A propaganda anunciava que o carro havia sofrido 53 modificações em Detroit, EUA, e que vencera vários testes nas mãos da Chrysler. Mas a concorrência também estava forte: além do Aero-Willys e de sua versão mais luxuosa Itamaraty, chegava o Ford Galaxie. Logo era oferecido também um modelo mais simples, o Regente, com igual mecânica. Em 1967 a Chrysler assumia o controle total da Simca. De agosto daquele ano em diante, a marca francesa não era mais aplicada à carroceria do Esplanada e do Regente — havia uma plaqueta onde se lia "fabricado pela Chrysler do Brasil".

Ao lado da nova frente, o Esplanada 1968 exibia um forte argumento de vendas: garantia de dois anos, um modo de destacar as melhorias adotadas sob controle da Chrysler

Os faróis hexagonais davam lugar a quatro circulares em posição vertical, inseridos numa moldura e com nova grade. A garantia de dois anos ou 36 mil quilômetros era um apelativo muito interessante — e grande evolução diante dos apenas quatro meses oferecidos cinco anos antes. Versão esportiva da nova linha, o Chrysler GTX era apresentado no salão de 1968. A sigla era comumente usada na Plymouth, marca da Chrysler nos EUA. Este Esplanada em traje descontraído vinha em cores vivas, com faixas pretas laterais e na tampa traseira e grade também preta. Rodas esportivas com pneus Pirelli radiais 185-15 e a inscrição GTX, nos pára-lamas traseiros e na parte direita do porta-malas, completavam o conjunto.

O volante de três raios metálicos tinha desenho esportivo, no painel havia conta-giros e no console um relógio. Os bancos dianteiros, separados, adotavam desenho mais anatômico. Como opcionais trazia teto de vinil, faróis auxiliares de longo alcance e falsas entradas de ar sobre o capô. Embora o motor tivesse a mesma potência, o câmbio trazia alavanca no assoalho e quatro marchas, com as duas primeiras mais curtas que as da caixa de três e a última marcha igual (direta, 1:1), assim como a relação de eixo traseiro.

Faixas pretas, rodas e pneus especiais, bancos separados: o GTX associava a decoração esportiva a um bom desempenho, com exclusivo câmbio de quatro marchas

A mudança contribuía para as acelerações, mas o desempenho em geral não se alterava muito. Fazia de 0 a 100 km/h em 15 segundos e tinha velocidade final de 165 km/h, um dos carros nacionais mais rápidos da época. Contudo, mantinha os freios a tambor, em um tempo em que carros pequenos e médios — como Renault Gordini e DKW-Vemag Fissore — já usavam discos nas rodas dianteiras.

Com o lançamento previsto do Dodge Dart, a linha Esplanada era desativada em 1970. Por volta de 50 mil Simcas saíram das linhas brasileiras. O Chambord foi o mais produzido, com cerca de 40 mil unidades, e o Présidence não chegou a 900. Esse belo francês, que demorou a ter desempenho à altura de seu charme, conseguiu desenvolvimento técnico bem maior aqui que no mercado original e marcou o cenário nacional nos anos 50 e 60.

Ficha técnica
_ Chambord
(1960)
Jangada Tufão
(1964)
Emi-Sul
(1966)
Regente
(1968)
MOTOR
Posição e cilindros longitudinal, 8 em V
Comando e válvulas por cilindro no bloco, 2
Diâmetro e curso 66,1 x 85,7 mm 66,1 x 88 mm
Cilindrada 2.351 cm3 2.414 cm3
Taxa de compressão 7,5:1 8:1 7,7:1
Potência máxima bruta 84 cv a
4.800 rpm
100 cv a
4.800 rpm
140 cv a
5.000 rpm
130 cv a
5.200 rpm
Torque máximo bruto 15,5 m.kgf a
2.750 rpm
16,5 m.kgf a
2.750 rpm
23 m.kgf a
3.300 rpm
21 m.kgf a
3.300 rpm
Alimentação carburador de corpo duplo
CÂMBIO
Marchas e tração 3, traseira
FREIOS
Dianteiros e traseiros a tambor
SUSPENSÃO
Dianteira independente, McPherson
Traseira eixo rígido
RODAS
Pneus 165-380
DIMENSÕES
Comprimento 4,72 m 4,93 m 4,72 m 4,76 m
Entreeixos 2,69 m
Peso 1.215 kg 1.460 kg 1.290 kg 1.310 kg
DESEMPENHO
Velocidade máxima 135 km/h 140 km/h 160 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 26 s 23 s 16 s
Dados de desempenho aproximados

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