por Fabrício Samahá 

Mitos e verdades sobre como
abastecer o carro flexível


Existe um consenso no tocante à forma correta de abastecer um carro bicombustível? Devo abastecer um número de vezes com álcool e um outro número de vezes com gasolina, ou devo abastecer somente com um combustível? Existe uma relação também com o tipo de combustível e se eu rodo muito ou pouco? Os flexíveis que usam só álcool ou só gasolina têm menos problemas que os abastecidos com a mistura dos dois?

Fernando César Kasai
São Paulo, SP - fckasai@gmail.com

Desde que os motores flexíveis tomaram conta do mercado, têm surgido dúvidas e também lendas sobre seu funcionamento. Muito do que se aconselha por aí não tem fundamento. É o caso da recomendação de misturar os combustíveis ou de nunca fazê-lo: na verdade, o trunfo do flexível é justamente poder trabalhar com gasolina e álcool, puros ou misturados em qualquer proporção, podendo a mistura ser feita quantas vezes se desejar.

Portanto, não é necessário usar sempre um dos combustíveis, cabendo essa escolha ao usuário. Abastecer só com álcool ou só com gasolina, por algum tempo ou por toda a vida do motor, tende a fazer pouca diferença em termos de durabilidade. Uma pequena vantagem para o álcool é não contaminar o óleo lubrificante, o que ocorre mais em pequenos percursos com o motor frio.

Sobre rodar muito ou pouco, há apenas um fator a considerar: a gasolina degrada-se com o tempo de armazenagem, perdendo suas propriedades em cerca de seis meses e podendo causar a formação de resíduos quando for utilizada no motor. Em um carro "de garagem", sujeito a ficar vários meses sem renovar por inteiro o conteúdo do tanque, é preferível usar álcool para evitar esse risco. Caso se prefira gasolina, recomenda-se a opção pela Podium da Petrobrás, que tem durabilidade de um ano.

A mesma atenção cabe ao reservatório de gasolina para partida a frio, tanto nos carros a álcool quanto nos flexíveis: conforme as condições climáticas do local (em regiões quentes o sistema de partida a frio raramente é acionado) ou o uso de gasolina no próprio tanque, o conteúdo do reservatório pode se degradar. Por isso, é preferível mantê-lo com nível baixo ou usar a Podium. A Honda definiu em seus flexíveis que o sistema sempre injete pequena quantidade de gasolina, mesmo que desnecessária, a fim de consumir o reservatório de 700 ml periodicamente.

Uma última observação aplica-se a quando se pretende trocar de combustível (abastecendo com álcool o carro que estava com gasolina ou vice-versa) e o tanque está com nível baixo. Nessa condição, procure rodar cerca de 10 quilômetros após o abastecimento, de modo a esgotar o líquido do sistema de alimentação e dar tempo à central eletrônica de reconhecer o "novo" combustível. Se isso não for feito, existe o risco de o motor não conseguir dar a próxima partida a frio, pois a central estará trabalhando com uma mistura ar-combustível inadequada ao que está no tanque.

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Foto: divulgação - Data de publicação: 14/4/07

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