O cupê mais luxuoso do mundo O
Rolls-Royce Camargue foi, durante uma década, |
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Em 1975, para manter a tradição
de modelos com carrocerias especiais, a britânica Rolls-Royce lançou um modelo projetado pelo estúdio italiano Pininfarina, batizado com o nome de Camargue. Era um cupê de linhas angulosas, sóbrias e elegantes, como convém a um modelo da casa de Crewe, e apesar das duas portas transportava confortavelmente cinco
passageiros. |
O radiador clássico da Rolls-Royce, que requer um dia de trabalho manual de um artesão, teve suas formas modificadas para combinar com as linhas elegantes concebidas por Pininfarina |
Depois de construído e polido, o artesão que fabricou o radiador coloca suas iniciais na parte de trás, assinando assim sua obra de arte. Até os anos 30 os radiadores Rolls eram feitos de prata alemã; a partir de então o material utilizado passou a ser o aço inoxidável. O Camargue utilizava como base o modelo Corniche, que por sua vez era derivado do Silver Shadow, um modelo revolucionário da marca inglesa. O Shadow marcou a modernização dos produtos Rolls-Royce, com a utilização de estrutura monobloco, representando um grande avanço frente a seu antecessor, o Silver Cloud III. Assim como os modelos de que se originou, o Camargue também foi construído com um monobloco, com suspensões dianteira e traseira independentes. |
Entre as novidades, ar-condicionado de controle automático e sistema de freios de alta pressão, similar ao do avançado Citroën SM |
O motor era o clássico V8 de 6.750 cm3, com um carburador quádruplo Solex, gerando estimados 172 cv -- como tradição, a Rolls-Royce não divulgava a potência de seus modelos, o que só mudou há poucos
anos. O câmbio era automático de três marchas, oriundo da General Motors, mas recebera diversas modificações para que atendesse aos exigentes padrões de suavidade e silêncio de funcionamento exigidos pelos clientes
Rolls. Os freios utilizavam um complexo sistema de alta pressão, semelhante ao do Citroën SM (leia história), mas com alterações com o objetivo de aproximar o funcionamento do sistema ao daquele tradicionalmente utilizado pela marca britânica. |
Este insólito modelo baseado no Camargue foi feito pela suíça Sbarro para as caçadas de um milionário árabe |
Pela primeira vez surgia em um modelo Rolls-Royce um ar-condicionado totalmente automático, que mantinha a temperatura estabelecida. Entre outros luxos, o Camargue apresentava ainda vidros, espelhos e ajuste dos bancos elétricos, assim como mostrador da temperatura externa e controle de altura livre do
solo. Outros requintes podiam ser incorporados ao gosto do cliente, como um bar embutido no apoio de braço central do banco traseiro. O acabamento seguia à risca o padrão Rolls-Royce, com revestimento em couro Connolly e painel em raiz de nogueira, que recebia cinco camadas de verniz. A carroceria era fabricada à mão nas oficinas da Mulliner Park Ward, em Londres, uma a uma -- como toda obra de arte deve ser, sempre única. |
Um Rolls-Royce mais esportivo, mas com os requintes a que tem direito: revestimento em couro Connolly, painel em raiz de nogueira e até bar no apoio de braço traseiro |
O Camargue foi, enquanto produzido, o cupê mais luxuoso, exclusivo e caro do mundo. Em 1978, a suíça Sbarro produziu um Camargue completamente diferente para um milionário árabe que possuía duas paixões -- Rolls-Royce e caçadas. O resultado, como se poderia prever, foi um tanto
estranho. Sua produção se encerrou em 1985, quando haviam sido produzidas apenas 531 unidades. Ainda hoje o Camargue pode ser visto rodando em seu hábitat natural: as sofisticadas ruas de Beverly Hills, Monte Carlo, ou em algum lugar do Oriente Médio inspecionando poços de petróleo. |
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