Essa versão, no entanto, deu lugar três anos depois à 412, com um propulsor de 1.479 cm³ e 70 cv mais convencional — inspirado no do BMW 1500 de 1961 —, que usava corrente para o comando. Um recurso muito apreciado eram as camisas de cilindros removíveis, pois permitia sua substituição em vez da retífica do bloco, já que mão-de-obra capacitada para esse tipo de serviço sempre foi rara na Rússia. A família contou com sedã de quatro portas, peruas de três e cinco portas e picape. Um motor a diesel de 1.760 cm³ e 62 cv foi usado em alguns mercados de exportação.

Grade e faróis diferenciavam o 412, uma evolução do 408 com motor de 1,5 litro que se manteria em linha até os anos 80 (um modelo mais recente aparece na abertura deste artigo)

Em 1969 a empresa assumia a sigla AZLK (Fábrica de Automóveis da Liga Jovem Comunista de Lênin). O 412, renomeado 2140 no mercado russo e 1500 SL ou Scaldia nos de exportação, passou nos anos 70 e 80 por mudanças que lhe deram faróis retangulares, novas lanternas e pára-choques envolventes em plástico. A família, como de hábito, era identificada por diferentes números: 2137 a perua, 2734 o furgão, 2138 o sedã com motor de 1,4 litro, 2136 a perua de mesma mecânica. Foi produzido até 1986 pela própria empresa, mas teve uma sobrevida de 12 anos nas mãos de outra marca, a IZH.

Também em 1986 aparecia o 2141, ou Aleko nos mercados externos, que marcava outro importante passo na história da Moskvitch. O dois-volumes de cinco portas e linhas retas, com 4,35 m de ponta a ponta, lembrava muito o Simca 1307 de uma década atrás. Há quem afirme que, para conter custos, a empresa simplesmente copiou o projeto dos franceses. A mecânica adotava tração dianteira — novidade para boa parte do mercado russo, iniciada só dois anos antes pelo Lada Samara — e suspensões atuais, do tipo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira.

O 2141 ou Aleko foi um passo decisivo rumo à modernização: tração dianteira, novas suspensões e desenho mais atraente, que lembrava muito o do Simca 1307

Só o motor de 1,5 litro era herdado do 2140, mas outros foram adotados em versões posteriores: o 1,6 de 76 cv da Lada, o 1,7 de 86 cv da mesma UZAM que fazia o 1,5, um 1,8 diesel de 60 cv da Ford para exportação a outros países europeus. A versão de três volumes Kalita acrescentou espaço de bagagem, embora sem muita harmonia de estilo.

A plataforma do 2141 deu origem aos últimos modelos da Moskvitch, os da série 2142, feitos entre 1998 e 2002: os sedãs Knjaz Vladimir e Ivan Kalita e o cupê Duet. O amplo Ivan Kalita (4,91 m contra 4,71 m do Knjaz) tinha acabamento de luxo e estilo um tanto discutível. O motor de 2,0 litros a injeção fornecido pela Renault oferecia versões de oito e 16 válvulas, com 113 e 140 cv, na ordem. O próprio 2141, renomeado Sviatagor em 1997, ganhou uma frente mais arredondada — em uma fracassada tentativa de atualizar seu superado desenho — e adotou o motor Renault de 113 cv.

O Sviatagor (à esquerda), um Aleko reestilizado, e o sedã Knjaz Vladimir: os últimos dias

Os bons tempos da Moskvitch, porém, haviam passado. Em 2002 a empresa foi à falência, deixando as instalações abandonadas. Adquirida pela OAO Avtoframos, uma associação entre a cidade de Moscou e a Renault (acionista majoritária), a unidade passou em 2005 a montar o sedã Logan no sistema CKD, completamente desmontado.

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