Os para-lamas traseiros ondulados, ao estilo Coca-Cola, destacavam o modelo da Mulliner das adaptações realizadas antes por James Young

Em 1971 a Rolls adotava o nome Corniche no sedã de duas portas e no conversível Mulliner, enquanto aplicava alterações técnicas e visuais

Em 1967 era lançado o Silver Shadow Mulliner Park Ward Convertible, com as mesmas linhas laterais, acompanhado pelo Bentley T Mulliner Park Ward Convertible — a versão Saloon do Bentley havia surgido junto do Rolls-Royce. O modelo vinha apenas com câmbio automático, como é de se esperar de um Rolls, assim como a tração traseira. A versão vendida no Reino Unido, com volante à direita, dispunha de quatro marchas na caixa GM 400, construída pela General Motors com especificações mais exigentes sob encomenda da marca britânica. Para os demais mercados, com volante à esquerda, o câmbio era o GM 300 de três marchas. Mais tarde a versão de exportação também passou a contar com o GM 400.

O enorme carro era parado por freios a disco Girling nas quatro rodas, acionados por três circuitos independentes, para garantia ainda maior que a do circuito duplo em caso de falha hidráulica. A direção — assistida, claro — usava o sistema de esferas recirculantes, usual nos carros de luxo da época. A suspensão era independente tanto à frente quanto atrás, com braços sobrepostos e braços arrastados (na ordem), ambas com molas helicoidais.

Embora à época a Rolls fosse bastante conservadora, não equipando os carros com novidades que não considerasse testadas o suficiente, o Shadow tinha a suspensão com um sistema hidráulico de controle automático de altura. Os faróis dispunham de um inovador sistema de emergência em que, no caso de todos os fachos altos queimarem, os baixos eram acionados e vice-versa. Pneus diagonais na medida 8,45-15, numa época que radiais já eram usados por diversas marcas, mostravam conservadorismo.

Ainda que levasse apenas quatro pessoas, as dimensões do carro eram enormes: comprimento de 5,17 metros, largura de 1,83 metros e entre-eixos de 3,03 metros, tanto para o sedã como para o conversível. Já a altura e o peso das versões eram diferentes, de 1,52 m no conversível e de 1,49 m no sedã, com 2.324 e 2.257 kg, na ordem. Continua

Os especiais

A inglesa Hooper & Co. Coachbuilders Ltd. fez essa interpretação para o Corniche cupê em 1980. O carro recebeu faróis, lanternas e para-choque do Silver Spirit e novos para-lamas, em busca de um aspecto mais atual. O interior tornou-se ainda mais luxuoso e a suspensão recebeu calibração mais firme. O carro levou 18 meses para ficar pronto.

Encomenda de um colecionador de Rolls-Royce dos EUA, Erle Heath, esse roadster foi construído com a ajuda do projetista Niko Michael. A base foi um Corniche 1977 e a modificação, que o transformou em um dois-lugares, levou três anos.

A empresa alemã Classic Motors Design, de Düsseldorf, que restaurava carros clássicos, chamou a atenção com esse picape com base no Corniche cupê.

A transformação incluiu largos pneus e escapamentos elevados, semelhantes aos dos caminhões vistos nas estradas norte-americanas. Outro desses Rolls foi adaptado para usar tração 4x4 de Nissan e transformado em picape em Brisbane, Austrália.

Outro Corniche 1977 foi modificado pelo suíço Franco Sbarro. Posto à venda na Espanha há pouco tempo, de acordo com o anúncio do carro ele pertenceu a dois reis. Apesar disso, o gosto da transformação é bastante discutível, com pintura em dois tons e para-choques em desacordo com as linhas conservadoras do modelo.

O Corniche não deixou de servir para a criação de um hot rod. O modelo da foto foi personalizado com teto rebaixado e revestido até nas colunas dianteiras. As janelas laterais e traseira foram diminuídas e arredondadas e a capota ficou mais inclinada na parte de trás. Ganhou novos escapamentos centrais e pintura de chamas na lateral, que ainda passou a contar com um friso no estilo dos anos 50. Luzes direcionáveis foram instaladas em frente aos retrovisores.

Nas pistas

No rali Paris-Dacar de 1981, o francês Thierry de Montcorgé correu com o Jules, um protótipo com as formas de um Rolls-Royce Corniche. Patrocinado pela Christian Dior, que lançava sua fragrância Jules, o carro na verdade tinha poucas peças originais do Rolls, com sua carroceria de plástico e alumínio construída a partir de moldes tirados de um Corniche original.

O chassi era tubular, com tração integral de Toyota e motor Chevrolet V8 de 5,7 litros e 350 cv. Com tanque para 330 litros de combustível, o carro pesava 1.400 kg. Ele permaneceu por um bom tempo na 13ª posição, mas uma demora em consertar uma quebra de eixo o levou a ficar bem atrás. O carro foi um dos 40 que conseguiram chegar a Dacar, capital do Senegal, na África.

Para ler
Rolls-Royce Corniche - por Chris Harvey, editora G. T. Foulis. Parte da coleção Super Profile, o livro é dedicado ao modelo e tem 56 páginas. Publicado pela editora britânica, é uma edição de 1984 que, portanto, não cobre toda a história do Corniche.

Rolls-Royce V8 - The Modern Era - por Ian Adcock, editora Osprey Publishing. O livro cobre a história dos Rolls-Royces com motores V8, dos modelos de 1959 até 1994, data da publicação do livro. Estão incluídos os carros do Silver Shadow Mulliner Park Ward Saloon até o Corniche IV Anniversary. Bem ilustrado, ainda abrange diversos modelos fora-de-série realizados por encarroçadores independentes.

Rolls-Royce and Bentley Collector's Guide: V4, 1980-98: Silver Spirit to Azure - por Graham Robson, editora Motor Racing Publications. O autor inglês incluiu todos os carros das duas marcas no período de 1980 a 1998, o que abrange parte da história do Corniche. Com 128 páginas, das quais 15 dedicadas ao Corniche e ao Continental, é uma edição de 1999.

Rolls-Royce and Bentley Collector's Guide: V3, Shadow, Corniche, Camargue: 1965-1985 - por Graham Robson, Motor Racing Publications. Já esse livro cobre toda a história do Shadow, assim como estende mais alguns anos sobre o começo da história do Corniche. Com 144 páginas, é também de 1999.

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