![](../carros/vw/antigos/golf-br-1994-gti-1.jpg)
![](../carros/vw/antigos/golf-br-1995-glx-1.jpg)
![](../carros/vw/antigos/golf-br-1995-gl.jpg)
Primeiro com o GTI de três
portas, depois com o GL e o GLX de cinco,
o Golf fazia sua estreia no Brasil em um momento de crise na Autolatina
![](../carros/vw/antigos/golf-br-1997-vr6.jpg)
![](../carros/vw/antigos/golf-1993-cabrio-1.jpg)
A versão VR6, com seis cilindros
e 174 cv, e o conversível chegaram em pequena quantidade já no fim da
fabricação dessa terceira geração |
Desde o fim da produção do Passat,
em 1988, a Volkswagen brasileira vinha recorrendo à sócia Ford na
Autolatina — associação formada em 1987 no País e na Argentina — para
fornecer a base para seus carros médios. Foi de um Ford, o
Verona de primeira geração, que
surgiu em 1990 o VW Apollo; e foi de outro Ford, o Escort lançado em
1992, que o grupo desenvolveu o Logus e o Pointer, apresentados no ano
seguinte. Com a separação das empresas em 1995, porém, o destino desses
dois modelos estava selado e a VW precisava voltar a andar com as
próprias pernas nessa categoria.
Iniciada em 1994, a importação do Golf de terceira geração (lançado em
1991 na Europa; leia história)
trouxe aos brasileiros um carro médio de conceito moderno, à altura das
novidades nacionais e importadas que vinham renovando o segmento. Mais
tarde, nosso mercado receberia a quarta geração alemã e, dentro de uma estratégia ousada de
modernização da indústria local, em um ano ela começaria a ser
feita na nova fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, ao lado do
Audi A3. Nascia ali um
dos mais longevos sucessos da VW no País.
De
início, importado
Da década de 1960 à de
1980, a Volkswagen foi um dos fabricantes nacionais com maior autonomia
de projetos em relação à matriz. Foi desenhada aqui a maior parte
dos modelos do período — do
1600 de quatro portas, ou "Zé
do Caixão", à bem-sucedida família composta por
Gol, Voyage, Parati e
Saveiro. Nos anos 90, todavia, os tempos eram outros: o mercado
estava aberto à importação e, com a redução da alíquota do
imposto correspondente, os carros estrangeiros abocanhavam fatias cada
vez maiores do bolo do mercado.
Se a aliança com a Ford já não andava bem — há quem diga que ela não
resistiu à "coceira dos sete anos" que afeta muitos casamentos e foi até
nome de filme, The Seven Year Itch, no Brasil alterado para O
Pecado Mora ao Lado —, nada mais natural que recorrer à matriz alemã
para oferecer um carro médio de Primeiro Mundo via importação. Em abril
de 1994 chegava ao mercado nacional o Golf GTI, trazido por questões de
logística do México, onde era fabricado para atender ao mercado
norte-americano.
Se a escolha da versão esportiva pode ter sido um balão de ensaio para a
ampliação da linha que viria mais tarde, não deixava de ser estranho que
o Golf estivesse, em porte, preço e configuração mecânica, na mesma
categoria do Pointer GTI — que, embora revelado em 1993, demorou a
receber acertos pela fábrica e chegou ao mercado só em agosto de 1994,
já depois do modelo mexicano. Tudo indica que a dissolução da Autolatina
já estivesse nos planos, o que reforçava a importância de estabelecer
entre os brasileiros um legítimo VW médio.
E o Golf reunia os atributos necessários para isso. Herdeiro de uma
linhagem iniciada em 1974, o modelo de terceira geração mostrava linhas
simples e atraentes, com elementos tradicionais como as colunas traseiras bem largas, que
sugeriam solidez. O GTI vinha com três portas e decoração esportiva: faróis de duplo refletor,
saias laterais, defletor traseiro e rodas de alumínio de 14 pol com
pneus 185/60. No interior, de aspecto atual, os bancos de espuma firme —
tipicamente alemães — tinham um revestimento simples, de gosto
discutível, e havia a falta incompreensível do controle elétrico dos
vidros, ainda mais porque o teto solar de série o possuía.
O motor de 2,0 litros e duas válvulas por cilindro com
injeção multiponto, potência de 114 cv e
torque de 16,8 m.kgf era semelhante ao usado no Brasil por vários modelos
da Autolatina, mas mostrava diferenças como o
fluxo cruzado de gases e as bielas 15 mm
mais longas, para obter relação r/l correta e
funcionamento suave mesmo em altas rotações — um cuidado que os
Volkswagens nacionais, à exceção de Gol e Parati GTI 16V, não mereceram
do fabricante.
A arquitetura simples do Golf incluía motor transversal, câmbio
manual de cinco marchas, suspensão dianteira McPherson e traseira por
eixo de torção. Os freios, embora a disco nas quatro rodas, ainda não
traziam sistema antitravamento (ABS). O GTI teve boa presença entre os
esportivos nacionais, como Chevrolet
Kadett GSi, Ford Escort XR3 e o próprio "irmão" Pointer GTi, e os
importados como Fiat Tipo
Sedicivalvole e Honda Civic Si.
Continua
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