O nitrometano (CH3NO2)
é miscível em álcool, metanol e gasolina, sendo mais comumente usado
com os dois primeiros. Em geral é aplicado em misturas de 5% a 10%,
para motores de alta taxa de compressão ou com turbo, e de até 40%
para motores de baixa taxa de compressão e
aspiração natural. Devido ao aumento
de potência, é recomendado reforço no motor para evitar redução da
vida útil.
O ganho de potência com o nitrometano advém da presença de oxigênio em
sua molécula, causando um efeito de sobrealimentação semelhante ao do
óxido nitroso (NO2). Esse oxigênio é usado na queima de combustível,
permitindo a injeção de maior quantidade de combustível. Parte da
molécula (o CH3) também é combustível e o N não participa da queima,
formando N2. O ganho no uso do nitrometano não é exatamente por
aumento do poder calorífico, mas por permitir a injeção de mais
combustível para uma mesma massa de ar, já que carrega parte do
oxigênio para a queima em sua própria molécula.
Misturas com álcool, metanol e nitrometano atacam componentes não
protegidos, como bicos injetores e outras peças sujeitas a corrosão.
Isso acontece em grande parte por estes combustíveis conterem oxigênio
em suas moléculas. Álcool e metanol, por sua vez, aumentam o índice
antidetonante (IAD), que indica a tendência à
detonação do combustível, na direta
proporção da mistura. A gasolina a eles misturada ganha
octanagem.
Os componentes do motor e sua regulagem devem ser ajustados para o uso
da nova mistura. Catalisador, filtros e outros equipamentos sofrem com
misturas diferentes das previstas em projeto. A regulagem do motor, em
carros com injeção, pode ser ajustada com o uso de sistemas paralelos,
que permitiriam seu desligamento e retorno às condições originais caso
a mistura não estivesse sendo usada.
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