
De Tomaso na sede mundial da
Ford com o Pantera (no alto) e no Osca compartilhado com Colin Davis na
24 Horas de Le Mans de 1958, acima


O Fórmula 2 com motor Osca (em
cima), primeiro carro construído pela De Tomaso, em 1959, e o modelo 801
de 1962, já com um motor próprio

O 505 foi projetado para a
equipe Williams e usava motor Ford Cosworth |
O emblema dos carros De Tomaso — um "T" estilizado sobre as cores azul e
branco — é uma homenagem de seu fundador, Alejandro de Tomaso, a sua
terra natal: a Argentina. Automobilista e industrial, ele nasceu em
Buenos Aires em 10 de julho de 1928. A família de seu pai era da Itália,
e a de sua mãe, de ricos argentinos. O pai foi ministro da agricultura
do país sul-americano e morreu de ataque cardíaco já aos 38 anos. Por
esse motivo, Alejandro deixou a escola aos 15 anos para aprender sobre o
negócio da família — gado.
Chegou a trabalhar como motorista de caminhão e, aos 20, assumiu o
comando das fazendas, tempo em que também esteve envolvido com outras
duas vocações: a carreira de piloto, com um Bugatti antigo, e a de
jornalista, opondo-se ao então presidente Juan Peron. Em 1955 ele foi um
dos pilotos que dirigiram um Maserati até a vitória em sua classe em uma
corrida em Buenos Aires. No mesmo ano, descontente com a política do
país, resolveu ir para a terra natal de seu pai, estabelecendo-se em
Modena.
Lá conseguiu emprego como mecânico de Maserati. Logo se tornou piloto
para a mesma empresa e para a Osca. Não demorou muito, com sua
experiência em corridas, para iniciar a condução da equipe Maserati. Um
dia, na fábrica, uma piloto de corrida — Elizabeth Haskins — foi
negociar um novo carro para competir. Norte-americana herdeira de grande
fortuna, ela havia sido muito bem-sucedida em corridas dirigindo um
Siata. Alejandro e ela se conheceram e se tornaram um conhecido casal
nas pistas.
Em 1957 conseguiram juntos o sexto lugar, primeiro na classe, da 1.000
Quilômetros de Buenos Aires com um Osca. Casaram-se, ela mudando seu
nome para Isabelle Haskell, e continuaram correndo. No ano seguinte
venceram em sua classe a 12 Horas de Sebring, também com Osca, e
Alejandro ainda revezou-se na pilotagem com Colin Davis na 24 Horas de
Le Mans, chegando em 11º lugar. De Tomaso chegou a pilotar em duas
corridas de Fórmula 1: o GP da Argentina de 1957, com um Ferrari 500,
quando chegou em 9º lugar; e o GP dos EUA de 1959, em Sebring, prova que
abandonou por problemas nos freios do Cooper T43 com motor Osca.
No mesmo ano fundava a De Tomaso Automobili, em Modena, para a
construção de protótipos e carros de corrida. Logo a empresa passou a se
dedicar a carros esporte de alto desempenho, a maioria com chassi em
espinha dorsal de alumínio, que passou a ser a marca registrada técnica
da empresa. Foi o ponto inicial para um império de negócios. O primeiro
carro foi um Fórmula 2 com motor Osca de 1,5 litro, duplo comando e 135
cv e chassi Cooper. O próximo foi um Fórmula Júnior chamado Isis, com
motor Fiat 1100. Outro carro para essa categoria vinha em 1962 com motor
Ford-Holbay de 1,0 litro e câmbio próprio de cinco marchas.
Embora sem formação em engenharia, Alejandro tinha grandes ideias que
passava a seus engenheiros para serem concluídas. No entanto, ainda não
encontrara o sucesso que queria, embora tenha chegado a fazer até carros
de Fórmula 1. O primeiro, chamado De Tomaso F1, estreou no GP da França
em julho de 1961 pela equipe Sereníssima, pilotado por Maurice
Trintignant e Scarlatti, com motor Osca. No GP de Monza, dois meses
depois, estreou a equipe De Tomaso, com o mesmo carro agora dotado de
motor Alfa Romeo e pilotado por Bussinello. O carro pesava apenas 467
kg.
No ano seguinte a De Tomaso correu com um novo carro, o 801, que usava
motor próprio de oito cilindros opostos
— substituído na última etapa do campeonato por um propulsor Ferrari
156.
Continua
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