por Fabrício Samahá 

Câmbio automático: dúvidas sobre
programas, troca manual e aceleração


Possuo um Peugeot 307 Rally com câmbio automático e gostaria de saber como funciona e para que serve o botão com o símbolo de neve próximo à alavanca.

Daniel Vale
Belo Horizonte, MG - dvale@terra.com.br

Posso utilizar o câmbio automático do Vectra como um câmbio "manual", alternando as posições 1, 2, 3 e D? Se possível, prejudicaria a durabilidade?

Rodrigo Cassimiro e Costa
São Paulo, SP - rcecosta@hotmail.com

Pela primeira vez compro um carro com câmbio automático: o 307. Estou sentindo insegurança ao arrancar, dada a lentidão com que ele acelera. Com meu Toyota Paseo eu conseguia arrancar com muita velocidade, o que me facilitava nas entradas em cruzamentos. Tem alguma forma de arrancar rápido com câmbio automático?

João Goulart Júnior
Brasília, DF - jgoulartjr@gmail.com

À medida em que os câmbios automáticos conquistam espaço no mercado, surgem mais dúvidas sobre a melhor maneira de operá-los, pois constituem novidade para muitos motoristas. É o caso dos programas esportivo (em geral identificado pela letra S, de sport) e de inverno (ao qual corresponde o símbolo de neve), disponíveis em caixas como as da General Motors, Peugeot, Citroën e Fiat.

O programa esportivo destina-se a aumentar a agilidade do carro em uso vigoroso. As trocas ascendentes de marcha são feitas em rotação mais alta e, quando se tira o pé do acelerador, há maior tendência em reter a marcha (em vez de passar a uma superior) de modo a produzir efeito de freio-motor. O intuito é ajudar a reduzir a velocidade, como em uma aproximação de curva, e também manter a caixa em marcha adequada para rápida retomada (em saídas da curva ou após uma lombada, por exemplo) sem que seja preciso comandar redução, seja por meio de comando manual, seja pela pressão no acelerador. Vale notar que tal programa não afeta
e nem poderia as relações de marcha do câmbio, como alguns imaginam.

Por sua vez, o programa de inverno busca uma aceleração mais suave, ideal para pisos de baixa aderência como neve, gelo ou, no caso brasileiro, lama e grama molhada. Para isso a caixa recorre a uma marcha mais alta (segunda ou terceira). Assim como o modo esportivo, esta função pode ser ativada e desativada com marcha engatada e a qualquer velocidade, sendo seu uso apontado por uma luz-piloto no painel ou próxima à alavanca.

As trocas de marcha manuais, entre as posições da alavanca seletora, são uma operação prevista no projeto e podem ser feitas sem riscos à durabilidade do câmbio. Isso permite, por exemplo, selecionar marcha inferior em uma descida de serra (para obter freio-motor e poupar os freios do carro) ou momentos antes de ultrapassar, de modo a ganhar rotações antes mesmo de iniciar a manobra. O mesmo vale para o comando de sobremarcha (overdrive) por botão na alavanca, disponível em modelos como Corolla e os da Ford. Ao tirar a sobremarcha de ação (o que acende a indicação O/D off no painel), o câmbio de quatro marchas passa a operar só com as três primeiras.

Quanto às acelerações, sim, é possível ganhar agilidade com um procedimento simples. Consiste em manter o carro freado com o pé esquerdo e acelerar com o direito, já com o câmbio engatado (seja em D, drive, ou em primeira marcha quando disponível), até atingir a chamada rotação de estol, a mais alta que a caixa permite
em geral entre 2.000 e 3.000 rpm. Então, basta liberar o freio para obter a máxima aceleração. No caso de câmbio com operação manual, a exemplo das linhas Peugeot e Citroën, é interessante selecionar a primeira marcha antes de qualquer aceleração rápida: é que algumas caixas fazem a saída em segunda e só reduzem para primeira depois que o acelerador é pressionado a fundo, causando certa hesitação.

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Foto: Fabrício Samahá - Data de publicação: 28/7/07

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