Os modelos 1910 davam uma nova guinada em relação ao desenho marcante, embora mais uma vez plagiando criações francesas. Sem grade, o capô era inclinado como que no intuito de serem mais aerodinâmicos, numa época em que isso ainda não era considerado. Dessa vez os Franklins imitavam a frente em forma de bico dos Renaults, já utilizada no tipo XA de 1906 e até em modelos mais antigos do fabricante francês.

Após a Primeira Guerra Mundial a produção dos Franklins era retomada, com modelos de desenho original como este 9B de 1921

As letras dos nomes passaram a incluir números, com as séries 1 e 2, em 1912. Um ano mais tarde, um Franklin Speed Car 1911 batia o recorde de economia de combustível, com 35 km/l. Já oferecendo sedãs fechados, a marca lançava a admissão aquecida por uma câmara com os gases de escapamento, que o Volkswagen adotaria 25 anos depois. Continuavam os ganhos de economia: 94 modelos da marca marcaram a média de 13,8 km/l, em 1914, e 179 carros atingiram a de 17 km/l em 1917.

Um motor de apenas um cilindro e peças de motor de avião, para a Hispano-Suiza e a Rolls-Royce, foram as contribuições da empresa na Primeira Guerra Mundial. Com a volta da paz e da produção de carros de passeio, os Franklins 1921 apresentavam novamente grade dianteira, embora ainda inclinada e diferente dos demais americanos. Em 1925, um novo desenho deixava de vez os Franklins com uma frente bem tradicional. Para identificar os carros da marca, a grade era dividida em quatro colunas verticais.

  Um luxuoso 19A de 1934, ano da falência da empresa. A Franklin havia apresentado um V12 de 6,5 litros dois anos antes

A geração de 1925 tinha motor seis-cilindros de 3,3 litros. A maior parte das carrocerias era criada por J. Frank de Causse mas, num hábito comum na época, fabricantes menores também forneciam carrocerias. Três anos depois o chassi de madeira era trocado por um metálico. Em 1929, o lendário Cannon Ball Baker faria o trajeto de costa a costa num Franklin em meras 69 horas. Sinal dos tempos. Para elevar o moral da marca, a linha 1930 trazia carrocerias desenhadas por Raymond Dietrich, que agradaram bastante.

Seguindo uma tendência da época, os modelos de 1932 portavam um V12 refrigerado a ar de 6,5 litros e respeitáveis 150 cv (brutos). Podia “voar baixo” a 150 km/h. Inicialmente era oferecido na série Airman (aviador), criada em homenagem ao fã da marca Charles Lindbergh, realizador do vôo solitário entre Nova York e Paris, sem escala, em 19 de maio de 1927. Mesmo com tanto entusiasmo, apenas 1.900 carros foram fabricados pela marca. Com a Depressão econômica, a demanda por modelos sofisticados tornava-se mínima.

Um modelo Pursuit de 1930: com a Depressão americana, a marca deixaria o mercado de automóveis, mas seguiria fabricando motores aeronáuticos

Um seis-cilindros de 100 cv, dividido com o Reo Flying Cloud, era lançado no modelo Olympic. Mas nada disso salvaria a Franklin. Em 1934 vinha a bancarrota. Carl Doman e Ed Marks, dois ex-engenheiros da empresa que fundaram companhia própria, compravam os direitos da marca. A Doman-Marks lhe daria nova vida, fabricando motores para aviões e helicópteros. A Franklin passava a se chamar Aircooled Motors Corporation — corporação de motores refrigerados a ar. Duraria até 1975, quando seus projetos foram vendidos ao governo polonês, que até hoje tem motores baseados nos da empresa.

Enquanto a aviação fez uso dos propulsores da marca, especialmente na Segunda Guerra, um motor Aircooled para helicópteros teve um destino marcante na história do automóvel. Com seis cilindros opostos, seria usado no Tucker Torpedo, um dos mais excêntricos projetos na Detroit do pós-guerra. Convertido para refrigeração a água, com 5,5 litros gerava 165 cv. O Tucker não vingaria, mas provaria mais uma vez a associação da Franklin com alguns dos mais criativos projetos que Detroit já produziu.

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