Best Cars Web Site Páginas da História

O renascimento do prestígio

Os franceses queriam um quatro-portas de alto luxo após
o fim da Facel. Então Tastevin lançou o Monica

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

No começo da década de 70, o sedã mais luxuoso, confortável e veloz produzido na terra do general De Gaulle era o Citröen DS. Mas este, apesar das várias qualidades conhecidas, não tinha o charme da exclusividade e do luxo imponente ou o desempenho de um esportivo. A Renault, por sua vez, não conseguia ser feliz na comercialização dos Ramblers americanos.

Há tempos os franceses desejavam automóveis de classe e qualidade superior, feitos na terra natal, como os afamados Talbot, Delage e Delahaye do passado. O Facel Vega, nascido na década de 50, havia deixado de ser fabricado. Não tinham nenhum concorrente à altura dos famosos dos países vizinhos, tais como o Jaguar e o Mercedes, ou mesmo do Cadillac americano.

Apesar das amplas dimensões e das quatro portas, o Monica tinha a silhueta de um cupê esporte. A traseira lembrava de um Ferrari...

Na metade dos anos 60, um intrépido empresário do ramo ferroviário, apaixonado por automóveis de prestígio e descontente com o fim do Facel, pôs inicio a um projeto ambicioso. Jean Tastevin era o proprietário da CFMF (Companhia Francesa de Material Ferroviário). Produzia vagões para serem tracionados pelos modernos trens franceses e dispunha de instalações fabris em Balbigny, na região do Rio Loire, onde ficam os famosos castelos medievais.

Seu objetivo e sonho era construir um sedã de quatro portas, potente, bonito e luxuoso. O nome seria o mesmo de sua esposa: Monica. Entrou em contato com um engenheiro inglês, Ted Martin, que tinha o projeto de um motor de oito cilindros em V em alumínio, de 2,8 litros, que a princípio seria usado num chassi de Fórmula 1 em 1966. O aperfeiçoamento deste estaria por conta de outro inglês, Chris Lawrence.

...enquanto a parte frontal, baixa e com faróis escamoteáveis (foto no alto), era associada à do Maserati Indy

O motor de Martin teve sua capacidade volumétrica elevada para 3.423 cm3 (87 x 72,2 mm) e passou a desenvolver 240 cv a 6.000 rpm, com duplo comando de válvulas nos cabeçotes e quatro carburadores de duplo corpo da marca Weber. Mas não se mostrou confiável e o empresário fez a opção por um motor da americana Chrysler, tal como fora adotado por Jean Daninos no Facel.

Uma maquete do automóvel, em madeira, foi feita pela renomada empresa de Henri Chapron. Este tornou-se famoso por belos trabalhos especiais nos Citroën SM e DS. Depois, a mesma foi enviada para a Itália, para que o também famoso e competente fabricante de carrocerias Vignale desse continuidade ao audacioso projeto. Lá o Monica começou a ser produzido em pequena escala. Porém, em 1969, o patrão Alfredo Vignale morreu e sua empresa foi vendida. Continua

Carros do Passado - Página principal - e-mail

Data de publicação deste artigo: 5/11/02

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados