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PREPARAÇÃO

Simples, rápido e surpreendente

Válvula eletromagnética abre grandes possibilidades
na preparação de turbos originais

Texto e ilustração: Iran Cartaxo

O mercado nacional tem aberto grande gama de ofertas de motorização, com recursos tecnológicos utilizados cada vez mais diversos: multiválvulas, turbo, comandos de ação variável, coletor de geometria também variável e muitos outros. O também grande número de soluções aplicadas a cada um destes recursos torna cada linhagem de motores realmente única do ponto de vista mecânico, exigindo dos que trabalham nesta frente a constante atualização, desenvolvimento de novas idéias e aceitação de novos pontos de vista.

O ambiente de preparações não tem ficado a margem destas mudanças. Mesmo sendo um setor tradicionalmente conservador, repleto de lendas e de vertentes diversas, os profissionais de preparação do país têm-se visto obrigados a se atualizar, mudar pontos de vista, rever conceitos do que é possível e, acima de tudo, se dedicar à deliciosa tarefa de melhorar ainda mais os já ótimos propulsores à venda. Apesar das dificuldades inerentes em lidar com novas tecnologias e dos problemas em adaptar velhas soluções ao novo ambiente, cada vez mais tem aumentado a capacidade de controle sobre as variáveis que influem no comportamento do motor, facilitando o trabalho dos profissionais e tornando possíveis resultados antes impensáveis.

O desafio imposto pelos novos motores ao setor de preparação não se reduzem a problemas: há também as vantagens, entre elas algumas bastante recompensadoras aos olhos dos consumidores. Quem não gostaria de transformar um "pacato" médio esportivo num carro de 230 cv ao custo aproximado de R$ 600? Pois isso já é possível no Brasil, bastando algumas poucas mudanças que, ajudadas pelos recursos já a disposição no propulsor original, resultarão em um carro muito forte e exclusivo a um custo realmente interessante.

Não falamos em nenhum milagre e sim das possibilidades abertas pelo remapeamento em motores turbo controlados pela eletrônica embarcada. Como todos sabem, a potência de motores sobrealimentados está diretamente ligada à quantidade de mistura empurrada para dentro dos cilindros. No caso do turbo essa tarefa é desempenhada pela pressão imposta ao coletor de admissão. Tendo isso em vista fica fácil imaginar que, se fosse possível alterar a pressão do turbo através de remapeamento da central de injeção e ignição, os resultados em termos de potência seriam muito mais expressivos que as fracas mudanças conseguidas com esse procedimento em motores aspirados.

Os carros turbo mais modernos não só adotam turbinas mais bem-dimensionadas, que permitem uma entrada em operação mais cedo, como também possuem várias soluções baseadas na eletrônica, responsáveis por uma otimização no comportamento e controle do motor sem precedentes. Entre estas soluções está o controle eletrônico da pressão de sobrealimentação -- e esta é a brecha disponibilizada pelos fabricantes que permite a uma preparação tão barata como um remapeamento obter resultados surpreendentes.

Sem alteração mecânica pode-se elevar a pressão do turbo do motor Audi/VW para 1 kg/cm² e retirar 200 cv, mantendo taxa de compressão e combustível originais

O componente que permite toda essa aventura é uma simples válvula eletromagnética, controlada pela central eletrônica e responsável pela importante tarefa de avisar à válvula de alívio que chegou a hora de a pressão do turbo parar de subir. Essa válvula é empregada nos turbos mais recentes não só para permitir o recurso de overboost (sobrepressão), usado agora pela Fiat no Marea Turbo, mas também para evitar um comportamento indesejável da válvula de alívio. Esta é acionada pela pressão do próprio turbo e, a partir de determinado limite, começa a abrir uma passagem paralela para os gases de escapamento. Eles então vão progressivamente deixando de empurrar a turbina até que se chega a uma condição de equilíbrio, onde a pressão de sobrealimentação deixa de subir. Mas isso faz o turbo demorar um pouco mais para atingir a pressão máxima de trabalho, pois quando está próximo de atingi-la a válvula se abre e a turbina passa a ser empurrada só por parte dos gases disponíveis. E qual a solução para esse inconveniente?

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