A
detonação (e não pré-detonação) sempre ocorre quando o combustível
de parte da mistura ar-combustível ainda por queimar, depois de dada
a centelha pela vela, não suporta a pressão e se auto-inflama. Um
segunda frente de chama se forma e colide com a original, gerada
pela inflamação pela vela. Ao se colidirem, elas provocam o ruído
característico de algo batendo. Mas pior que a colisão de frentes de
chama é o aumento súbito da pressão e temperatura da queima
resultante da auto-inflamação, capaz de provocar danos de monta no
motor em poucos segundos.
Então, seja o motor de aspiração natural ou superalimentado (por
compressor ou turbocompressor), a detonação é evitada por meio de
curva de avanço de ignição apropriada. Para garantia ainda maior de
que ela não ocorra, a maioria dos motores hoje possui sensores de
detonação, que nada mais são que microfones que transformam o tal
ruído em sinal elétrico, que por sua vez chega ao módulo de comando
eletrônico. Este, devidamente programado para agir, determina atraso
temporário da ignição suficiente para que a condição que leva à
detonação não aconteça. Tudo isso é determinado na fase de
desenvolvimento do motor e leva em conta também o combustível a ser
utilizado.
Não adiantaria ter um motor que passasse o tempo todo sob ação do
sensor de detonação, pois gastaria muito combustível e produziria
menos potência do que poderia. Um fenômeno semelhante ao da
detonação —
uma combustão fora de hora
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é a pré-ignição. Como o nome diz, é a combustão iniciada antes da
centelha da vela. Sua causa são pontos quentes na câmara de
combustão, como carvão, um canto vivo ou mesmo vela de gama térmica
inadequada (quente demais). Os efeitos nefastos são os mesmos, como
colisão de duas frentes de chama e aumento súbito e indesejado da
pressão e temperatura, e também levam o sistema de proteção a agir.
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