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Conversão de gasolina para diesel: inviável


Descobri por acaso esta revista eletrônica, pela primeira vez encontrei algo realmente completo. Encontrei no B.C.W.S. meu deleite. E o mais importante, o internauta/leitor está sempre sendo considerado, levado em conta e respeitado. Parabéns! Gostaria de saber se é possível, mesmo contrariando o Código de Trânsito, transformar um motor de Chevrolet Impala ou Ford Maverick, ambos V8, para receber diesel em vez de gasolina. Que alterações deveriam ser feitas? É verdade que o motor 4,1 do Opala pode ser facilmente modificado, usando peças de caminhões Mercedes-Benz? Quais seriam as perdas de potência, se houvessem?

Por que é proibido no Brasil carro de passeio a diesel, quando sabemos que na Europa e até no Paraguai (com carros brasileiros) pode-se usufruir desse combustível? Pura burocracia ou ignorância, quando se trata de um país subdesenvolvido com a gasolina custando R$ 1,50 o litro? Imagine um brasileiro podendo rodar 30 km com um litro de diesel num carro -- realmente -- popular!

Anderson Júnior Beck
anderson.beck@zipmail.com.br
São Leopoldo, RS

A utilização de diesel em automóveis é proibida no Brasil porque esse combustível, maciçamente empregado no transporte coletivo e de carga, recebe subsídios governamentais. Sem esses benefícios o diesel custaria bem mais, com reflexos consideráveis nos custos de transporte e nos preços finais dos produtos. Basta ver o impacto sofrido nos preços de mercadorias a cada aumento do combustível.

Motor Renault dieselEssa situação gera incoerências como a produção, na fábrica da Volkswagen de São José dos Pinhais, PR, de um Golf turbodiesel, dotado de moderno e eficiente motor TDi de 1,9 litro, destinado apenas a mercados de exportação. Na Europa, onde o diesel representa bem mais que nos EUA ou Japão, modelos de alto luxo como Mercedes Classe S e BMW Série 7 oferecem versões a diesel, com desempenho cada vez mais surpreendente.

Apesar de ter a mesma procedência da gasolina -- o petróleo --, o óleo diesel apresenta maiores diferenças em relação àquela do que o álcool, do ponto de vista de queima no motor. A taxa de compressão, por exemplo, é brutalmente mais elevada -- da ordem de 22:1 contra cerca de 10:1 no motor a gasolina e 13:1 no a álcool. Até o ciclo de queima é outro, diferente do Otto usado nos motores álcool e gasolina, e tem o nome de ciclo Diesel (como no Otto, atribuído em referência a seu criador). Saiba mais sobre essas diferenças.

Não que a conversão não seja possível, mas é financeiramente inviável, devido ao grande número de peças e mudanças envolvidas. É sempre mais barato vender o motor que possui e comprar outro já a diesel, ou trocar todo o veículo caso seja oferecida versão diesel no mercado.

Para se ter uma idéia, só o sistema usado para a injeção de diesel na câmara de combustão já é mais caro que um motor parcial (sem os agregados) em muitos casos. Claro que em adaptações tudo é possível, mas transformar um motor ciclo Otto comum em um motor ciclo Diesel, nas condições atuais, definitivamente não vale a pena.


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