rpm, mas por diferenças aerodinâmicas e de peso a velocidade final variava: o carro de Pininfarina chegava a 170 km/h; o Touring ia até 180 km/h e o Zagato levava a melhor nas auto-estradas, cravando 190 km/h. Em 1960 a Touring apresentava seu conversível que, como opção, podia receber uma capota em plástico reforçado com fibra-de-vidro.

Uma versão interessante foi feita especialmente para receber a Rainha Elizabeth II em 1960. Encomendada pelo governo, foi construída em apenas seis meses. Tratava-se de um conversível quatro portas com uma distância entre eixos imensa, 3,35 metros. Seu nome de batismo era 335, em alusão a tal medida, mas ficou conhecido como Presidenziale ou Quirinale — este o nome do palácio-residência do Presidente Gronchi. Extremamente luxuoso, recebia couro Connolly nos bancos.

Em 1962 o Touring GT e o Sport Zagato ganhavam três carburadores Weber 40, que levavam a potência a 140 cv a 5.600 rpm e o torque a 20,7 m.kgf a 3.000 rpm. Nas laterais havia a inscrição 3C para intimidar. Também era oferecida uma preparação SuperSport para o Zagato, deixando-o ainda mais apimentado. Com três carburadores de corpo duplo, chegava aos 160 cv a 6.000 rpm. Demandava gasolina de 98 octanas RON, devido à taxa de compressão de 9,5:1, mas compensava no desempenho: a velocidade final era de 210 km/h. No mesmo ano a Touring apresentava o GTL 2+2, um pouco mais comprido (4,50 metros) e com teto mais alto.

Em 1964 todos os motores passavam a ter 2.775 cm³. O sedã e o cupê de Pininfarina ganhavam um carburador de corpo duplo, mas não havia notáveis diferenças de desempenho. O SuperSport da Zagato recebia nova carroceria, desenhada pelo famoso Ercole Spada. Estava mais imponente, com faróis em forma de gota.

Foram construídos 12.431 exemplares do Flaminia: cerca de 4.000 sedãs, 5.200 cupês da Pininfarina, 1.900 da Touring (dos quais 300 da versão GTL), 800 conversíveis, 400 do Sport de Zagato e apenas 150 do SuperSport. Personalidades como Brigitte Bardot, Sophia Loren, Audrey Hepburn e Marcello Mastroianni possuíram o Flaminia e posaram junto dele. E um acidente fatal com um Flaminia Touring no bairro Bois de Boulogne, em Paris, tirou a vida do Príncipe Aly Khan, um amante de automóveis rápidos e sofisticados. O nobre paquistanês foi casado com a não menos famosa Rita Hayworth.