O Isuzu de Giugiaro

Uma ponte importante entre o melhor do ocidente
e o Japão foi traçada com o charme e a excelência do 117

Texto: Fabiano Pereira – Fotos: divulgação

Parecia um cupê italiano, talvez inglês, em meio a todas atrações daquele Salão de Genebra de 1966. Mas não: aquele belo automóvel estava exposto no estande de um ainda pouco conhecido fabricante japonês. E não era para menos, o Isuzu 117 Sports era um projeto desenvolvido no estúdio Ghia por um jovem e talentoso desenhista que se estabeleceria como uma das maiores referências do setor: Giorgio Giugiaro.

A Isuzu não estava para brincadeira quando decidiu criar um carro que a projetasse internacionalmente. Pai de carros aclamados como o Alfa Romeo 2000/2600 Sprint e o Gordon Keeble GT de 1960, o BMW 3200 CS de 1961 e o Alfa Giulia GT de 1962 até então, Giugiaro ainda seria responsável por retumbantes sucessos posteriores como os VW Passat e Golf, os Fiats Panda e Uno, entre tantos outros que abriram um novo capítulo na história de seus fabricantes.

O estilista italiano acertou a mão nesse cupê japonês, com uma elegância que raramente se via nos carros orientais da época

Giugiaro usou o chassi do recém-lançado sedã da Isuzu, o Florian. A impressão deixada pelo cupê fastback 117 foi das melhores possíveis, reação repetida no Salão de Tóquio daquele ano. Era um carro à frente de seu tempo e que teria sua receita seguida por outros em termos de estilo, nível de equipamento e desempenho. Consistia na segunda experiência de Giugiaro com carros japoneses, depois do Mazda Luce 1963. No mesmo ano em que apresentou o Isuzu, o inspirado projetista criaria também os italianos Maserati Ghibli e De Tomaso Mangusta.

O Isuzu 117 ficaria conhecido mais tarde pelo primeiro motor de duplo comando de válvulas no cabeçote com injeção eletrônica do Japão, pelo conforto e acabamento esmerados e os fartos equipamentos, como cintos para os quatro ocupantes, apoios de cabeça e um painel de madeira com sete instrumentos. Seu encanto era tamanho que lhe daria longevidade digna de um clássico.

Painel revestido em madeira e farto em instrumentos, volante esportivo, console largo: um interior à altura das linhas do 117

O toque de exclusividade ficava por conta da produção limitada a 50 unidades por mês, feitas de modo quase artesanal. Até nisso se parecia com os mais apreciados esportivos italianos. A comercialização teve início em dezembro de 1968, com seu “sobrenome” Sports substituído pelo igualmente tradicional Coupé. O Florian também lhe cedia o motor de quatro cilindros, 1.584 cm³ e carburação dupla Mikuni Solex N40PNH, só que adaptado ao duplo comando. Continua

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Data de publicação: 3/8/04

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