por Bob Sharp

Detonação: os limites para o motor
aspirado e o superalimentado


Percebo que em versões superalimentadas de motores aspirados convencionais, como no caso do Gol 16V Turbo e do Marea Turbo, a taxa de compressão é reduzida para respeitar o limite de pré-detonação. Se um motor superalimentado recebe mais mistura que um convencional aspirado de mesma cilindrada, isso quer dizer que o motor está comprimindo mais a mistura que recebe em relação ao aspirado durante seu ciclo de funcionamento e, portanto, desenvolvendo mais potência. Minha dúvida é: por que a alta compressão dinâmica de mistura em motores superalimentados não faz com que ocorra a pré-detonação, se num motor aspirado semelhante de mesma cilindrada a mesma intensidade de compressão faz com que a pré-detonação ocorra?

Herbert Hidemi Harada
São Paulo, SP - hhharada@hotmail.com

A detonação (e não pré-detonação) sempre ocorre quando o combustível de parte da mistura ar-combustível ainda por queimar, depois de dada a centelha pela vela, não suporta a pressão e se auto-inflama. Um segunda frente de chama se forma e colide com a original, gerada pela inflamação pela vela. Ao se colidirem, elas provocam o ruído característico de algo batendo. Mas pior que a colisão de frentes de chama é o aumento súbito da pressão e temperatura da queima resultante da auto-inflamação, capaz de provocar danos de monta no motor em poucos segundos.

Então, seja o motor de aspiração natural ou superalimentado (por compressor ou turbocompressor), a detonação é evitada por meio de curva de avanço de ignição apropriada. Para garantia ainda maior de que ela não ocorra, a maioria dos motores hoje possui sensores de detonação, que nada mais são que microfones que transformam o tal ruído em sinal elétrico, que por sua vez chega ao módulo de comando eletrônico. Este, devidamente programado para agir, determina atraso temporário da ignição suficiente para que a condição que leva à detonação não aconteça. Tudo isso é determinado na fase de desenvolvimento do motor e leva em conta também o combustível a ser utilizado.

Não adiantaria ter um motor que passasse o tempo todo sob ação do sensor de detonação, pois gastaria muito combustível e produziria menos potência do que poderia. Um fenômeno semelhante ao da detonação
uma combustão fora de hora é a pré-ignição. Como o nome diz, é a combustão iniciada antes da centelha da vela. Sua causa são pontos quentes na câmara de combustão, como carvão, um canto vivo ou mesmo vela de gama térmica inadequada (quente demais). Os efeitos nefastos são os mesmos, como colisão de duas frentes de chama e aumento súbito e indesejado da pressão e temperatura, e também levam o sistema de proteção a agir.

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Data de publicação: 17/4/07

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