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A Hyundai manteve por longo tempo uma parceria com a Mitsubishi, que forneceu a ela desde a tecnologia de motores até modelos inteiros, como o utilitário esporte Pajero, renomeado como Galloper e assim vendido de 1991 a 2003, inclusive no Brasil. Com a proximidade das Olimpíadas de Seul, que ocorreriam em 1988, os coreanos pediram à Mitsubishi que concebesse um sedã de luxo adequado ao transporte dos convidados especiais do evento.

Surgiu então em 1986 um novo Debonair, cujo projeto foi usado pela Hyundai no modelo Grandeur (que, porém, foi dotado de motores quatro-cilindros de 2,0 e 2,4 litros). A atualização de estilo era extensa, com linhas retas que em nada lembravam as do anterior. A grade cromada e volumosa seguia o padrão das marcas de prestígio em seus modelos mais tradicionais. A série V (cinco) do grande Mitsubishi passava a usar tração dianteira e estava bem mais longa (4,86 m) e larga (1,72 m), só que mais baixa (1,42 m). O entreeixos chegava a 2,73 m, e o peso, a 1.510 kg.

O motor permanecia com seis cilindros, mas em "V", uma primazia dentro da marca. E, além de uma versão de 2,0 litros, vinha na de 2.972 cm³, com 150 cv e 23,5 m.kgf, ambas com comando no cabeçote. O motor maior ganhava a opção de compressor no ano seguinte e, em 1991, recebia duplo comando e 24 válvulas (sem o compressor, porém), com o que gerava 210 cv e 27,5 m.kgf. Câmbio automático de quatro marchas, controle eletrônico da suspensão e freios a disco ventilado nas quatro rodas com sistema antitravamento (ABS) representavam outras evoluções.

O carro também estava bem servido de itens de conforto: ajuste elétrico dos bancos dianteiros e traseiros, revestimento em couro, controlador de velocidade, ar-condicionado com ajustes independentes para motorista e passageiro ao lado. Alguns itens eram exclusivos da versão de topo Royal Extra, que ficava acima da Super Saloon, da Exceed, da Royal e da Super Exceed.

A segunda geração nem chegou perto da longevidade da primeira: já em 1992 a Mitsubishi apresentava o terceiro Debonair, mais longo (4,98 m), largo (1,81 m) e alto (1,44 m). O entreeixos era quase o mesmo de antes, 2,74 m, mas o peso continuava a aumentar — 1.770 kg! O estilo tornava-se mais suave e arredondado, mas permanecia conservador, bem ao gosto de seu público-alvo. O motor V6 vinha em cilindradas superiores: o de 2.972 cm³, com 210 cv, e um novo de 3.496 cm³ com duplo comando e 24 válvulas, que entregava 260 cv e 33 m.kgf. Os acabamentos eram, em ordem ascendente de preço, Executive, Contega e Exceed. Essa geração também foi aproveitada pela Hyundai no Grandeur.

Desta vez a tecnologia de ponta estava presente, a começar pela direção nas quatro rodas: as traseiras esterçavam na mesma direção das dianteiras em velocidade, para facilitar mudanças de faixa e melhorar a estabilidade em curvas, e na direção contrária nas manobras, o que tornava bem mais simples estacionar e efetuar retornos. Câmbio automático eletrônico, controle de tração e bolsas infláveis eram outros avanços. Em favor do conforto, o Debonair trazia ajustes elétricos dos bancos e do volante com memória, portas e tampa do porta-malas com fechamento automático (bastava encostá-las para o sistema completar o processo) e sistema de navegação.

Sem alterações de estilo até o fim de sua produção, o longevo sedã era substituído em 1999 pelo Proudia. O Debonair perdeu em tempo de vida para o eterno concorrente Toyota Crown, em produção de 1955 até hoje e muito bem-sucedido entre os executivos do país. Mas teve uma carreira marcante, registrada entre os modelos mais expressivos da história da Mitsubishi.