Percebe-se com clareza
que nunca o automóvel esteve tão na boca do povo como nos dias atuais,
tanto aqui quanto no resto do mundo. Para quem é entusiasta, como este
editor e certamente a maioria de nossos leitores, nada mais
alvissareiro. Bom exemplo é a variedade de cadernos de automóveis dos
jornais, que vem crescendo a olhos vistos. Isso não ocorreria se não
houvesse interesse do consumidor em ler mais sobre a máquina que mudou o
mundo.
Mas o que está ocasionando esta verdadeira revolução, que me atrevo a
chamar de cultural, são dois fatores: esta janela para o mundo e para o
conhecimento, chamada internet, e um país que atende pelo nome de
República Popular da China. Seu 1,3 bilhão de habitantes tomou o gosto
pelos automóveis, que junto com caminhões e ônibus já somam 35 milhões de
veículos. O mercado potencial é de 13 milhões de unidades por ano e
ainda estão nos 3,5 milhões. Foi por isso que para a China correram
todos os fabricantes de automóveis — ninguém é bobo.
Já a internet — sim, com "i" minúsculo, pois o número de usuários já se
aproxima de um bilhão, um sexto da população mundial, e isso a tornou
algo tão comum no cotidiano como o rádio e a televisão —, creio nem ser
preciso falar. A quantidade de informação disponível ao comando de um
teclado seria inimaginável 15 anos atrás. Para um vasto número de
pessoas o acesso à internet já faz parte do dia-a-dia, em muitos casos
essencial para desempenhar o trabalho, qualquer que seja o ramo de
atividade, tanto ou mais que assistir aos telenoticiários. Jornal? Só
pela tela do monitor. Quem está fora da cidade, ou mesmo no outro lado
do mundo, pode ler seu matutino predileto sem nenhum problema. Como
disse Richard Bach no (excelente) livro Fernão Capelo Gaivota,
"longe é um lugar que não existe".
Sabe aquela pesada e incômoda lista telefônica, que em grande parte dos
casos fica desatualizada? Pois ela pertence ao passado, uma vez que
todas as operadoras mantêm listas de assinantes online. A
quantidade de serviços disponíveis na internet impressiona. Para ficar
restrito a nosso tema, o automóvel, pode-se pesquisar desde o site do
fabricante até um completo guia de opiniões de proprietários, como nosso
Teste do Leitor. Se quiser, pode em muitos casos comprá-lo pela
internet, serviço que diversas marcas já oferecem por aqui.
Sempre se disse que a popularização do automóvel é atribuída ao Ford
Modelo T e ao Volkswagen sedã, o Fusca. Pois eu diria que estamos diante
de uma nova onda de popularização, a do terceiro milênio. Popularização
tanto em número de automóveis — hoje são 600 milhões no mundo todo e, em
mais oito ou 10 anos, será atingida a marca do bilhão — quanto numa nova
tomada de consciência. Tomada essa que resulta da leitura de textos
sobre automóveis em todos os meios de comunicação, no que o BCWS
vem participando ativa e ininterruptamente há sete anos e cinco meses.
Afinal, falar de automóvel é nosso forte.
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