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por Bob Sharp

Pilha a combustível: como
funciona e por que não "célula"


Em algumas notícias do BCWS tenho lido a expressão "pilha a combustível", em vez de "célula a combustível", como se lê em outras publicações. Gostaria de saber por que a diferença e de conhecer o funcionamento desse sistema.

Francisco Almeida C. Santos
São Paulo, SP - facs2000@uol.com.br

Bem-observado, Francisco: o BCWS escreve “pilha a combustível” e não “célula de combustível”, como a quase totalidade das publicações brasileiras. Devemos uma explicação ao leitor, para que não pense que estamos escrevendo errado a maneira de obter energia elétrica num futuro bem mais próximo do que se imagina.

O termo "célula de combustível” vem do inglês fuel cell, que as comunidades jornalística e científica brasileiras simplesmente traduziram por "célula de combustível". Na verdade, cell nesse contexto de energia significa pilha, exatamente o que ela é.

Para entender melhor: cell é sinônimo, em inglês, de battery, que por sua vez é uma pilha seca (dry cell), como as de lanterna. Seca porque o eletrólito (condutor) é uma pasta (cloreto de amônia) entre dois terminais, o negativo (zinco), que é o corpo da pilha, e o positivo (dióxido de manganês). Enquanto a pilha estiver carregada ela gera energia, geralmente de 1,5 volt. Juntando-se mais pilhas em série (positivo com negativo) obtém-se a voltagem que se quer. Por exemplo, quatro pilhas interligadas produzem 6 volts.

Já a fuel cell (como no estudo Necar da Mercedes-Benz, na ilustração) é uma pilha que funciona com um combustível, que tem de ser reposto — no caso, o hidrogênio pronto ou obtido por um “reformador” que usa gasolina, gás natural ou metanol para produzir o hidrogênio. Este, num processo de reação química com o oxigênio do ar, gera a corrente elétrica, deixando como resíduo apenas vapor d’água e calor.

Cada pilha gera 0,6 volt, precisando-se juntar tantas quantas necessárias numa “chaminé” para obter a voltagem desejada, como nas pilhas de lanterna. Essa corrente é que fará funcionar os motores elétricos dos veículos. A massificação das pilhas a combustível deve começar a ocorrer por volta de 2020. Mas a NASA, a administração nacional de espaço e aeronáutica dos Estados Unidos, utiliza as pilhas a combustível em suas naves espaciais há mais de 30 anos.

Portanto, a fuel cell é uma pilha, só que a combustível. Não é por acaso que os franceses chamam-na de pile a combustible. E o BCWS também.

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Data de publicação: 14/10/03

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