Conexão anglo-americana

A Nash dos EUA e a Healey da Inglaterra somaram forças
para fazer um carro esporte que fez pouco sucesso

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A marca americana Nash é muito conhecida por quem era adulto nas décadas de 1940 e 1950 no Brasil. Seus automóveis eram facilmente reconhecíveis pelas linhas curvas e parte das rodas encoberta pelos pára-lamas. A fábrica nasceu a partir da aquisição da Rambler, em 1919, que produzia modelos de ótima qualidade com motor de um cilindro. Um ex-presidente da General Motors, Charles W. Nash, a comprou na cidade de Kenosha, no estado de Wisconsin.

Em 1938, a empresa foi pioneira a introduzir o ar-condicionado nos carros. Anos mais tarde, em 1947, um modelo woody fez muito sucesso: o Nash Ambassador Suburban, uma perua com parte da carroceria em madeira, que tinha o banco traseiro rebatível e se tornava uma confortável e discreta cama de casal. Seus carros não eram nem um pouco ortodoxos. Já que lutava contra GM, Ford e Chrysler, apelidadas de Big Tree, as três grandes, fazia questão de oferecer modelos baratos e com qualidade.

O primeiro modelo do Nash-Healey: um roadster com bom desempenho, mas caro demais e com um estilo que não agradou

Em 1949 fez o primeiro modelo monobloco americano, o Nash Airflyte. Era um dois-volumes de grandes dimensões, com três janelas laterais e as quatro rodas encobertas. Mas uma de suas façanhas mais geniais seria a fabricação de um carro esporte em associação com a Healey inglesa. George Walter Mason, proprietário da marca desde 1937, voltava da Europa, onde havia visitado vários salões e ficado encantado com a nova safra de carros esporte do pós-guerra.

Estava no transatlântico Queen Elizabeth quando se encontrou com Donald Healey, que ia aos EUA para tentar obter motores Cadillac V8 para um carro de corrida. Caso Donald não conseguisse os V8, Mason havia oferecido o seis-cilindros em linha que já equipava o Nash Ambassador. As negociações com a Cadillac não avançaram e, pouco tempo depois, um contêiner com motores e caixas de câmbio Nash seguia para Warwick, no subúrbio de Coventry, na Inglaterra.

No interior de um modelo 1952, volante de três raios e painel com dois grandes instrumentos

A Healey já tinha experiência de sucesso nas pistas com marcas como Triumph, Invicta e Riley. Um carro esporte foi para a 24 Horas de Le Mans, na França, e fez bonito. Na carroceria muito aerodinâmica predominavam linhas curvas; dois grossos cintos seguravam o capô dianteiro. O Healey Silverstone, com motor Nash, ficou em quarto na classificação geral.

Aproveitando o sucesso, a dupla anglo-americana estava disposta em investir em um carro esporte para as ruas. O primeiro protótipo, um roadster com carroceria de alumínio, foi montado em Birmingham, na Inglaterra. O Nash-Healey aproveitava peças do Nash de 1951, como faróis, grade e pára-choques. O pára-brisa era bipartido e a carroceria muito baixa. Desenhado por Donald Healey, estava longe de ser bonito, porém. Continua

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Data de publicação: 13/4/04

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